zika
Ligação encontrada com Guillain-Barré
Além de estar associado ao nascimento de bebés com microcefalia, crescem suspeitas de que o Zika causa síndrome de Guillain-Barré
Além
de estar associado ao nascimento de bebés com microcefalia, crescem
suspeitas de que o Zika causa síndrome de Guillain-Barré
Os
cientistas confirmaram que o vírus Zika, que está a espalhar-se na
América Latina e que se pensa estar associado a nascimentos de bebés com
microcefalia, pode também desencadear distúrbios neurológicos graves.
Uma
equipa de investigadores apresentou a "primeira demonstração de uma
ligação entre o vírus Zika e a síndrome de Guillain-Barré", referiu o
professor Arnaud Fontanet, responsável da unidade de epidemiologia das
doenças emergentes no Instituto Pasteur, em Paris, que coordenou o
estudo publicado hoje, terça-feira, na revista médica britânica 'The
Lancet'.
O estudo foi realizado a
partir dos dados recolhidos na Polinésia Francesa, onde houve um surto
de Zikaentre outubro de 2013 e abril de 2014, afetando dois terços da
população.
A doença provocou em 20% a
30% dos casos uma falha respiratória e, nos países mais ricos, cerca de
5% dos infetados acabaram por morrer. Esta síndrome neurológica rara
manifesta-se depois da ocorrência de outras infeções virais (como gripe e
dengue) mas também, e de forma não negligenciável, seguidamente a uma
infeção bacteriana (campylobacter).
Com
mais de 1,5 milhões de casos no Brasil e milhares noutros países,
incluindo mais de 40.00 casos na Colômbia, os investigadores alertam
para a necessidade de reforçar os tratamentos intensivos, em particular
fora das cidades.
"Nas zonas que vão
ser afetadas pela epidemia do vírus Zika, é preciso pensar, nos casos em
que for possível, em reforçar as capacidades de tratamento intensivo
porque sabemos que há um certo número de pacientes que vão desenvolver a
síndrome de Guillain-Barré e, desses, 30% vão precisar de assistência
respiratória", disse à AFP o cientista principal da investigação.
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