Não temos receio algum de um governo Bolsonaro, afirma presidente da CNI
Aplausos em evento para empresários evidencia entusiasmo com presidenciável do PSL, diz Andrade
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Senhor Bolsonaro,
Não queremos ditadura! Basta o que passamos, quem perdeu família, os quais desapareceram, os que saíram do Brasil e muitos morreram despatriados
Significado de Despatriado. Que foi expulso do país onde nasceu ou onde reside como cidadão; expatriado, exilado. Que não possui pátria, que perdeu a nacionalidade do país onde nasceu e não adquiriu outra; apátrida.General Mourão prepara curso para candidatos das Forças Armadas à eleição
Thais BilenkySão PauloO presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Robson Braga de Andrade, afirmou que empresários não temem eventual vitória de Jair Bolsonaro (PSL) na eleição presidencial.
"Queremos um presidente que faça o Brasil se desenvolver e não temos receio, de forma alguma, de um governo de Jair Bolsonaro, de direita, ou de quem quer que seja", disse.
"O que a gente vê, não só no empresariado, é que as pessoas querem um presidente em 2019 que tenha firmeza e autoridade, mas também responsabilidade", complementou.
A simpatia do setor da indústria à pré-candidatura do capitão reformado ficou evidente em evento da CNI há 15 dias com seguidas salvas de palmas. "Foi o mais aplaudido? Foi, foi o mais aplaudido", afirmou Andrade.
Nenhum presidenciável, porém, apresentou propostas concretas, afirmam os empresários, apenas sinalizações.
Bolsonaro "diz aquilo que nós ansiamos ouvir todos os dias", afirmou Carlos Trombini, presidente do Sindicato da Indústria da Refrigeração, Aquecimento e Tratamento de Ar de SP, que não declara apoio a nenhum nome.
"Ele tem aquela maneira de comunicar mais despojada, vamos dizer assim, mais contundente. Ao comentar ações que tomaria em defesa da indústria, trouxe alento. Estamos sofrendo bastante."
Para Flávio Roscoe Nogueira, presidente da Federação das Indústrias de Minas, a aprovação a Bolsonaro "é uma reação natural". "Percebo que ele não tem medo de enfrentar as questões, fala abertamente a favor da reforma trabalhista, enquanto os outros não são tão agressivos. E todo mundo está careca de saber que ela foi tímida", disse.
Depois de declarações como a de Ciro, segundo quem a flexibilização foi uma selvageria, o mineiro contra-atacou. "Tem candidato que até defende que acabe a reforma trabalhista. Você fica perplexo."
Nogueira atribuiu ao "desânimo generalizado" do empresariado o entusiasmo com declarações pela melhora no ambiente de negócios. "Bolsonaro escolheu uma boa equipe econômica, isso tem que ser dito, talvez seja a melhor", afirmou, referindo ao grupo capitaneado pelo economista Paulo Guedes.
Alckmin, por sua vez, tem como coordenador do programa de governo na economia Persio Arida, um dos idealizadores do Plano Real.
"Gosto do perfil do Alckmin, mais flexível", elogiou o dirigente mineiro. "Ele tem uma percepção sobre o processo, não vai fazer nada sozinho."
Ao mesmo tempo, Nogueira minimizou críticas feitas ao alegado despreparo do deputado do PSL, que com frequência diz ser ignorante em determinados temas.
"Nenhum dos nossos pretéritos presidentes entendeu de economia, não precisa disso para ocupar o cargo. Aquele que acha que sabe tudo, para mim, é o maior risco."
Presidente em exercício da Federação das Indústrias do Acre, Adelaide de Fátima expressou cautela com o entusiasmo que Bolsonaro desperta no meio empresarial.
"Ele disse, e foi aplaudido, que ninguém é obrigado a saber de tudo. É verdade. Mas me preocupa, sim. Busco pessoas que têm conhecimento das instituições que estão aí."
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Horácio Lafer Piva disse também que se espanta com o fato do centrão comandar a cena política
Líder nas pesquisas, aplaudido por industriais, ovacionado como mito em aeroportos.
A combinação destes fatores tem dado a sensação no mercado financeiro e entre grandes empresários de que Jair Bolsonaro, mesmo afeito a declarações polêmicas, parece não representar uma ameaça à economia do país.
Os partidos que compõem esse grupo —DEM, PP, PRB e Solidariedade— estão sendo hoje paparicados pelas candidaturas de Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB), pela força que podem trazer às suas campanhas, principalmente em tempo de televisão. O MDB, para ele, também é outro grande centro de interesses.
“Acreditar demais neste momento nos candidatos é perda de tempo”, diz Piva. “Quais são as demandas do centrão? Só vamos saber mais adiante. Me proponho a acreditar no que os candidatos estão dizendo só depois de já terem negociado.”
O centrão tem tido força para barrar votações consideradas importantes pelos empresários, como aconteceu com a reforma da Previdência. E também para apoiar outras reformas consideradas ruins pelo empresário, como a política.
“Maior golpe que teve no Brasil foi o da reforma política, que manterá a política na mãos dos mesmos”, diz Piva, referindo-se às mudanças nas regras que na prática inviabilizam o potencial de novas candidaturas para o Legislativo.
Na sua avaliação, apenas quatro têm chances reais de se eleger: Alckmin, Bolsonaro, Ciro e Marina. De antemão, coloca dúvidas sobre uma chance real de transferência de votos de Lula a um candidato do PT, que ele acredita será Fernando Haddad.
Marina, segundo Piva, tem grande potencial de se mostrar como uma alternativa ao eleitor desalentado, desde que consiga se destacar na campanha. A candidata terá apenas 10 segundos de tempo de TV.
Alckmin depende das coligações para decolar e Ciro tem se colocado como uma opção de centro, mesmo que de esquerda. “Mas é muito cheio de certezas e com viés muito estatizante”.
No cenário traçado nas conversas entre empresários e representantes de mercado financeiro, só há uma certeza: a de que ninguém tem certeza. “Mesmo aqueles que tentam apontar as certezas não estão tão certos quando pressionamos um pouco”, diz Piva.
copiado https://www1.folha.uol.com.br/poder/
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