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EM 23/09/15 - 12h59
Folhapress
Ex-gerente
da Petrobras, o engenheiro Eduardo Musa afirmou, em depoimento de delação
premiada, que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tinha a
"palavra final" na indicação para a diretoria Internacional da
empresa.
A área é
uma das principais envolvidas na Operação Lava Jato, por suspeita de cobranças
milionárias de propina. Seus antigos diretores, Nestor Cerveró e Jorge Zelada,
estão presos preventivamente em Curitiba.
Segundo o
depoimento de Musa, que foi gerente da área Internacional entre 2006 e 2009, o
PMDB detinha a indicação do cargo de diretor.
Um dos
responsáveis por indicar nomes à diretoria seria o lobista João Augusto Rezende
Henriques, preso nesta segunda (21) na última fase da operação. A palavra
final, porém, era de Cunha.
"Henriques
disse ao declarante [Musa] que conseguiu emplacar Jorge Zelada para diretor
internacional da Petrobras com o apoio do PMDB de Minas Gerais, mas quem dava a
palavra final era o deputado Eduardo Cunha", diz um trecho da delação.
Henriques
era "ligado ao PMDB", segundo Musa, e tinha influência na área
Internacional e "possivelmente" na diretoria de Exploração e Produção
-que ainda não foi alvo da Lava Jato.
Segundo o
engenheiro, o lobista fornecia informações privilegiadas de dentro da Petrobras
para ajudar na formação de preço das propostas enviadas à diretoria, em troca
do pagamento de propina.
Investigações
apontam que Henriques recebeu R$ 20 milhões em propina de empreiteiras que
prestavam serviço para a Petrobras. Ele está preso temporariamente em Curitiba.
OUTRO
LADO
A defesa
do deputado Eduardo Cunha disse não ter tido acesso ao depoimento de Musa e,
por isso, não quis se manifestar.
Em
depoimento em julho, o lobista João Augusto Henriques negou que tivesse
relações políticas com o PMDB e disse nunca ter recebido ou intermediado
propina. A reportagem não conseguiu contato com a assessoria do PMDB.
copiado
http://www.otempo.com.br/capa/política
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