Rebeldes sírios se rendem no sul da Síria
AFP / OMAR HAJ KADOUR
Ônibus evacua habitantes de Fua e Kafraya
Rebeldes do sul da Síria aceitaram nesta quinta-feira
(19) abandonar a província de Quneitra, vizinha da parte das Colinas de
Golã anexada por Israel, após vários acordos que permitem ao regime
retomar o controle de setores estratégicos da região.O anúncio aconteceu pouco depois da evacuação de duas localidades governamentais cercadas pelos insurgentes na província de Idlib, no norte da Síria, acordada na terça-feira.
Utilizando uma estratégia que combina violentas ofensivas com negociações, as forças do governo já retomaram mais de 90% da província de Deraa, onde ocorreram os primeiros protestos contra o regime em 2011.
Após a reconquista de Deraa, a aviação síria passou a bombardear a província de Quneitra.
Submetidos a uma intensa pressão, os rebeldes aceitaram ceder Quneitra e a zona tampão às forças governamentais, indicaram nesta quinta-feira à AFP o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) e um rebelde.
O acordo prevê "um cessar-fogo, o abandono (por parte dos rebeldes) da artilharia média e pesada e o retorno das instituições governamentais" a Quneitra (sudoeste), afirmou o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman.
Os insurgentes que se negarem a entregar as armas serão transferidos para zonas sob controle rebelde na província de Idlib.
O acordo não inclui os membros do grupo extremista islâmico Hayat Tahrir al-Sham, ex-facção da Al-Qaeda na Síria.
AFP / OMAR HAJ KADOUR
Miliciano do grupo jihadista Hayat Tahrir al Sham observa comboio de evacuados
A agência oficial Sana afirmou que o acordo permitirá
ao regime recuperar suas posições de antes de 2011, quando começou a
guerra, sem fornecer mais detalhes. Desde a guerra de 1967, Israel ocupa
1.200 km2 da meseta das Colinas de Golã, cuja anexação em 1981 nunca
foi reconhecida pela comunidade internacional.Com o apoio de seus aliados Irã e Rússia, Bashar al-Assad está determinado a retomar o controle de todo país. Atualmente, controla 60% do território sírio.
A fase final da evacuação começou pouco depois da meia-noite. Durante várias horas, 120 ônibus deixaram as duas aldeias e se dirigiram para Al-Eis, localidade que separa Idlib e o sul de Aleppo, controlado pelo governo.
"Deixamos nossas casas. Algumas crianças nunca viram uma maçã em suas vidas", declarou à AFP Chilian Chuweich, moradora de Fua evacuada com seu marido e dois filhos.
"Após a chegada dos primeiros ônibus em território do regime, este começou a libertar os prisioneiros, conforme o acordado", declarou Abdel Rahman à AFP.
"Os combatentes da Hayat Tahrir al-Sham entraram nas duas localidades" após o fim da evacuação, informou uma fonte do grupo extremista.
Segundo o OSDH, o acordo concluído por russos e turcos estabelece que as tropas do governo não podem atacar a província de Idlib, na fronteira com a Turquia, mas rodeada por territórios sob controle do regime.
Organizações de direitos Humanos alertaram que as evacuações podem equivaler a deslocamentos forçados.
Deflagrada em 2011 após a repressão sangrenta de manifestações contra Assad, a guerra civil causou a morte de mais de 350.000 pessoas e milhões de deslocados e refugiados.
Em Israel, premiê húngaro promete "tolerância zero" com antissemitismo
POOL/AFP / DEBBIE HILL
Viktor Orban (E) e Benjamin Netanyahu
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, prometeu
nesta quinta-feira (19) "tolerância zero" com o antissemitismo no início
de uma polêmica visita a Israel.Orban foi acusado de incentivar o antissemitismo na Hungria com sua campanha contra George Soros, o multimilionário americano de confissão judia e origem húngara.
Esta cordialidade entre Orban e Netanyahu foi menos evidente durante o encontro entre o premiê húngaro e o presidente de Israel, Reuven Rivlin, que advertiu a ele sobre os perigos do "neofascismo".
"A Hungria tem uma política de tolerância zero com o antissemitismo", defendeu Orban antes de se reunir ocm Netanyahu, que celebrou os milhões de dólares investidos pela Hungria na renovação de sinagogas.
O governo Orban é uma das referências da ultradireita na Europa e faz parte da aliança de países do Leste Europeu (Hungria, Polônia, Eslováquia e República Tcheca), conhecida como Visegrado, cujas posições nacionalistas preocupam outros países da União Europeia.
A Hungria se absteve na votação da ONU que condenava o reconhecimento dos Estados Unidos de Jerusalém como a capital de Israel.
Junto com a República Tcheca e a Romênia, bloquearam uma declaração conjunta da UE contra a polêmica decisão de G20 de transferir a embaixada americana de Tel Aviv para Jerusalém.
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