Os juízes alfaiates e a moral da história Como os ternos, antigamente (e ainda hoje para os muito chiques), é a lei no Brasil: cortada sob medida, bem ao gosto do freguês. O Valor, hoje, dá conta que na alfaiataria do Tribunal...

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Os juízes alfaiates e a moral da história

Como os ternos, antigamente (e ainda hoje para os muito chiques), é a lei no Brasil: cortada sob medida, bem ao gosto do freguês. O Valor, hoje, dá conta que na alfaiataria do Tribunal...

Os juízes alfaiates e a moral da história

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Como os ternos, antigamente (e ainda hoje para os muito chiques), é a lei no Brasil: cortada sob medida, bem ao gosto do freguês.
O Valor, hoje, dá conta que na alfaiataria do Tribunal Superior Eleitoral costura-se na lei o acordo alinhavado pela política: a separação das contas eleitorais da chapa Dilma-Temer para, claro, cassar quem já está cassada e preservar quem usurpou-lhe o poder.
As investigações nas ações que pedem a cassação da chapa vitoriosa na eleição presidencial de 2014 caminham a passos firmes, decepcionando os governistas que contavam com uma tramitação lenta no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), depois da aprovação do impeachment da presidente Dilma Rousseff. No caso de uma eventual condenação, no entanto, para evitar a cassação do presidente Michel Temer, costura-se nos bastidores do TSE um acordo para separar as contas de campanha dele e da ex-presidente Dilma. Ao menos três ministros do tribunal estão dispostos a aceitar o pedido feito pela defesa de Temer.
É óbvio que o monstrengo jurídico que se pesponta por lá não tem precedentes, porque se trata de separar o inseparável: o alegado crime eleitoral e o seu beneficiário.
Mesmo no mundo da carochinha que algumas “excelências” querem construir, seria, ainda assim, um paradoxo que uma criança de oito anos perceberia, se a história assim lhe fosse contada:
“Um homem vivia de obter vantagens ilícitas, com fraudes. Seu filho, uma rapazinho de mais de 70 anos de idade, nada percebia. Para ele, aquela casinha ali no Jaburu tinha sido lhe dada pelo pai enquanto ele morasse naquela outra, bonita, lá pertinho no Alvorada.
Durante muitos anos, o garoto andava com o pai, recebia do pai, falava em nome da família e tudo o mais. Até ia na casa grande, em festas e solenidades e sentava no lugar de honra, ao lado do dono da casa.
Aí, um dia, o filhinho, de olho na casa, junta uma turminha de amigos – ele tinha muitos amigos suspeitos –  e vão lá matar o pai.
Então, claro, por legítimo direito de herança, o Michelzinho Velho – não sem antes dizer que o pai era tão velhaco que teria levado até a faixa, que apareceu, claro, intacta, no armário. Mas, agora que o pai morreu, os juízes do TSE resolvem julga-lo e condenar o morto à morte, apenas agravando a pena na condenação a ficar alguns anos como alma penada em seus direitos políticos, porque obteve aquela casa no Alvorada por meios ilícitos.
Mas, como o menino Michelzinho Velho é muito do agrado dos juízes, eles decidem que, como a herança foi “legítima” – aquela moça Suzane, quem sabe, também não tenha direito à sua? –  a casa pode ficar com ele, quitada e liquidada, como legítimo proprietário do que, segundo eles, serve como crime só para condenar o defunto”.
Moral da história?
A história não só não tem moral alguma como é flagrantemente imoral.
Como os que a costuram, aplicadamente.
copiado  http://www.tijolaco.com.br/blog/os-juizes-alfaiates/

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