CIDH: mortos na 'repressão do Estado' na Nicarágua chegam a 212 Argentina avalia que recuperará ritmo de crescimento até dois em meses

CIDH: mortos na 'repressão do Estado' na Nicarágua chegam a 212

AFP / MARVIN RECINOSHabitantes de Masaya se escondem por trás de uma barricada, em 20 de junho de 2018
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) informou nesta sexta-feira que o número de mortos "pela ação repressiva do Estado" no contexto dos protestos contra o governo na Nicarágua chegou a 212.
Em relatório, a Comissão observa que "a ação repressiva do Estado produziu pelo menos 212 pessoas mortas até 19 de junho, 1.337 pessoas feridas e 507 pessoas privadas de liberdade registradas até 6 de junho".
"A Comissão conclui que o Estado da Nicarágua violou os direitos à vida, integridade pessoal, saúde, liberdade pessoal, reunião, liberdade de expressão e acesso à justiça", afirma o relatório de 97 páginas.
No documento, a CIDH chegou à conclusão de que "a violência do Estado tem como objetivo desestimular a participação em manifestações e reprimir essa expressão de dissensão política".
Portanto, a Comissão faz um apelo ao governo da Nicarágua "para alcançar uma solução constitucional, democrática e pacífica para esta crise de direitos humanos".
A CIDH também anunciou que os integrantes de um Grupo Interdisciplinar de Especialistas Independentes (GIEI) deveriam chegar na Nicarágua a partir de 3 de julho.
Este relatório foi apresentado nesta sexta-feira em uma sessão extraordinária do Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) em Washington.
A sessão começou com um minuto de silêncio pelas vítimas dos protestos que abalaram a Nicarágua desde 18 de abril.
O ministro das Relações Exteriores da Nicarágua, Denis Moncada, anunciou na reunião que seu governo "rejeitava integralmente o relatório apresentado pela CIDH por considerá-lo subjetivo, tendencioso, preconceituoso e notoriamente parcial".
O documento "falta totalmente com a verdade, ofendendo a dignidade dos nicaraguenses", acrescentou.
O secretário-geral da OEA, Luis Almagro, afirmou que o tempo "corre contra a Nicarágua" e reforçou que "é necessária uma resposta política" para resolver as tensões no país centro-americano.
O representante do México junto à OEA, Jorge Lomónaco, expressou sua "profunda preocupação" com o elevado número de vidas perdidas e pediu a "cessação imediata" da violência por todos os atores.
O país da América Central mergulhou numa espiral de violência por protestos contra o governo que começaram em 18 de abril.
Com o agravamento da crise, o governo de Daniel Ortega e a oposição tentam um diálogo político para encontrar uma solução pacífica.
A CIDH fez uma visita a várias regiões da Nicarágua entre 17 e 21 de maio, após um convite formal do governo nicaraguense.
Ex-guerrilheiro da revolução sandinista, Ortega, cujo terceiro mandato presidencial consecutivo termina em 2021, é acusado de nepotismo e de instaurar, com sua esposa e vice-presidente Rosario Murillo, um governo autocrático e corrupto.
As manifestações contra o governo começaram no dia 18 de abril contra uma reforma ao sistema de previdência social, mas se estenderam para pedir justiça pelas mortes de manifestantes e a saída do poder de Ortega.

Argentina avalia que recuperará ritmo de crescimento até dois em meses

AFP / CLAUDIO REYESMinistros da Fazenda argentino Nicolas Dujovne (D) e chileno Felipe Larrain em Santiago em 22 de junho de 2018
A economia argentina vai recuperar "em um ou dois meses" seu ritmo de crescimento e deixará as turbulências para trás, disse nesta sexta-feira em Santiago o ministro da Fazenda, Nicolás Dujovne.
Dois dias depois de o Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovar um empréstimo para a Argentina por 50 bilhões de dólares destinado a enfrentar uma grave crise cambial, Dujovne afirmou que "após um ou dois meses, a Argentina vai poder recuperar um ritmo de crescimento similar ao que tinha antes desta turbulência".
A economia do país, segundo o ministro, estava crescendo desde o quarto trimestre de 2016, mas nas últimas semanas foi abalada por alguns fatores locais e externos, como a mais forte seca em 30 anos, o aumento do preço do petróleo e a valorização do dólar no mundo.
"Isso nos impactou especialmente porque não tínhamos terminado de corrigir os desequilíbrios herdados do governo anterior, principalmente em termos fiscais", explicou o ministro, após se reunir com seu par chileno Felipe Larraín.
Neste cenário, "decidimos preventivamente pegar um financiamento do Fundo e acelerar o cronograma de convergência para o equilíbrio fiscal", estabelecido inicialmente para 2021, passando-o para 2020, disse Dujovne.
Mas, acrescentou, "nosso programa está inalterado, simplesmente buscamos apoio financeiro para reduzir a volatilidade na transição para o equilíbrio fiscal".
Dujovne ainda afirmou que não está nos planos do governo de Mauricio Macri restabelecer impostos que já foram eliminados.
"Nós temos um compromisso de continuar com a redução de impostos dos argentinos", disse o ministro, que após o encontro com seu homólogo chileno se encontraria com o presidente Sebastian Piñera.

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