Em Mina, sirenes de ambulâncias soaram todo o dia

  • 24/09/2015 - 20:20

    Em Mina, sirenes de ambulâncias soaram todo o dia




    Ambulâncias levam feridos, em Mina, perto de Meca, Arábia Saudita, no dia 24 de setembro de 2015
    Dezenas de ambulâncias, todas com sirenes ligadas, carregavam feridos, enquanto helicópteros sobrevoavam Mina, perto de Meca, onde um gigantesco tumulto fez mais de 700 mortos nesta quinta-feira entre os peregrinos muçulmanos.
    O primeiro dia da festa muçulmana do sacrifício, o Eid al-Adha, foi ofuscado pela pior tragédia ocorrida nos últimos 25 anos na peregrinação anual (Hajj) na Arábia Saudita.
    Além das 717 mortes, de acordo com um balanço provisório, o tumulto fez 863 feridos.
    A bordo de veículos do ministério da Saúde, as equipes médicas correram para o local do desastre para transportar os feridos para quatro hospitais mobilizados desde os primeiros momentos do ocorrido.
    No Hospital de Emergência de Mina, um helicóptero pousou no momento em que dezenas de ambulâncias chegavam com novas vítimas.

    Corpos de pergrinos mortos, em Mina, perto de Meca, Arábia Saudita, no dia 24 de setembro de 2015
    Em um caos indescritível, os peregrinos foram transportados um após o outro em macas, com um crachá de identidade no peito, enquanto as autoridades tentavam manter afastados os espectadores.
    Repórteres da AFP viram pelo menos duas mulheres, uma carregada por quatro homens, e outra, uma africana, aparentemente inconsciente, empurrada em uma cadeira de rodas em direção ao hospital onde receberam os primeiros socorros.
    Um homem idoso, cujas duas filhas sofreram de vertigens por causa do calor abrasador, foi expulso da entrada do hospital.
    "Todo mundo sofre de tonturas no hajj. Procurem um outro centro de saúde", gritou um guarda de segurança, enquanto duas ambulâncias chegavam simultaneamente com novos feridos.
    Alguns peregrinos discutiam a debandada que provocou cenas terríveis. Imagens de vídeo mostram muitos corpos sem vida no chão, cobertos ou não com lençóis brancos e pertences pessoais espalhados, sapatos e guarda-sóis, que os peregrinos utilizados para se proteger do sol.
    'Alguma coisa vai acontecer'
    Quase dois milhões de muçulmanos de todo o mundo vieram para o hajj, um dos maiores encontros religiosos do mundo, que já viveu uma tragédia em 11 de setembro, antes mesmo de começar, pela queda de um guindaste na Grande Mesquita em Meca (109 mortos).
    O drama desta quinta-feira ocorreu perto da ponte Jamarat, construída durante a última década a um custo de mais de um bilhão e que deveria melhorar a segurança dos peregrinos e precisamente evitar que uma multidão entrasse em colisão com outra.
    Ao longo de um quilômetro, parece uma garagem de estacionamento e permite que 300.000 peregrinos realize um ritual.

    Tumulto durante a peregrinação a Meca
    No começo do dia, os jornalistas da AFP assistiram cenas de mal-estar. Uma mulher quase desmaiou ao subir as escadas, enquanto dois amigos espirravam água em seu rosto e gritavam por ajuda.
    Um peregrino sudanês que estava na Mina considerou que este era o pior hajj já organizado entre os quatro que participou.
    "As pessoas já estavam desidratadas e desmaiavam. Os peregrinos tropeçavam uns sobre os outros", relatou.
    Ele disse que um saudita que estava ao seu lado lhe disse antes da tragédia: "alguma coisa vai acontecer".
    COPIADO http://www.afp.com/pt/noticia

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