Tumulto deixa mais de 700 mortos em peregrinação a Meca

  • 24/09/2015 - 20:00

    Tumulto deixa mais de 700 mortos em peregrinação a Meca

     



    Pelo menos 717 pessoas morreram nesta quinta-feira e 805 ficaram feridas em um tumulto em Mina, perto de Meca, durante a peregrinação anual dos muçulmanos, na segunda tragédia a atingir os fiéis em menos de duas semanas na região
    Pelo menos 717 pessoas morreram nesta quinta-feira e 805 ficaram feridas num tumulto em Mina, perto de Meca, durante a peregrinação anual dos muçulmanos, na segunda tragédia a atingir os fiéis em menos de duas semanas na região.
    De acordo com uma fonte do ministério da Saúde, a correria provocada por um movimento pânico aconteceu no primeiro dia do Eid al-Adha, durante o ritual de apedrejamento de satã em Mina, que consiste em lançar pedras contra as colunas que representam o mal.
    A tragédia aconteceu perto de uma das colunas quando várias pessoas que deixavam o local ficaram diante de um grande grupo de peregrinos que desejava ter acesso à mesma área.
    A Defesa Civil revisou o balanço da tragédia diversas vezes e o mais recente cita 717 mortos e 805 feridos. As autoridades anunciaram que as vítimas são de várias nacionalidades.
    O príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed ben Nayef, ordenou uma investigação após a tragédia, informou a agência oficial SPA.
    Click to download... Esta decisão foi tomada durante uma reunião em Mina com os principais responsáveis pelo Hajj e presidida pelo príncipe herdeiro, em sua qualidade de chefe da alta comissão da peregrinagem, segundo a agência.
    As equipes de emergência tentavam retirar os feridos e os corpos das vítimas fatais, diante dos olhares de peregrinos atônitos.
    Os fiéis têm acesso à área das pilastras por túneis e vias elevadas e, nos últimos anos, as autoridades realizaram obras importantes para facilitar o deslocamento das pessoas e evitar acidentes como o desta quinta-feira.
    O Irã anunciou que pelo menos 43 cidadãos do país faleceram na tragédia e culpou as autoridades sauditas pelo tumulto.
    "Por motivos desconhecidos fecharam um acesso ao local no qual os fiéis cumprem o ritual de apedrejamento de satã", afirmou o diretor da organização iraniana do hajj (peregrinação), Said Ohadi.
    "Foi isto o que provocou este trágico incidente", disse à televisão estatal iraniana.
    "O incidente de hoje mostra a má gestão e uma falta de atenção séria para a segurança dos peregrinos. Não há outra explicação. As autoridades sauditas deveriam ser consideradas responsáveis".
    Já o ministro saudita da Saúde atribuiu a tragédia na cidade de Mina à falta de disciplina dos peregrinos, que, segundo ele, ignoraram as instruções de comportamento durante o hajj.
    "Se os peregrinos tivessem seguido as instruções, teria sido evitado esse tipo de acidente", declarou Khaled al-Faleh à televisão pública El-Ekhbariya.
    Corpos inertes
    Imagens divulgadas na internet mostram vários corpos inertes no chão e objetos pessoais, como os guardas-chuvas que os peregrinos usam para a proteção do sol.

    Ambulâncias chegam a um hospital de Mina com peregrinos feridos no tumulto
    As autoridades decidiram fechar os acessos ao local da tragédia, que aconteceu no cruzamento de duas vias que haviam sido construídas para facilitar o deslocamento dos fiéis.
    A Arábia Saudita mobilizou 100.000 policiais para garantir a segurança durante a peregrinação, depois que, no dia 11 de setembro, uma grua desabou na Grande Mesquita de Meca e matou 109 pessoas, além de ter deixado mais de 400 feridos.
    O acidente anterior durante a peregrinão aconteceu em 2006. No dia 6 de janeiro daquele ano, 76 pessoas morreram no desabamento de um hotel em Meca. Seis dias depois, 364 peregrinos faleceram em outro tumulto durante o ritual de apedrejamento das pilastras de satã, em Mina.
    Após o ritual, que pode durar entre dois e três dias, os peregrinos concluem o hajj com as cerimônias ao redor da Kaaba, a construção com forma de cubo no centro da Grande Mesquita de Meca, para a qual os muçulmanos se dirigem durante a oração.
    O vale de Mina fica a poucos quilômetros de Meca, o principal local sagrado do islã.
    Quase 1,5 milhão de muçulmanos de todo o mundo celebram o Eid al-Adha, a festa do sacrifício.
    Antes de seguir para Mina, os peregrinos passaram a noite na planície de Muzdalifa, aos pés do Monte Arafat, para sacrificar um animal em memória de Abraão. De acordo com a tradição, o patriarca esteve a ponto de sacrificar o filho antes da intervenção do arcanjo Gabriel, que propôs o sacrifício de um cordeiro em seu lugar.
    Segundo as autoridades sauditas, o hajj, um dos cinco pilares do islã, reuniu 1,4 milhão de pessoas do exterior e quase 600.000 peregrinos que vivem na Arábia Saudita.
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    Por ocasião da peregrinação, as autoridades anunciaram que estavam em alerta por possíveis atentados, depois que o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) atacou as forças de segurança e várias mesquitas xiitas na Arábia Saudita nos últimos meses.
    Também haviam sido mobilizados muitos médicos e enfermeiros para enfrentar uma possível epidemia de coronavírus MERS, do qual a Arábia Saudita é um dos principais focos no mundo.

     copiado  http://www.afp.com/pt/n

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