Terrorismo
Tunísia diz que 800 'jihadistas' que regressaram estão detidos ou a ser vigiados
A
Tunísia anunciou hoje ter detido ou estar a vigiar de perto 800
'jihadistas' que regressaram ao país vindos de zonas de conflito na
última década.
"Alguns estão na prisão,
alguns estão em prisão domiciliária e outros estão sob apertada
vigilância", disse o porta-voz do Governo tunisino Iyed Dahmani sobre os
combatentes que voltaram ao país de origem desde 2007.
Cerca
de 3.000 tunisinos juntaram-se às fileiras dos grupos 'jihadistas' que
combatem na vizinha Líbia, bem como na Síria e no Iraque, indicou
Dahmani, embora a ONU apresente um número diferente, 5.000.
Na
quinta-feira, o primeiro-ministro tunisino, Youssef Chahed, declarou
que todos os 'jihadistas' que regressem a casa depois de combater no
estrangeiro serão imediatamente detidos e julgados de acordo com a lei
antiterrorista do país.
O chefe do
executivo precisou ainda que as autoridades têm "listas de todos os
[cidadãos tunisinos] terroristas" e "toda a informação sobre eles".
Na
semana passada, o ministro do Interior, Hedi Majdoub, disse no
parlamento que já regressaram das linhas da frente 800 'jihadistas'.
As
preocupações com o regresso aumentaram desde que o cidadão tunisino
Anis Amri, de 24 anos, foi identificado como o alegado atacante que
atropelou com um camião 11 pessoas num mercado de Natal em Berlim, na
semana passada, depois de ter matado o motorista.
Cidadãos
tunisinos concentraram-se em frente ao parlamento no passado fim de
semana para protestar contra o facto de as autoridades estarem a deixar
os combatentes extremistas regressar ao país.
O Sindicato Nacional das Forças de Segurança Interna instou o Governo a retirar a nacionalidade aos 'jihadistas' tunisinos.
Mas
o Presidente, Beji Caid Essebsi, argumentou, citando a Constituição,
que as autoridades não podem impedir um cidadão nacional de voltar ao
país natal.
Desde a sua Revolução de
Jasmim, em fim de 2010 e princípio de 2011, a Tunísia foi alvo de
repetidos ataques terroristas, que mataram mais de 100 soldados e
polícias, bem como cerca de 20 civis e 59 turistas estrangeiros, de
acordo com números oficiais.
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