O
secretário de Estado norte-americano, John Kerry, afirmou hoje, pelo
70.º aniversário do bombardeamento atómico de Hiroshima, que o ataque
releva a importância do acordo nuclear iraniano e do desarmamento em
geral.
"Escusado será dizer que é um lembrete muito, muito
importante, não apenas pelo impacto duradouro da guerra nas pessoas, nos
países, mas também por sublinhar a importância do acordo que alcançámos
com o Irão para reduzir a possibilidade de mais armas nucleares", disse
John Kerry, à margem de uma reunião diplomática da Associação de Nações
do Sudeste Aisático (ASEAN), que decorre em Kuala Lumpur, capital da
Malásia.
Dezenas de milhares de pessoas reuniram-se hoje em
Hiroshima para assinalar o 70.º aniversário do lançamento da bomba
atómica pelos Estados Unidos, um episódio histórico que continua a
dividir opiniões.
Os sinos soaram e a multidão cumpriu um minuto
de silêncio às 08:15 (00:15 em Lisboa), a hora a que os Estados Unidos
lançaram uma bomba atómica de urânio (batizada "Little boy") sobre a
cidade de Hiroshima.
Entre 70 mil e 80 mil pessoas, cerca de 30%
dos residentes da cidade, morreram na explosão e consequente onda de
choque e 70 mil ficaram feridas.
Três dias
depois, às 11:02, a cidade portuária de Nagasaki foi o alvo escolhido
para lançar outra bomba (a "Fat man"), com núcleo de plutónio.
Apesar
de mais potente que a "Little boy", os efeitos da segunda bomba atómica
fizeram-se sobretudo sentir no vale de Urakami, rodeado por várias
colinas.
As estimativas do número de mortos rondam entre os 22 mil e os 75 mil.
Nas duas cidades, a maioria das vítimas era civil, embora Hiroshima fosse um importante posto militar.
A
15 de agosto, depois do bombardeamento de Nagasaki e da declaração de
guerra da União Soviética, o imperador Hirohito anunciou o cessar-fogo.
A 2 de setembro, o Japão assinava o instrumento de rendição incondicional, pondo fim à Segunda Guerra Mundial.
O papel dos bombardeamentos atómicos na rendição japonesa e a sua justificação ética continuam a ser debatidos.
Num
estudo do instituto norte-americano Pew Research Center, divulgado em
fevereiro, mais de 56% dos norte-americanos consideraram que a
utilização da bomba atómica contra o Japão foi justificada, contra 79%
dos japoneses que afirmaram o contrário.
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