AFP/Arquivos / Ed Jones
(Arquivo) Shopping localizado abaixo da sede da empresa, em Seul
A Procuradoria da Coreia do Sul realizou nesta
quarta-feira uma operação na sede da Samsung como parte da investigação
do escândalo de corrupção que afeta a presidente do país, Park Guen-Hye.A operação acontece em um momento complicado para a presidente sul-coreana, acusada de ter permitido que sua amiga Choi Soon-sil utilizasse o relacionamento entre ambas para obrigar algumas das maiores empresas do país, como a Samsung, a realizar grandes doações a fundações criadas por ela e depois utilizar o dinheiro para fins pessoais.
Choi, 60 anos, também se envolveu supostamente em questões de Estado e teria inclusive exercido influência na nomeação de cargos importantes.
Os investigadores compareceram à unidade que supervisiona as estratégias de negócio da empresa, informou a agência de notícias Yonhap.
Um porta-voz da Samsung confirmou a operação, mas não divulgou detalhes.
A fusão entre a Samsung C&T e a Cheil Industries, completada ano passado, era considerada um passo chave na transição de gerações enfrentada pelo grupo industrial, com a passagem de comando a Lee Jae-Yong, que representa a terceira geração a dirigir a empresa.
A fusão provocou polêmica entre os que afirmavam que as ações da Samsung C&T foram avaliadas a um preço inferior ao de mercado, mas o maior acionista do grupo sul-coreano, o Serviço Nacional de Pensões (NPS), votou a favor da negociação.
O NPS é supervisionado pelo ministério do Bem-Estar, cujo titular no momento da fusão era considerado muito ligado a Park.
A Samsung, a maior empresa do país, doou 20 bilhões de wons (17 milhões de dólares) a uma fundação de Choi e se tornou a maior doadora da instituição.
Vários diretores da Samsung, incluindo Lee, foram interrogados por promotores durante a investigação, que sugere a existência, há várias décadas, de vínculos nocivos entre o mundo da política e o mundo empresarial.
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