O Google e as eleições presidenciais: as fotos mais associadas aos candidatos
Google Imagens
Uma imagem vale mais do que mil palavras. E centenas, milhares de
imagens? Os principais pré-candidatos presidenciais têm procurado, de
todas as formas, ocupar espaços no noticiário. Suas imagens se
multiplicam por sites e portais de notícia e pelas redes sociais. Mas
como eles têm aparecido no Google imagens, o buscador focado apenas em
resultados através de fotos? A lógica é simples: quanto mais uma imagem é
buscada – assim como acontece com uma informação – mais bem posicionada
ela aparece. Como o fluxo de acesso é muito rápido, o topo das buscas
por relevância muda a todo instante. Um fato novo pode catapultar uma
foto para o alto. Evidentemente, todos os candidatos têm equipes de
especialistas na rede que “trabalham” para deixar na frente das buscas
fotos – e notícias – que sejam positivas. Mesmo levando em conta essa
dinâmica, é possível ter uma ideia de como os pré-candidatos estão na
foto – literalmente.
Quais as dez primeiras fotos de Lula, Bolsonaro, Alckmin, Marina e
Ciro numa busca feita agora (o meu agora será diferente do momento em
que você ler esse texto, mas as variações não comprometem a avaliação
geral) no Google Imagens? O tucano Geraldo Alckmin é o mais careteiro.
Das dez primeiras fotos em que aparece, em sete está fazendo alguma
careta. Na primeira, aparece com a mão espalmada e o rosto tenso. A foto
foi muito usada em matérias que falavam de sua esperança em uma
possível aliança com o DEM – partido que cogita acordo com o também
pré-candidato Ciro Gomes. Em apenas uma das dez fotos ele aparece
sorridente. Reprodução/Google Imagens.
Alckmin consegue ser menos sorridente que a geralmente sisuda Marina
Silva. Das dez primeiras fotos de Marina no Google, em quatro ela sorri –
uma delas ao lado de Aécio Neves, diga-se de passagem, com quem fez par
no segundo turno das últimas eleições presidenciais.
Curiosidade: dos cinco nomes, apenas o de Marina parece não ser forte
o suficiente, ou talvez seja comum demais, para estar vinculado à
candidata. Marina Silva/Divulgação
As imagens que aparecem quando se busca apenas por Marina são
de…marinas, estruturas usadas para atracar barcos. É preciso buscar por
Marina Silva.
Ciro Gomes parece estar vestindo sempre o mesmo terno nas dez
primeiras fotos que aparecem no Google. Muda a cor da gravata, ou
simplesmente a descarta. Em nenhuma foto sorri de verdade, mas tampouco a
imagem que fica é de um ranzinza. Parece estar sempre palestrando. Amcha/Divulgação
Sua foto mais popular no buscador, no momento dessa pesquisa,
mostrava o pré-candidato, concentrado, gravata vermelha, participando de
um evento da Amcham, a Câmara Americana de Comércio, em São Paulo, para
apresentar suas propostas de governo.
A foto mais popular de Bolsonaro no buscador de imagens do Google é
mesmo uma das que mais marcaram o candidato. Mostra o candidato com os
dois dedos indicadores apontados para quem o fotografava, olhar
desafiador, imitando o movimento de quem atira com as duas mãos. Reprodução/Google Imagens
A foto é icônica por ser Bolsonaro um defensor ferrenho do porte de
arma, de uma polícia exterminadora e das arbitrariedades cometidas na
ditadura militar – tortura contra militantes de esquerda, inclusive.
“Arma é garantia de nossa liberdade”, costuma repetir. A pose virou uma
espécie de simbolo de campanha tanto que ele a repete em outras duas de
suas dez fotos mais buscadas.
A foto que primeiro aparece quando se escreve Lula no Google Imagens é
extraída de um vídeo, de julho, em que explica por que é candidato a
presidente. Em apenas uma foto Lula sorri, uma foto de divulgação, antes
de sua prisão. Lula/Divulgação
As demais fotos ilustram textos que tratam de sua prisão, portanto, é
compreensível que as fotos escolhidas não tragam um Lula exultante.
Lula, como se sabe, é o único de todos que há mais de três meses não
pode produzir uma foto nova. Nem entrevista lhe autorizam a conceder.
Uma dessas fotos, muito forte, mostra Lula com o olhar perplexo, mão
sobre a boca. Naquele momento ele estava em cima de um carro de som após
discursar na porta do Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo. Se
entregaria à Polícia Federal horas depois para uma prisão que já passa
dos 100 dias – e ainda deixa o mundo político em um impasse completo.
copiado https://osdivergentes.com.br/
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