Análise
Fim de linha
por BERNARDO PIRES DE LIMAHoje
Perguntem
a qualquer alto funcionário da UE sobre os efeitos imediatos para a
zona euro gerados pela saída da Grécia da moeda única. A resposta é um
padrão: ninguém sabe ao certo. Não há plano de contingência à altura do
maior desafio da história da integração europeia, mas haverá uma
avaliação imediata à UE caso o cenário se concretize: a estratégia para
lidar com uma pequena economia da zona euro falhou. Mais: sem plano de
sucesso para a Grécia, que credibilidade tem a UE para lidar com um
contágio a Portugal, Espanha ou Itália? Nenhuma. Nesta tragédia
ateniense, em que uns não querem pagar e outros não querem ceder,
ninguém está livre das responsabilidades do momento.
Amanhã há conselho europeu extraordinário para desencantar uma estratégia de crescimento para a Europa. Talvez não fosse mau traçar uma singularidade grega, assumindo que o contágio está controlado e que Atenas é um caso extremo a merecer gestão particular.
Esta é mesmo a vitória antecipada do Syriza, antes das eleições de junho: conseguir por a UE a reequacionar as condições da austeridade grega, em particular o seu calendário. Com o bipartidarismo grego em colapso, o momento é de ruptura com o memorando sem pôr em causa a permanência no euro. Tsipras, o autor da ideia, conta que a pressão feita aos credores gere pânico suficiente para fazer "tremer as pernas aos alemães". A estratégia é duplamente suicida. Nem os alemães estão dispostos a rasgar o acordo, nem a ameaça garante vitória eleitoral capaz de lhe dar força para formar coligação. A corrida aos depósitos bancários é sintoma do pânico que isto está a gerar.
Amanhã, gregos e restantes europeus vão ter de responder a uma pergunta: querem ou não chegar a um acordo razoável que salve a Europa do abismo? Quem fugir à responsabilidade tem o destino traçado. copiado : http://www.dn.pt/inicio/globo/
Amanhã há conselho europeu extraordinário para desencantar uma estratégia de crescimento para a Europa. Talvez não fosse mau traçar uma singularidade grega, assumindo que o contágio está controlado e que Atenas é um caso extremo a merecer gestão particular.
Esta é mesmo a vitória antecipada do Syriza, antes das eleições de junho: conseguir por a UE a reequacionar as condições da austeridade grega, em particular o seu calendário. Com o bipartidarismo grego em colapso, o momento é de ruptura com o memorando sem pôr em causa a permanência no euro. Tsipras, o autor da ideia, conta que a pressão feita aos credores gere pânico suficiente para fazer "tremer as pernas aos alemães". A estratégia é duplamente suicida. Nem os alemães estão dispostos a rasgar o acordo, nem a ameaça garante vitória eleitoral capaz de lhe dar força para formar coligação. A corrida aos depósitos bancários é sintoma do pânico que isto está a gerar.
Amanhã, gregos e restantes europeus vão ter de responder a uma pergunta: querem ou não chegar a um acordo razoável que salve a Europa do abismo? Quem fugir à responsabilidade tem o destino traçado. copiado : http://www.dn.pt/inicio/globo/
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