Foto: Marcelo Canargo / Agência Brasil
Foto: Marcelo Canargo / Agência Brasil
Um dia após o resultado do segundo turno das eleições municipais, o governador Beto Richa (PSDB) cogitou, pela primeira vez, o uso de força policial para garantir a desocupação de prédios públicos no Paraná. Na quarta-feira (3), as ocupações de estudantes secundaristas em escolas e núcleos de educação completam um mês.
Nas palavras do governador, o movimento já estaria “irritando” a sociedade paranaense. “Se não houver compreensão e o diálogo não for o suficiente só resta uma maneira: com força policial para desocupar os prédios públicos. O diálogo tem uma hora que esgota”, afirmou em entrevista a Rede Paranaense de Comunicação (RPC).
A declaração foi dada na segunda-feira, mesmo dia em que a Justiça começou a fazer as primeiras reintegrações de posse em colégios ocupados em Curitiba. Beto Richa também citou a tentativa de desocupação do Colégio Estadual do Paraná (CEP), negociada pelo Ministério Público do Paraná, que não ocorreu naquele primeiro momento. “A manifestação está irritando a sociedade paranaense por que é descabida e já passou do tempo de se manifestar”, disse.
Uma decisão judicial expedida na última sexta-feira determinou que 25 colégios estaduais na capital fossem desocupados até ontem (segunda). Não houve registro de resistência ou confronto com a polícia, que acompanhou o cumprimento das determinações. No entanto, estudantes optaram por ocupar o Núcleo Regional de Educação, no bairro São Francisco. O prédio foi tomado na segunda-feira pela manhã por pouco mais de 30 alunos. É o primeiro prédio administrativo do governo a ser ocupado na capital.

Governo, Ministério Público e OAB-PR discutem soluções

O chefe da Casa Civil do Governo do Estado, Valdir Rossoni, se reuniu na noite de segunda-feira (31) com representantes do Ministério Público do Paraná, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR) e da Defensoria Pública para discutir soluções para as ocupações de escolas da rede estadual.
Rossoni falou sobre a necessidade de desocupação para não comprometer o ano letivo, as provas de vestibular e do Enem. Ele ressaltou ainda que o Estado já promoveu audiências em 32 regionais de educação sobre a Medida Provisória 746 e as sugestões entregues pelo governador Beto Richa ao ministro da Educação, Mendonça Filho.
“As aulas precisam voltar com urgência, sob o risco dos alunos perderem o ano”, disse a secretária de Estado da Educação, professora Ana Seres, também presente à reunião. Segundo ela, mais de 16 mil manifestações de paranaenses a respeito da reforma do ensino médio foram levadas ao governo federal.

Ocupações de escolas no Paraná

Estudantes contrários à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que foi aprovada na Câmara dos Deputados e seguiu para o Senado, que limita os gastos do governo federal pelos próximos 20 anos, iniciaram um movimento de ocupações de escolas no dia 3 de outubro. As ocupações, no ápice do movimento, chegaram a ocupar 850 escolas em todo o estado.
Os estudantes também são contra a reforma do ensino médio, proposta pela Medida Provisória (MP) 746/2016, enviada ao Congresso. Para o governo, a proposta irá acelerar a reformulação da etapa de ensino que concentra mais reprovações e abandono de estudantes. Os alunos argumentam que a reforma deve ser debatida amplamente antes de ser implantada por MP.
De acordo com o movimento Ocupa Paraná. o número de escolas ocupadas atualmente é de 450 em todo o estado. A Secretaria de Estado da Educação (Seed) aponta que são 315 locais ocupados.
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