Vice-presidente da Venezuela sancionada por UE diz que não cederá a 'ameaças' Corpos encontrados na Colômbia são de equipe equatoriana de imprensa Cooperação espacial, migração e Venezuela dominam pauta de Pence no Brasil

Vice-presidente da Venezuela sancionada por UE diz que não cederá a 'ameaças'

afp/AFP/Arquivos / Juan BARRETO(Arquivo) Foto tirada em 30 de julho de 2017 mostra a ex-ministra venezuelana das Relações Exteriores Delcy Rodríguez durante entrevista à AFP em Caracas
A vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, afirmou que não cederá a nenhuma "ameaça" ou "extorsão", após ser sancionada nesta segunda-feira pela União Europeia (UE).
"Nenhuma ameaça, extorsão, medida arbitrária nem chantagem desviarão meu compromisso com a história de liberdade, dignidade e soberania que Simón Bolívar nos legou", escreveu Rodríguez no Twitter, ao rejeitar a decisão que envolve ela e outros dez funcionários do governo venezuelanos.
"O velho mundo imperial e poder algum jamais serão um obstáculo à minha determinação", acrescentou a dirigente.
Os chanceleres europeus reunidos em Luxemburgo sancionaram Rodríguez por "usurpação das competências" do Parlamento por ela presidir a Assembleia Constituinte, que rege a Venezuela com poderes absolutos, além de utilizar o órgão "para atacar a oposição".
Rodríguez, ex-chanceler também sancionada por Estados Unidos e Canadá, considerou "ilícitas" as sanções que a proíbem de viajar à UE e que congelam os ativos que ela possa ter em países do bloco.
"Aproveito a oportunidade para autorizar a Alta Representante (da UE), Federica Mogherini, para dispor de supostos bens em meu nome, que não existem, e dê atenção à crise migratória que tem gerado com suas políticas belicistas, racistas e xenófobas!", ironizou a vice-presidenta, que assumiu o cargo em 14 de junho.
A decisão dessa segunda-feira elevou para 18 os sancionados pela UE por violações à democracia, ao Estado de Direito e aos direitos humanos no país petroleiro.

Corpos encontrados na Colômbia são de equipe equatoriana de imprensa

AFP/Arquivos / Luis ROBAYOHomem segura pano com os rostos da equipe de imprensa do jornal equatoriano "El Comercio" assassinados na Colômbia, em foto tirada em 22 de junho de 2018 em Palmira, na Colômbia
A Procuradoria da Colômbia confirmou nesta segunda-feira (25) que os corpos encontrados em uma região de florestas correspondem aos dos três equatorianos da equipe de imprensa do jornal "El Comercio", de Quito, assassinados em cativeiro por rebeldes dissidentes das Farc.
Os corpos, que foram recuperados nq quinta-feira em uma área fronteiriça, são os do jornalista Javier Ortega (32 anos), do fotógrafo Paúl Rivas (45) e do motorista Efraín Segarra (60), sequestrados em 26 de março, de acordo com o chefe do organismo, Néstor Humberto Martínez.
"Foi informado aos familiares que os corpos efetivamente pertencem aos três jornalistas equatorianos", declarou procurador na cidade de Cali, onde foram realizados os exames forenses e de DNA que permitiram identificar plenamente os restos mortais.
"Este terrível crime não ficará impune e logo a Justiça irá agir para que estabeleçam as responsabilidades correspondentes", sustentou o funcionário em uma breve coletiva de imprensa.
Os corpos agora "serão entregues às autoridades equatorianas, que já colocaram à disposição o transporte aéreo de Cali para isso", indicou o governo de Juan Manuel Santos em um comunicado emitido pela Chancelaria, sem informar a data da viagem.
A equipe do "El Comercio" caiu nas mãos do grupo comandado pelo ex-guerrilheiro Walther Arizala, conhecido como Guacho, quando faziam uma reportagem na fronteira onde agem as facções de traficantes de drogas.
Os três foram assassinados em cativeiro na Colômbia, anunciou o governo equatoriano em 13 de abril. Os sequestradores pretendiam libertar pessoas próximas a Guacho presas no Equador em troca da libertação dos reféns.

Cooperação espacial, migração e Venezuela dominam pauta de Pence no Brasil

AFP / SAUL LOEBO vice-presidente americano, Mike Pence, em Elkhart, em 10 de maio de 2018
Brasil e Estados Unidos vão costurar na terça-feira (26) as negociações para o uso americano da Base de Alcântara, a sensível questão migratória e a crise na Venezuela, durante uma visita do vice-presidente Mike Pence.
Em sua terceira visita à América do Sul - mas a primeira ao Brasil - Pence vai se reunir com o presidente Michel Temer. No dia seguinte, seguirá para Manaus, onde visitará um centro de refugiados venezuelanos e a zona industrial da cidade, antes de continuar sua visita regional em Quito.
Entre os temas na agenda está a negociação para o uso, pelos Estados Unidos, da base de Alcântara, no Maranhão, para o lançamento de satélites.
"A cooperação espacial é um dos temas importantes desta visita", apontou à imprensa o subsecretário de Assuntos Políticos Multilaterais, Europa e América do Norte do ministro brasileiro de Relações Exteriores, Fernando Simas Magalhães.
Será emitido um comunicado conjunto sobre um acordo de cooperação espacial, segundo o diplomata.
As negociações para o uso da base de Alcântara pelos Estados Unidos estão em fase preliminar e uma prioridade no diálogo são as salvaguardas legais e tecnológicas que buscam proteger a propriedade intelectual americana e a soberania nacional.
O diplomata brasileiro admitiu haver um interesse do país e das Forças Aéreas em alcançar um acordo. "Temos ali um filão de mercado extraordinário", destacou.
Alcântara tem a localização ideal para os lançamentos porque está muito perto do Equador. Isso permite economizar até 30% do combustível ou levar mais carga.
Durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, Brasil e Estados Unidos chegaram a um acordo para o uso da base, mas ele foi bloqueado pelo Congresso, que considerou o acerto conflitante com a legislação brasileira.
- Áreas delicadas -
Também será discutida a situação das cerca de 50 crianças brasileiras separadas de seus pais na fronteira dos Estados Unidos, onde mais de 2 mil menores foram separados de suas famílias.
Esse é um dos temos delicados da agenda, e um assunto "importante" no diálogo com os Estados Unidos, afirmou Simas Magalhães.
Na semana passada, o governo nacional expressou sua "preocupação" com o aumento de casos de menores brasileiros separados dos pais.
A situação da Venezuela também será tratada por Temer e Pence, que na quarta-feira visitará um centro de acolhimento de imigrantes do país.
O diplomata brasileiro destacou as contribuições americanas para atender ao "fluxo migratório de venezuelanos na nossa fronteira norte, inclusive contribuição de forma financeira", o que é visto "com satisfação".
Ainda estão na agenda temas como segurança, economia digital, acordos de transporte aéreo e de céus abertos, bem como a aprovação de um acordo de Previdência Social entre os dois países, que entrará em vigor em 1 de outubro.

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