Sem remédio no posto, paciente renal gasta metade do salário para se tratar.

Jadson Oliveira dos Santos, 60, tem problemas todo mês para retirar medicamentos na rede públicaPense em quem vai votar. O povo do Brasil em sua maioria sofre. Mudamos o nosso país ou morremos. 
Dinheiro, privilégios entre outros, os políticos e familiares usufruem.

Dulce.

Sem remédio no posto, paciente renal gasta metade do salário para se tratar

Aliny Gama 
Em Maceió e em Marechal Deodoro (AL)

  • Beto Macário/UOL
    Jadson Oliveira dos Santos, 60, tem problemas todo mês para retirar medicamentos na rede pública
Um paciente percorre 12 km entre Marechal Deodoro, na região metropolitana de Alagoas, e a capital Maceió para tentar conseguir o máximo de medicamentos gratuitos.
Outro gasta metade do salário para completar a lista receitada porque não consegue ir a vários postos. Uma idosa sofre para obter remédios básicos.
A reportagem acompanhou três pessoas em sua "peregrinação" mensal por remédios gratuitos. Eles relataram que é constante a falta de alguns deles em postos de saúde. As prefeituras informam que o problema é eventual e que, quando faltam medicamentos, são solicitados à rede de farmácias (leia mais abaixo).
Esses doentes crônicos são atendidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e têm tido dificuldades para conseguir medicamentos que constam na lista da Rename (Relação Nacional de Medicamentos Essenciais) --a relação completa está aqui: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/relacao_nacional_medicamentos_rename_2017.pdf.
Esse programa lista 1.098 remédios essenciais e que precisam ser acessíveis e estar sempre disponíveis para a população.
Segundo o Ministério da Saúde, existe reforço na distribuição de 26 medicamentos gratuitos e 16 com desconto de até 90% por meio do Programa Farmácia Popular.
Os remédios teriam de ser distribuídos de graça pela rede pública, mas frequentemente os doentes têm de pagar do próprio bolso para não perder a continuidade do tratamento. 
Além das medicações que constam na Rename, eles têm despesas extras com remédios que não são cobertos pelo sistema.
Aliny Gama/UOL
Receituário de Everaldo Caetano da Silva tem marcações do posto de saúde, onde só recebeu quatro dos dez medicamentos prescritos
Paciente renal há cinco anos, Everaldo Caetano da Silva, 46, tem ajuda de parentes para ir de carro à Unidade Básica de Saúde da Barra Nova, povoado de Marechal Deodoro (AL), para apresentar a receita prescrita para ele.
Na última saída, levou quatro medicamentos na sacola. Como a falta é constante, ele já vai preparado para transpor os 12 km até o posto de saúde do Caic (Centro de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente), localizado no bairro Trapiche da Barra, em Maceió.
Ao final da andança, ainda faltaram três remédios e ele gastou R$ 300.
Além de ser paciente renal crônico, Silva é cardiopata e sofre de hipertensão. "Se eu não tomar a medicação toda, seguindo à risca a receita, corro risco de morte, porque minha pressão arterial chega a 22 por 12 [o normal seria 14 por 8]. Então, me esforço financeiramente e compro todos os remédios que o posto deveria me fornecer e estão em falta", afirma.
Há um ano, Jadson Oliveira dos Santos, 60, sofre de um problema crônico nos rins. Conta que recebe um salário mínimo de aposentadoria e gasta metade do valor em medicação porque não consegue pegar gratuitamente os 12 remédios de sua receita.
No início do mês, Santos passou no posto de saúde mais próximo de sua casa, no bairro Jacintinho, na capital alagoana, para pegar os remédios. Saiu com cinco na sacola.
Debilitado, ele também contou com ajuda de familiares para ir ao Trapiche da Barra, a cerca de 8 km de distância, ao saber por colegas do hospital que tinha mais medicamentos disponíveis na farmácia do posto de saúde do Caic. Ainda assim, não foi suficiente: faltaram quatro remédios. Segundo ele, a soma chegou a R$ 330. 
Aliny Gama/UOL
Receituário do paciente renal Everaldo Caetano da Silva, 49, que gasta cerca de R$ 300 por mês com medicamentos em falta em postos de saúde
"Na realidade, eu nunca consegui pegar todos de uma vez. Dois ou três eles até entregam. Às vezes consigo o metildopa [medicação para controlar a pressão arterial] de 250 mg, mas minha dose é de 500 mg. Para eu não ter problemas com o tratamento da hemodiálise e poder controlar a pressão arterial, compro na farmácia a medicação restante, que é a mais cara", diz ele.
"Na primeira semana do mês, só me deram dez envelopes de cloridrato de propanolol (medicação para controlar pressão arterial). Na semana seguinte, consegui mais dez envelopes. Também peguei outros dez envelopes de metildopa", diz. O resultado? "A medicação não deu para a metade do mês."
Hipertensa e com problemas na tireoide, a professora Denise da Silva, 63, pena até para conseguir o básico: losartana, para hipertensão, e omeprazol, para a acidez no estômago.
"O responsável pela farmácia do posto me informou que não tinha losartana e omeprazol. Então, tive despesa extra com medicação. Se eu ficar sem tomar, a pressão sobe direto", conta.

O que dizem as prefeituras

A reportagem do UOL procurou a Prefeitura de Maceió para que explicasse a falta de medicamentos nos postos da capital. Em nota, o município afirmou que faltam omeprazol, hidralazina e varfarina sódica.
Segundo explicou a prefeitura, o omeprazol "parou de ser fabricado, pois não há mais matéria-prima e também porque foram feitos estudos de que ele faria mal à saúde". Entretanto, a afirmativa é desmentida pelo Ministério da Saúde, que afirmou que o omeprazol consta da lista da Rename e está sendo fabricado normalmente no país. 
"O Ministério da Saúde informa que o omeprazol faz parte do componente básico da assistência farmacêutica, em que a responsabilidade pela aquisição dos medicamentos é tripartite, ou seja, União, estados e municípios. Nesse caso específico, o ministério repassa recursos para o estado e municípios fazerem a aquisição do medicamento por meio da assistência farmacêutica. A pasta informa que o repasse está regular", diz a pasta.
Já a hidralazina e a varfarina sódica "estavam em falta na unidade, mas o setor de farmácia do posto já fez o pedido à Central de Abastecimento Farmacêutico e o remédio deve chegar nos próximos dias". Nesta quinta-feira, a farmácia ainda não tinha os medicamentos.
Sobre o cloridrato de amiodarona, a Prefeitura de Maceió afirmou que o Caic não solicitou esse medicamento para o setor de farmácia. Segundo a administração do posto, pacientes não procuraram este remédio nos últimos dias.
A Prefeitura de Marechal Deodoro informou que a Central de Abastecimento Farmacêutica da Secretaria de Saúde não foi notificada sobre a falta do medicamento losartana na Unidade de Saúde da Barra Nova.
A prefeitura ainda afirma que lonidina, hidralazina e varfarina sódica não fazem parte da relação da lista obrigatória para a atenção básica do Ministério da Saúde. Entretanto, a varfarina sódica está na lista da Rename.

Problema em hospital do Piauí

A falta de medicamentos também foi constatada na maior unidade de urgência e emergência do Piauí. No HUT (Hospital de Urgência de Teresina) faltam seringas, luvas e centenas de medicamentos.
Diante do problema, o Tribunal de Justiça do Piauí determinou que a FMS (Fundação Municipal de Saúde) abasteça a farmácia do HUT no prazo de 30 dias, contado a partir desta segunda-feira (23). A fundação tem de repor o estoque para manter o hospital por um período mínimo de três meses.
O juiz Aderson Antônio Brito Nogueira determinou uma multa de R$ 10 mil por dia em caso de descumprimento da decisão.
A denúncia do promotor Eny Marcos Pontes se baseou em uma vistoria realizada pelo Conselho Regional de Medicina. Foi constatada a falta de medicamentos e insumos na sala de estabilização, nas salas de atendimento, no setor de hemodiálise, nas UTIs adulto, pediátrica e neurológica, além de no posto, no laboratório e na própria farmácia.
Segundo a promotoria, faltam soro fisiológico, luvas, máscaras de proteção e até um anticoagulante usado na prevenção da trombose.
O hospital disse à reportagem que dispõe em estoque mais de 800 itens padronizados. Em 12% da lista, há alternativas para substituição se houver falta.
"O HUT mantém em seu estoque vários tipos de medicamentos e insumos que podem ser utilizados para substituir, sem prejuízo para o tratamento dos pacientes. Todos os itens citados possuem estoque em quantidade suficiente para três meses ou mais", afirma o hospital, destacando que as faltas de medicamentos e insumos ocorrem "eventualmente".
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Brasileiros criam mercado paralelo de remédios na Irlanda5 fotos

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Quem está indo para a Irlanda publica um comentário no grupo "Classificados Dublin", no Facebook, dizendo em qual dia vai viajar e que aceita pedidos. Além do valor dos medicamentos, diversos usuários pedem algum tipo de pagamento pela entrega, outros não. Brasileiros que vivem na Irlanda utilizam as redes sociais para comprar medicamentos aos quais já estejam acostumados, evitando assim a ida ao médico. Muitos medicamentos não seguem as normas da União EuropeiaImagem: Reprodução/Facebook

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Uma proposta que tramita na Câmara dos Deputados propõe o fim do contrato de trabalho intermitente, no qual o empregado recebe apenas pelas horas em que trabalhar. Criada pela reforma trabalhista, em vigor desde novembro do ano passado, a modalidade de trabalho intermitente não prevê garantia de trabalho mínimo. Se o empregado não for chamado pela empresa, ele não trabalha e não recebe.


Proposta prevê fim do trabalho por hora, criado pela reforma trabalhista

Do UOL, em São Paulo
Criada pela reforma trabalhista, em vigor desde novembro do ano passado, a modalidade de trabalho intermitente não prevê garantia de trabalho mínimo. Se o empregado não for chamado pela empresa, ele não trabalha e não recebe. 
Autor do projeto, o deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) afirma que esse tipo de contratação fere o princípio da dignidade humana por não garantir o salário mínimo mensal para o empregado. "Ele frustra a garantia do pleno emprego, pois haverá contrato de trabalho sem trabalho e sem salário na inatividade, por interesse do empregador."
O deputado diz, ainda, que a reforma trabalhista não conseguiu gerar novos empregos. "O que se tem visto é desanimador: demissões em massa; ofertas de vagas de trabalho em condições cada vez mais precárias; trabalhadores sendo condenados ao pagamento de honorários", diz. 

Home office

O texto também faz com que os empregados em regime de teletrabalho estejam submetidos a uma jornada de trabalho definida, a menos que esse controle não seja possível. Teletrabalho, também conhecido como home office, é aquele que o empregado normalmente faria no escritório, mas passa a fazer de casa, usando computador e smartphone, por exemplo.
Com as mudanças introduzidas pela reforma trabalhista, as regras sobre jornada de trabalho que valem para os demais trabalhadores passaram a não valer para quem faz home office. Assim, esse funcionário não tem desconto no salário e não recebe advertência por chegar atrasado, mas também não ganha por hora extra e não tem limite de jornada. 
Para Molon, esse ponto da reforma é injusto porque a comprovação do controle de frequência do trabalhador pode ser feito através de sistemas de informática, como monitoramento por sistema de câmera, por exemplo.
A proposta tramita em caráter conclusivo (quando é dispensada a deliberação do Plenário) e será analisada pelas comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Vagas de trabalho intermitente

Segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados pelo Ministério do Trabalho, o Brasil voltou a perder vagas com carteira assinada em junho, após cinco meses seguidos de resultados positivos. No mês passado, o número de demissões (1.168.192) superou o de contratações (1.167.531 contratações), com um saldo de 661 postos de trabalho fechados.
Ainda assim, o resultado foi positivo no acumulado do primeiro semestre: mais 392.461 empregos com carteira assinada.
Com relação ao trabalho pago por hora, junho terminou com a criação de 2.688 vagas com contrato intermitente. 
(Com Agência Câmara e Estadão Conteúdo) 

COMO A REFORMA TRABALHISTA AFETA A SUA VIDA?

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A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) voltou atrás e decidiu derrubar a resolução normativa 433, que definia regras para a cobrança de franquia e coparticipação em planos de saúde, e fazer novas audiências públicas sobre o tema. A revogação foi sugerida pelo diretor de desenvolvimento setorial da ANS, Rodrigo Aguiar, em uma reunião do órgão nesta segunda-feira (30).

REVOGOU MUDANÇA NAS REGRASANS recua e derruba coparticipação de 40% e franquia em plano de saúde

A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) voltou atrás e decidiu derrubar a resolução normativa 433, que definia regras para a 
cobrança de franquia e coparticipação em planos de saúde, e fazer novas audiências públicas sobre o tema. A revogação foi sugerida pelo diretor de desenvolvimento setorial da ANS, Rodrigo Aguiar, em uma reunião do órgão nesta segunda-feira (30). 
A resolução normativa 433 permitia que as operadoras cobrassem dos clientes até 40% do valor de cada procedimento realizado e estabelecia limites para a cobrança de franquia (similar à de seguro de carro). A medida, no entanto, havia sido suspensa provisoriamente pelo STF (Supremo Tribunal Federal) antes mesmo de entrar em vigor.
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'Um passo atrás'

Em seu relatório, Aguiar diz que "a ANS previa uma absorção positiva das novas regras pela sociedade, especialmente pelos consumidores", mas que "o que se observou não foi isso" e que a resolução "causou grande apreensão na sociedade".
Presente na reunião, a diretora de normas e habilitação dos produtos da ANS, Simone Freire, concordou com a sugestão do relator e votou pela derrubada da resolução. "É de fato uma medida salutar que a gente dê um passo atrás para dar passos à frente num momento em que as normas não são compreendidas, o que a gente fala não é devidamente compreendido", afirmou.
A diretora da agência também sugeriu fazer audiências públicas fracionadas, em lugares diferentes, para dar mais oportunidade de mais pessoas interagirem, já que o tema causou tanta apreensão na sociedade.

Sob pressão

As novas regras para os planos de saúde vinham sendo duramente criticadas por algumas entidades, entre elas a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e o Procon, que alegavam que os gastos com plano de saúde poderiam até dobrar, caso a resolução entrasse em vigor.
A decisão da ANS veio após a presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministra Cármen Lúcia, suspender provisoriamente os efeitos da resolução antes mesmo de ela entrar em vigor.
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