Rússia e Turquia fecham acordo para cessar-fogo em toda a Síria

Rússia e Turquia fecham acordo para cessar-fogo em toda a Síria
Turquia e Rússia fecharam um acordo para um plano de cessar-fogo em todo o território da Síria, que deve entrar em vigor à meia-noite, informou a agência turca Anadolu.

28/12/2016 - 14:06 
 AFP / George Ourfalian Destruição na cidade síria de Aleppo
Turquia e Rússia fecharam um acordo para um plano de cessar-fogo em todo o território da Síria, que deve entrar em vigor à meia-noite, informou a agência turca Anadolu.
O plano tem como objetivo estender ao território sírio o cessar-fogo instaurado há duas semanas em Aleppo, após negociações apoiadas por Moscou e Ancara, que permitiu a retirada de milhares de combatentes e civis dos bairros rebeldes da segunda maior cidade da Síria.
Turquia e Rússia estão trabalhando para que o plano entre em vigor nesta quarta-feira à meia-noite, ressaltou a Anadolu, sem revelar mais detalhes.
O acordo, que ainda não foi confirmado oficialmente por fontes turcas ou russas, exclui os "grupos terroristas".
O plano russo-turco ainda não foi apresentado aos grupos armados da oposição e, portanto, ainda não há acordo, afirmou em Beirute à AFP uma fonte ligada aos rebeldes que pediu anonimato.
Em caso de sucesso, o acordo servirá de base para as negociações políticas entre o regime sírio e a oposição, que Moscou e Ancara desejam organizar em Astana, capital do Cazaquistão.
A Anadolu também não informa onde e como o plano foi negociado, mas nas últimas semanas aconteceram reuniões entre Turquia, Rússia e representantes da oposição síria em Ancara.
Um novo encontro entre representantes russos, turcos e da oposição síria armada acontecerá na quinta-feira em Ancara, informou o canal Al-Jazeera.
Rússia e Turquia têm grande participação no conflito sírio, com apoio a forças adversas.
Ancara apoia a oposição e pede a saída do poder do presidente sírio Bashar al-Assad, que conta com o respaldo veemente de Moscou, assim como do governo do Irã.
Mas nos últimos meses, depois de superar a crise provocada pela derrubada de um caça russo pela Força Aérea da Turquia no fim de 2015, os dois países iniciaram uma cooperação estreita na Síria.
A Turquia permaneceu em silêncio durante a ofensiva das tropas sírias, apoiadas pela aviação russa, contra o reduto rebelde no leste de Aleppo, que permitiu ao regime conquistar a totalidade da segunda maior cidade do país.
- 'Determinação' -
Até o momento não foi estabelecida uma data para a reunião de Astana, mas a porta-voz do ministério russo das Relações Exteriores, Maria Zakharova, disse que o encontro ainda está sendo negociado e, de todos os modos, não substitui as negociações de Genebra, previstas para o início de fevereiro.
Os acordos precedentes de cessar-fogo na Síria, negociados por Rússia e Estados Unidos, não foram consolidados.
Até o momento não há informações sobre se o acordo envolve o grupo Fateh al-Sham (ex-Frente Al-Nusra, braço da Al-Qaeda na Síria).
Na terça-feira, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan criticou a política do Ocidente na Síria, caracterizada, segundo ele, por promessas não cumpridas.
Erdogan também acusou os países ocidentais de apoiar não apenas as milícias curdas sírias, que Ancara considera terroristas, mas também o Estado Islâmico (EI).
A Turquia considera que as milícias curdas ativas na Síria e Iraque, apoiadas pelos Estados Unidos em sua luta contra o EI, são "grupos terroristas" ligados ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), responsável por uma rebelião armada na região sudeste do território turco.
Erdogan recriminou os países ocidentais que não apoiaram a operação militar do exército turco no norte da Síria em apoio aos rebeldes, que nos últimos dias registraram muitas baixas.
O presidente turco confirmou a reunião de Astana e criticou as negociações de Genebra.
"Lamentavelmente, Genebra não deu nenhum resultado. Quantas reuniões aconteceram? Nenhum resultado foi obtido", disse Erdogan.
Nesta quarta-feira, 22 civis, incluindo 10 crianças, morreram em ataques aéreos contra uma cidade sob poder do Estado Islâmico (EI) na região leste da Síria, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Desde 2011, a guerra na Síria provocou a morte de mais de 310.000 pessoas.
copiado  https://www.afp.com/pt/

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