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26/09/2015 - 18:50
Catalunha dividida entre seguir com a Espanha ou a independência
AFP / GERARD JULIEN
Ímas de geladeira com as bandeiras "Estelada", pró-independência da Catalunha, e da Espanha são vistos em Barcelona, em 26 de setembro de 2015
"As eleições mais importantes da democracia", era a manchete do jornal conservador El Mundo deste sábado.
Um total de 5,5 milhões de catalães são chamados às urnas para decidir quem irá formar o novo parlamento regional, até agora liderado pela formação nacionalista conservadora CDC do presidente regional separatista Artur Mas.
No papel, são apenas algumas eleições regionais para renovar o parlamento desta região industrial do nordeste da Espanha, de 7,5 milhões de pessoas, entre os Pirinéus e o Mediterrâneo.
Mas há semanas, as eleições têm ido além de seu propósito habitual. Artur Mas visa transformar a votação em um referendo a favor ou contra de uma nova República Catalã em 2017, aumentando a tensão com Madri.
Irritados com a invalidação parcial em 2010 pelo Tribunal Constitucional de uma lei regional que dava mais poderes ao governo regional, os nacionalistas pedem em vão desde 2012 um referendo de autodeterminação.
Bastaria uma maioria no parlamento regional (68 de 135) para lançar um processo de independência, segundo defendem os separatistas.
"São eleições que têm suscitado interesse e expectativas muito elevadas", disse Borras Meritxell, responsável pela organização do dispositivo eleitoral regional.
Nas ruas, sob um céu nublado, os catalãs parecem divididos. "Eu vou votar pela independência, são os únicos a olhar com mais carinho para a Catalunha", disse Vanesa Asensio, vendedora de sapatos de 34 anos, que confessou ainda ter dúvidas após duas semanas de campanha frenética.
"Os partidos da Catalunha dizem que tudo será melhor e os espanhois de que tudo vai piorar" com independência, afirmou, por sua vez, Susana Cid, de 37 anos, que optou por não vai votar.
As últimas pesquisas apontam uma clara vitória para a coalizão "Juntos pelo Sim", formada pelo partido de Mas, Esquerda Republicana da Catalunha (ERC, separatistas de esquerda) e personalidades da região, como o técnico de futebol Pep Guardiola.
Eles alcançariam uma maioria absoluta com o apoio da esquerda radical separatistas CUP, mas que se recusou a se juntar à coalizão.
Participação será decisiva
Os bancos, empregadores e mercados estão preocupados com as consequências na economia espanhola, que depois de uma longa crise começa a avançar, com um crescimento esperado de 3,3% em 2015.
Sem a Catalunha, o país perderia 25% de suas exportações, 19% do PIB, 16% da sua população, sua principal porta de entrada para a Europa e sua região mais turística.
AFP / Jorge Guerrero
Cartaz rasgado no líder do partido espanhol Ciudadanos, Albert Rivera, é visto em Barcelona em 26 de setembro de 2015
Ainda assim, seu partido e outras formações espanholas reconheceram a importância das eleições e apelaram à mobilização dos eleitores anti-independência, majoritários, mas menos propensos a votar.
De acordo com o seu partido, com 72% de participação, os separatistas perderiam. Até agora, o recorde de participação em tais eleições foi de 68%, registrado em 2012, quando Mas assumiu o compromisso de realizar um referendo sobre a separação.
Ele tentou, em novembro de 2014, com uma consulta simbólica e sem valor jurídico, onde 2,3 milhões de pessoas votaram. Domingo tentará uma segunda chance.
copiado http://www.afp.com/pt
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