Guarda costeira italiana resgatou 240 imigrantes ao largo da Líbia Mais 280 mil migrantes entraram ilegalmente na Europa em 2014, sobretudo pelo Mediterrâneo
Foram socorridas duas embarcações em dificuldades. Uma transportava 124 pessoas e a outra 116.
A
Guarda Costeira de Itália socorreu hoje duas embarcações em
dificuldades ao largo da costa da Líbia e resgatou 240 imigrantes que
viajavam nelas, informou aquela força.
Uma das embarcações transportava 124 pessoas e a outra 116.
A
Itália é, com a Grécia, um dos principais pontos de chegada de milhares
de imigrantes que tentam chegar à Europa através do Mediterrâneo.
Segundo
o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados, cerca de 224 mil
migrantes e refugiados atravessaram o Mediterrâneo nos primeiros sete
meses deste ano. Destes, 124 mil desembarcaram na Grécia e cerca de 90
mil em Itália.
No mesmo período, mais de 2.100 pessoas morreram na travessia.
De todos os que entraram ilegalmente, 220 mil fizeram-no atravessando o Mar Mediterrâneo.
Os
dados do Frontex indicam que mais de 280 mil migrantes passaram as
fronteiras do território europeu de forma ilegal em 2014 e a entidade
reportou ainda as movimentações nas principais rotas de migração
terrestres e marítimas.
De acordo com a Agência de Controlo das
Fronteiras Externas da União Europeia, deste total de entradas de
migrantes ilegais, 220 mil foram feitas através das travessias pelo Mar
Mediterrâneo.
As principais rotas, por terra e mar, identificadas
pela Frontex são as rotas da África Ocidental (Canárias), do
Mediterrâneo Ocidental (Ceuta e Melilla), do Mediterrâneo Central
(Itália/Malta), de Apúlia e Calábria (Itália), do Mediterrâneo Oriental
(Grécia/Turquia), Circular da Albânia e Grécia, das Fronteiras Orientais
(países do leste europeu) e das Balcãs Ocidentais
(Turquia/Grécia/Hungria).
Este movimento migratório para a Europa,
que visa sobretudo países como o Reino Unido, Alemanha e países
nórdicos, demonstram que as travessias continuam a aumentar
consistentemente, de acordo com os dados parciais de 2015 já fornecidos
pela Frontex.
A Rota do Mediterrâneo Central é uma das mais
utilizadas pelos migrantes ilegais e, de acordo com os dados da Frontex,
refere-se ao fluxo migratório vindo do norte de África para a Itália e
Malta, através do Mar Mediterrâneo.
Nesta rota, a
Líbia serve, grande parte das vezes, como ponto de passagem para os
migrantes do Corno de África e de rotas da África Ocidental, que
embarcam de solo líbio com destino à Europa.
Dada a agitação no
país, que está em guerra civil desde a queda de Kadhafi, em 2011, houve
uma facilitação das redes de tráfico humano para Europa a partir deste
país do norte de África, refere a agência europeia.
Segundo os
disponíveis na página oficial da Frontex, em 2014, o número de
travessias ilegais nesta rota (contando Apulia e Calabria, que é outra
rota identificada) foi de 170.760 e, entre janeiro e junho deste ano, já
foram identificadas 67.261 passagens ilegais.
Outra rota muito
utilizada é a do Mediterrâneo Oriental, utilizada por migrantes que
passam pela Turquia (vindo de outros países asiáticos) e entram na
Europa pela Grécia, sul da Bulgária ou Chipre, segundo a Frontex.
Em
2014, entraram na Europa por esta via 50.830 migrantes ilegais e, no
período entre janeiro e junho de 2015, já atravessaram 79.286 pessoas.
A Rota das
Balcãs Ocidentais, de acordo com a Frontex, é também uma via muito
utilizada pelos migrantes ilegais, visto que em 2014 por esta rota
entraram na Europa 43.360 pessoas e, entre janeiro e junho de 2015,
67.444 imigrantes.
A rota dos Balcãs Ocidentais descreve dois
principais fluxos migratórios, um deles vindo dos próprios países dos
Balcãs Ocidentais e ainda os movimentos secundários dos migrantes,
principalmente asiáticos que originalmente entraram na União Europeia
através das fronteiras terrestres ou marítimas búlgaro-turca ou
greco-turca e depois prosseguem o seu caminho através do Balcãs
Ocidentais, nomeadamente pela Hungria.
De acordo com a Frontex, o número de migrantes ilegais que entraram na Europa em 2014 é um recorde.
Os
conflitos armados em países africanos, como a Nigéria, Líbia e Somália,
e asiáticos, como o Afeganistão e o Paquistão -- assim como no Médio
Oriente, sobretudo na Síria, que está a registar a pior crise de
refugiados desde a II Guerra Mundial -, estão a levar a um quadro
catastrófico, já que milhares de pessoas estão a perder a vida na
tentativa de travessia no Mediterrâneo, nomeadamente ao lago da ilha
italiana de Lampedusa.
De acordo com a Organização Internacional
para as Migrações (OIM), mais de 2.000 pessoas já morreram este ano na
travessia do Mar Mediterrâneo.
Nas últimas
semanas, milhares de migrantes concentrados em Calais, no norte da
França, estão a tentar atravessar o Eurotúnel para chegar ao Reino
Unido, buscando um país com melhores oportunidades de emprego e vida,
tendo já morrido pelo menos uma dezena de pessoas.
A UE, em
resposta aos pedidos da Itália, que assegurava sozinha ao socorro dos
navios em dificuldades no Mediterrâneo através da operação Mare Nostrum,
implementou a operação Tritão, de busca e resgate aos náufragos, em
novembro de 2014.
Atualmente, os migrantes são responsabilidade do
país a que chegam, o que expõe especialmente os países mais próximos
das rotas de migração, como a Itália, Malta e Grécia, e a concessão de
estatuto de refugiado apresenta grandes disparidades, com a Alemanha,
Suécia, França e Itália a acolherem mais de 60% do total em 2014.
Os
Governos da União Europeia (UE) continuam num impasse sobre como
resolver esta situação da migração ilegal, mantendo sobrecarregados
países como a Itália, Malta e Grécia no acolhimento destas pessoas.
Alguns planos já foram sugeridos, mas nada de concreto foi feito ainda.
O Governo português, em julho, prontificou-se a receber 1.400 imigrantes. copiado http://www.dn.pt/inicio/globo
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