Theresa May faz um último esforço para tentar salvar acordo do Brexit. Justiça francesa vai investigar casamento de Ghosn em Versalhes

Theresa May faz um último esforço para tentar salvar acordo do Brexit

AFP / Daniel LEAL-OLIVASTheresa May
Em um último esforço para salvar seu acordo do Brexit, a primeira-ministra britânica, Theresa May, chegou na noite desta segunda-feira (11) a Estrasburgo para se reunir com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, em um último esforço para salvar o acordo do Brexit, na véspera de uma votação crucial no Parlamento de Londres.
Minutos depois das 21h locais (17h de Brasília), May cruzava as portas do edifício Winston Churchill, anexo à sede do Parlamento europeu, onde foi recebida por Juncker e o chefe dos negociadores europeus, Michel Barnier, constatou a AFP nesta cidade do norte da França.
Após a retumbante rejeição do texto pelos deputados britânicos em janeiro, May prometeu renegociar com Bruxelas e reapresentar o acordo ao Parlamento nesta terça-feira. Para isso, deve apresentar uma moção por escrito na Câmara dos Comuns antes das 19h00 (de Brasília) nesta segunda-feira.
Depois de dias de idas e vindas de ministros e funcionários entre Londres e Bruxelas, as negociações ficaram totalmente bloqueadas.
Então, depois de muita hesitação, May decidiu arriscar uma última cartada.
A viagem de May a Estrasburgo não significa que ela vá conseguir selar um acordo com Juncker, mas simplesmente que há uma base para uma nova discussão cara a cara, que deve começar apenas duas horas antes do prazo em Londres.
Após os contatos fracassados dos últimos dias, várias autoridades europeias consideraram que a UE já ofereceu tudo o que estava em suas mãos e que a bola está agora campo britânico.
É o caso do negociador europeu, Michel Barnier, que afirmou nesta segunda-feira que agora as negociações do Brexit devem acontecer "entre o governo e o Parlamento britânicos".
"Nós fizemos propostas construtivas (...) Conversamos todo o fim de semana e, agora, as discussões, as negociações são entre o governo em Londres e o Parlamento britânico", declarou à AFP.
O cenário de um Brexit com acordo está em um beco sem saída desde que Westminster rejeitou o acordo concluído entre Londres e a UE e exigiu que a primeira-ministra britânica, Theresa May, negociasse novas garantias
Na sexta-feira, Barnier indicou que a UE expôs a Londres sua disposição de dar um "valor jurídico vinculante" aos compromissos alcançados em uma carta dos presidentes do Conselho Europeu, Donald Tusk, e da Comissão, Jean-Claude Juncker.
As equipes de negociação da UE e do Reino Unido tiveram "conversações técnicas" durante o fim de semana para tentar alcançar um compromisso, mas sem sucesso. De acordo com uma fonte europeia, as discussões não foram retomadas na segunda-feira.
Theresa May e Jean-Claude Juncker conversaram por telefone no domingo à noite e concordaram em permanecer em contato nesta segunda-feira, véspera da nova apresentação pela primeira-ministra britânica do acordo de divórcio ao Parlamento.
A oposição dos deputados britânicos se concentra no mecanismo idealizado para evitar o retorno de uma fronteira para bens entre Irlanda - país da UE - e a província britânica da Irlanda do Norte.
O Parlamento britânico teme que por esta salvaguarda, que busca preservar também o acordo de paz de Sexta-Feira Santa de 1998, o Reino Unido fique preso nas redes de um território alfandegário com a UE que impeça o país de negociar acordos comerciais com terceiros.
May enfrenta nesta terça a possibilidade de outras humilhante derrota, o que pode fazer, inclusive, que tenha de deixar seu cargo.

Justiça francesa vai investigar casamento de Ghosn em Versalhes

AFP/Arquivos / LOIC VENANCECarlos Ghosn e sua esposa, Carole, no festival de Cannes, em 26 de maio de 2017
A promotoria de Nanterre abriu uma investigação sobre as condições financeiras do casamento de Carlos Ghosn no Palácio de Versalhes, em outubro de 2016, informou nesta segunda-feira (11) uma fonte judicial.
O ex-presidente da fabricante de automóveis Renault conseguiu alugar o palácio de Versalhes e o Grande Trianon para organizar a cerimônia, a um custo avaliado em 50.000 euros, em troca da assinatura de uma convenção de colaboração entre a automotiva francesa e a instituição pública que administra o prédio histórico.
A investigação, nas mãos do escritório francês contra a corrupção e as infrações financeiras e fiscais (Oclciff), começou depois que a Renault apontou os fatos em fevereiro.
O entorno de Carlos Ghosn assegurou, por sua vez, que o ex-presidente da companhia "pagou todos os gastos de seu casamento", embora tenha admitido que "a sala de Versalhes foi posta à disposição sem faturamento".
Ghosn foi detido em 19 de novembro, em Tóquio, acusado de fraude financeira e passou mais de cem dias na prisão.
É acusado de abuso de confiança e de ter ocultado parte de seus ganhos de autoridades da bolsa entre 2010 e 2018. Desde 6 de março está em prisão domiciliar.
copiado https://www.afp.com/pt/noticia/

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagem em destaque

Ao Planalto, deputados criticam proposta de Guedes e veem drible no teto com mudança no Fundeb Governo quer que parte do aumento na participação da União no Fundeb seja destinada à transferência direta de renda para famílias pobres

Para ajudar a educação, Políticos e quem recebe salários altos irão doar 30% do soldo que recebem mensalmente, até o Governo Federal ter f...