Minas Andrade é tucana, mas delata PT e PMDB. Por quê? As acusações vêm sendo desmentidas por seus alvos, como fez o ex-ministro Antônio Palocci (leia mais aqui),


Andrade é tucana, mas delata PT e PMDB. Por quê?

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Maior doadora da campanha de Aécio Neves (PSDB-MG) à presidência da República, a Andrade Gutierrez é a bola da vez do mercado de delações premiadas, com acusações relacionadas à campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010; capitaneada por Otávio Azevedo, a Andrade se tornou controladora da Cemig, nas gestões do PSDB em Minas, mesmo sendo minoritária, e foi beneficiada com pagamentos excessivos de dividendos; além disso, a cúpula da empreiteira torceu abertamente pela eleição de Aécio; no entanto, a delação de seus executivos é parcial e mira apenas desvios relacionados ao PT e ao PMDB, em obras como Mané Garrincha, Maracanã, Arena Amazonas e Angra 3; ao que tudo indica, a empresa – que na gestão de Fernando Pimentel perdeu o controle abusivo na Cemig – se prepara para um novo ciclo político no Brasil e tenta contribuir para que ele chegue mais rapidamente
2 de Março de 2016 às 07:16
Minas 247 – A construtora mineira Andrade Gutierrez é a bola da vez do mercado de delações premiadas. Nesta quarta-feira, os jornais destacam os depoimentos de Otávio Azevedo, presidente da construtora, que diz ter feito pagamentos para fornecedores de campanha da presidente Dilma Rousseff, em 2010. 

As acusações vêm sendo desmentidas por seus alvos, como fez o ex-ministro Antônio Palocci (leia mais aqui), mas elas têm um objetivo claro: alimentar as chamas do processo que corre no Tribunal Superior Eleitoral contra a presidente Dilma e o vice Michel Temer.

Em seus depoimentos, a Andrade elegeu dois alvos – PT e PMDB – e apontou as obras onde indicaria ter corrompido agentes públicos: os estádios Maracanã, Mané Garrincha e Arena Amazonas, assim como a usina nuclear de Angra 3.

Curiosamente, a Andrade decidiu deixar de fora seus maiores parceiros no campo político, que são os políticos do PSDB, especialmente de Minas Gerais.

Durante as gestões tucanas, a Andrade conseguiu, por meio de uma manobra, se tornar controladora da gigantesca Cemig, mesmo sendo acionista minoritária. Para quem não se lembra, Eduardo Azeredo, que governou Minas entre 1995 e 1998, havia privatizado parcialmente a Cemig para as empresas americanas Southern e AES. No governo seguinte, Itamar Franco desfez a transações. Em seguida, nas gestões de Aécio Neves e Antonio Anastasia, a Andrade Gutierrez foi incentivada a comprar as ações das empresas americanas. O passo seguinte foi a construção de um novo acordo de acionistas amplamente favorável à Andrade. Embora fosse minoritária, ela tinha poder de veto – o que equivale ao controle – em praticamente todos os negócios relevantes da empresa.

Dividendos em excesso

No fim do ano passado, a relação carnal entre a Andrade e o PSDB de Minas começou a ser esmiuçada pelo Ministério Público. A partir de denúncias entregues pelos deputados Rogério Correia e Professor Neivaldo, ambos do PT, o promotor de Defesa do Patrimônio Público de Minas Gerais, Eduardo Nepomuceno, começou a investigar os estranhos negócios entre a Cemig e a Andrade.

Segundo reportagem publicada no site Viomundo, empréstimos tomados pela estatal foram convertidos em lucros e dividendos repassados aos acionistas.

"Autorizado pela ALMG no final do mês de novembro de 2011, o governo de Minas Gerais fez empréstimos com o Banco Internacional para Reconstruções e Desenvolvimento (BIRD), com o Banco Crédit Suisse e Agência Francesa de Desenvolvimento (AF), destinados à reestruturação da dívida de responsabilidade com a Cemig. As operações de crédito foram nos valores de, respectivamente, US$ 450 milhões; US$ 1,270 bilhão; e de € 300 milhões. A manobra fez com que o empréstimo internacional fosse transformado em lucro nos balanços de 2012 e 2013, posteriormente distribuído aos acionistas como dividendos. Somente nesta artimanha, mais de R$ 600 milhões foram repassados à Andrade Gutierrez", diz reportagem do jornalista Ilson Lima. "Em outras palavras: a Cemig pegou empréstimos no exterior sob alegação de que os juros eram menores. Só que foi uma manobra para gerar mais lucros e distribuir dividendos para acionistas, em especial para a Andrade Gutierrez."

Ele lembra ainda que, em 2011, o Conselho Deliberativo da Cemig alterou o Acordo de Acionistas, permitindo o repasse de dividendos aos acionistas de no mínimo de 50%, quando era de no máximo 25% na época do governo Itamar Franco (1994/1998).

Coincidência ou não, na campanha presidencial de 2014, a cúpula da Andrade torceu abertamente pela eleição de Aécio Neves, depois de ter doado mais de R$ 20 milhões à sua campanha. Hoje, seus executivos negociam um acordo de delação parcial, aparentemente interessados em estar bem posicionados para um novo ciclo político no País.

(Em tempo: no governo de Fernando Pimentel, a Andrade perdeu o controle abusivo que exercia na Cemig)

Confira, abaixo, reportagem do Tijolaço:
Cúpula da Andrade Gutierrez era “torcida organizada” de Aécio Neves
Depois da matéria de Fausto Macedo, no Estadão, mostrando a intensa e desbocada  torcida do alto escalão da empreiteira Andrade Gutierrez por Aécio Neves, só o cinismo nacional imperante pode dizer que havia alguma preferência da empresa pelos petistas.
“Gorda”, “sapa”, “vaca velha”, “mulher medíocre”, “poste” e outras pérolas deste jaez eram os nomes pelos quais os homens de confiança da empresa, sua alta cúpula,  a chamavam.
E Aécio? “Tá demais”, “Taca-le pau!”
As campanhas de ambos receberam dinheiro da empreiteira e, muito.
Mas, pela torcida, dá perfeitamente para ver quem eles desejavam ver vitorioso.
Porque, se com Dilma e Lula a empreiteira fazia o que queria, como insistem os jornais? Qual a razão, se o governo petista é uma imoralidade só e os tucanos mais virgem que freira carmelita?
Aliás, a Andrade Gutierrez   deu dinheiro para praticamente todos os partidos do país, do PV ao PSB.
Você pode ver aí  ao lado o quanto foi, em 10 anos, para cada partido, numa compilação da agência de jornalismoPublica.
Claro que tanto dinheiro por boa intenção não é, mas é essa a realidade da política. Ou era, antes de o Supremo proibir a doação de empresas a candidatos e a partidos.
E antes do cinismo nacional decidir que só são criminosas as feita para o partido da “gorda”, da “sapa”,  da “vaca velha”, da “mulher medíocre”.
O dinheiro para Aécio? Ah, “taca-le pau”, menino, que é por gosto.
Não chega a ser nenhuma surpresa de que tipo de sujeito estes caras achem que deva ser o presidente do Brasil.
Nem que estes senhores de linguagem de bordel de quinta categoria quando estão no seu grupinho de “bacanas”, em público e com suas gravatinhas chiques, deitem regras sobre como deve ser o governo do país.
 copiado  http://www.brasil247.com/p

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