EUA encerram acordos comerciais preferenciais com Índia e Turquia
AFP / MANDEL NGAN(Arquivo) A decisão foi tomada a pedido do presidente americano, Donald Trump
Os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira que irão encerrar os acordos comerciais preferenciais com Índia e Turquia, alegando que as duas potências "já não cumprem" os critérios necessários para se beneficiarem do programa".
"Os Estados Unidos pretendem acabar com o status da Índia e Turquia de países em desenvolvimento beneficiários do GSP (sigla em inglês do Sistema Geral de Preferências)", programa que lhes permite uma penetração maior no mercado americano, anunciou em comunicado o gabinete do representante americano de Comércio (USTR).
Segundo Washington, a Índia não ofereceu garantias de que permitiria o acesso requerido a seu mercado, enquanto a Turquia está "suficientemente desenvolvida economicamente", motivo pelo qual ambas não se qualificam mais para o programa.
A nota destaca, ainda, que a decisão foi tomada a pedido do presidente americano, Donald Trump.
Sob o programa GSP, certos produtos podem entrar nos Estados Unidos livres de impostos se os países cumprirem os critérios de elegibilidade, incluindo "proporcionar aos Estados Unidos um acesso equitativo e razoável ao mercado".
"A Índia implementou uma ampla gama de barreiras comerciais que geram efeitos negativos sérios no comércio dos Estados Unidos", indica o comunicado.
No caso da Turquia, o USTR alegou que, após ser designada beneficiária do GSP, em 1975, mostrou "um alto nível de desenvolvimento econômico", o que significa que pode ser "graduada" do programa.
Banco da Inglaterra alerta para o risco financeiro de um Brexit sem acordo
AFP / Tolga AkmenBandeira britânica e outras da União Europeia durante protesto contra o Brexit, em 4 de março, em frente ao Parlamento de Londres
O sistema financeiro europeu pode ser desestabilizado se a Grã-Bretanha deixar a União Europeia sem um acordo, alertou, nesta terça-feira (5), o Banco da Inglaterra, que também anunciou o lançamento de empréstimos em euros para os bancos britânicos.
Londres é o principal centro financeiro europeu e numerosas entidades localizadas na capital britânica ou em outros lugares no Reino Unido fornecem serviços financeiros para toda a Europa.
No entanto, o Banco da Inglaterra alertou, no relatório de sua última reunião de política financeira, que esses grupos "ainda não estão em condições de oferecer todos os seus serviços financeiros a clientes europeus", no caso de um eventual Brexit sem acordo - e, portanto, sem período de transição - em 29 de março.
"É possível que haja perturbações nos serviços transfronteiriços e, na ausência de outras medidas por parte das autoridades da UE, persistam alguns riscos potenciais para a estabilidade financeira europeia", alertou.
Contactado pela AFP, o Banco Central Europeu (BCE) se recusou a comentar essa declaração.
De acordo com o Banco da Inglaterra, as famílias e empresas europeias serão as primeiras a serem prejudicadas, mas "também devemos esperar que as perturbações impactem o Reino Unido de uma maneira que não podemos antecipar ou parar totalmente".
O comitê de política financeira da instituição britânica ressaltou que já tomou medidas para que as instituições financeiras europeias possam continuar a operar no país e vender seus serviços aos britânicos, mas lamentou que tantos esforços não estão sendo feitos pelo lado europeu.
"Os responsáveis europeus não estão conduzindo ações similares", afirmou, o que tem obrigado os bancos britânicos a transferir seus clientes europeus para suas filiais no continente, criticou o Banco de Inglaterra.
A instituição admitiu, contudo, que desde a última reunião do comitê de política monetária em novembro foram registrados avanços do lado europeu.
Neste contexto, recentemente, a UE autorizou três câmaras de compensação britânicas a continuar suas atividades no continente por doze meses no caso de Brexit sem acordo.
- Volatilidade nos mercados -
O banco central aproveitou a oportunidade para insistir na solidez do sistema financeiro britânico, afirmando que está "preparado para uma ampla gama de riscos, incluindo o de um Brexit abrupto".
Além disso, as entidades britânicas podem obter liquidez em euros, e não apenas em libras e dólares, após o Brexit, caso seja necessário, anunciou a instituição.
Por sua parte, os bancos europeus também vão poder obter empréstimos em libras esterlinas. Estas operações, realizadas em coordenação com o BCE, serão realizadas todas as semanas.
Na semana passada, o Banco da Inglaterra já havia anunciado um aumento na frequência de seus empréstimos em libras esterlinas, em um momento de grande incerteza, menos de quatro semanas antes da data planejada para o Brexit.
O Banco alertou, no entanto, que "estabilidade financeira não significa estabilidade dos mercados", antecipando forte volatilidade nos preços dos ativos britânicos e no câmbio da moeda britânica.
A primeira-ministra Theresa May assinou, em dezembro, um acordo com os outros 27 líderes europeus sobre as condições do Brexit, mas os deputados britânicos o rejeitaram em janeiro.
Após uma nova rodada de negociações de última hora, o texto emendado deve ser revisto na Câmara dos Comuns até 12 de março, o mais tardar.
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