SOCORRO DIREITOS HUMANOS!!!!! Professora da UnB deixa Brasília após ser alvo de ameaças de morte A professora precisou sair de Brasília após ser acuada por um grupo de indivíduos, que ainda não foram identificados, na saída de um evento ontem (quarta,18).

Professora da UnB deixa Brasília após ser alvo de ameaças de morte

No marco da celebração dos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) e dos 20 anos da Declaração sobre os defensores dos direitos humanos (1998), o Sistema das Nações Unidas no Brasil reafirma seu compromisso em apoiar o Estado brasileiro para fortalecer o Programa Nacional de Proteção a Defensoras e Defensores de Direitos Humanos e solicita às autoridades que sejam tomadas as medidas cabíveis para assegurar a proteção e a integridade de Debora Diniz, com a devida punição dos agressores.”
A professora da faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UnB) Débora Diniz teve de deixar a cidade após ser alvo de ataques pela internet por ser uma das selecionadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para falar a favor da descriminalização do aborto em audiência pública marcada para os dias 3 e 6 de agosto.
A professora precisou sair de Brasília após ser acuada por um grupo de indivíduos, que ainda não foram identificados, na saída de um evento ontem (quarta,18).
A coordenação do Programa de Pós-Graduação em Direito (PPGD) da UnB e a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgaram notas de repúdio aos ataques e de apoio a Débora (leia as íntegras mais abaixo).
A reitoria da UnB afirmou que está acompanhando o caso desde o início das ameaças e que o levará para o Conselho de Direitos Humanos da universidade. “A reitora Márcia Abrahão encaminhou uma carta de apoio à professora Debora Diniz há algumas semanas e segue em contato com a docente”, diz nota encaminhada pela assessoria da instituição.
Na semana passada, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) pediu a inclusão da antropóloga no Programa de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos do governo federal dada a gravidade das ameaças feitas a ela.
A ministra Rosa Weber convocou a audiência pública no início de abril. Weber é relatora da Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 442, que questiona dois artigos do Código Penal que proíbem a interrupção voluntária da gravidez. Foram selecionados cerca de 40 expositores, contra e a favor, para debater a questão.
Débora, que também é fundadora da organização não-governamental Anis - Instituto de Bioética, foi uma das consultoras da elaboração da ADPF e passou a ser alvo de xingamentos e ameaças por sua posição favorável à descriminalização do aborto até a 12ª semana de gravidez.
Em abril, os ataques contra ela começaram a se intensificar. Em junho ela formalizou queixa na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam).

Leia a íntegra da nota da ONU:
O Sistema das Nações Unidas no Brasil expressa a sua preocupação e repudia as manifestações de ódio e ameaças direcionadas à pesquisadora e professora da Universidade de Brasília (UnB), Debora Diniz. Ativista de longa data pela saúde pública e universal, é internacionalmente reconhecida por seu trabalho e ativismo em questões relacionadas à saúde e direitos sexuais e reprodutivos das mulheres.
Debora denunciou em junho às autoridades e meios de comunicação os ataques e ameaças de morte que vem sofrendo nos últimos meses por telefone, cartas e redes sociais. Ela também relatou insultos machistas e misóginos proferidos contra ela nesse contexto.
A ONU no Brasil considera inaceitáveis os ataques e ameaças feitas à professora, que ocorrem em um contexto de crescente número de assassinatos de defensoras e defensores de direitos humanos no Brasil.
No marco da celebração dos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) e dos 20 anos da Declaração sobre os defensores dos direitos humanos (1998), o Sistema das Nações Unidas no Brasil reafirma seu compromisso em apoiar o Estado brasileiro para fortalecer o Programa Nacional de Proteção a Defensoras e Defensores de Direitos Humanos e solicita às autoridades que sejam tomadas as medidas cabíveis para assegurar a proteção e a integridade de Debora Diniz, com a devida punição dos agressores.”

Leia a nota da UnB:
A Universidade de Brasília está acompanhando a situação desde o início das ameaças. A reitora Márcia Abrahão encaminhou uma carta de apoio à professora Debora Diniz há algumas semanas e segue em contato com a docente. Debora Diniz pertence ao quadro de servidores da UnB e encontra na instituição todo o apoio para seguir com suas atividades. A UnB levará o caso para discussão no Conselho de Direitos Humanos da instituição. Reiteramos que a Universidade tem, entre seus princípios, a liberdade de cátedra e o compromisso com a paz e os direitos humanos e repudiamos quaisquer manifestações de ódio e intolerância.

Leia a íntegra da nota da Faculdade Direito da UnB:
A Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade de Brasília (PPGD/UnB), em conjunto com a Representação Discente do PPGD/UnB, vem a público manifestar o seu apoio institucional à Professora Doutora Debora Diniz, em razão de seu trabalho de defensora de direitos humanos. A professora tem sido alvo de ameaças de violência e agressões por meio de discursos de ódio: desde abril deste ano, a docente recebe ameaças anônimas, via mídias sociais e por seu celular pessoal. Diante destas circunstâncias, o PPGD reafirma seu compromisso pela defesa da integridade e liberdade da professora Debora Diniz, de modo a ampliar o debate público sobre a liberdade de cátedra e atuação de defensores e defensoras de direitos humanos no país. O discurso público sobre quaisquer temas devem ocorrer em respeito à democracia, que aceita a divergência, mas não tolera a perseguição e a incitação à violência.
Ana Claudia Farranha
Coordenação do Programa de Pós Graduação em Direito da Universidade de Brasília
PPGD/UnB
copiado https://noticias.uol.com.br

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