Temer diz governar como se fosse permanecer na Presidência
Em coletiva de imprensa com agências internacionais, nesta sexta-feira, Temer disse que o Brasil progrediu muito nos "72 dias" em que está no cargo, desde que sua ex-aliada e companheira de chapa foi suspensa pelo Congresso e que não quer arriscar se o clima política é favorável porque para isto "teria que falar bem do meu governo".
Com ar descansado e movimentando as mãos, Temer, de 75 anos, explicou que não tem contato com Dilma, que o acusa de traição e de ter conspirado contra ela porque houve da parte dela "gestos muito agressivos" contra ele. "E eu sempre falo suavemente", ironizou.
AFP: Acredita que o impeachment avançará e que Dilma Rousseff será destituída?
Temer: "Não quero conjecturar, mas estou agindo como se fosse ficar (...) Para dizer quais são as condições políticas para que o impeachment avance, teria que falar bem do meu governo. E não é o momento de falar disso. A discrição política recomenda que deixemos isto nas mãos do Senado".
"Estou exercendo a Presidência da República para além do processo de impeachment (...), o que fizemos nestes 70 dias foi um avanço muito grande", acrescentou.
AFP: Imagina o Senado votando para recuar nas medidas adotadas pelo seu governo?
Temer: "Acho que não", disse, antes de se desculpar para evitar "ingerências" no delicado julgamento de impeachment de Dilma que, segundo Temer, será resolvido após o encerramento dos Jogos Olímpicos, no fim de agosto.
AFP: Quanto esta crise afetou a imagem do Brasil?
Temer: "É natural que cada vez que há uma questão institucional, como o impeachment, haja uma preocupação externa. O tempo é que vai resolver e vai se resolver pelas relações exteriores que vamos promover depois do impeachment. Uma delas é ir à reunião do G20 na China. Estamos nos preparando para isto. Estamos esperando que a resolução do impeachment ocorra entre 25 e 26 de agosto porque se se verifica em 4, 5 ou 6 de setembro, o Brasil não poderá estar na cúpula do G20. O mundo precisa saber quem é o presidente" do Brasil.
AFP: E a economia?
Temer: "Nossa esperança é que as medidas que vimos tomando, especialmente com a revelação deste apoio muito forte do Congresso, restaurem a credibilidade. E a economia depende muito disso".
"Não se pode exercer um sistema democrático se não há uma conexão entre o Executivo e o Legislativo, e durante muito tempo, mais de 10 ou 11 meses, a Câmara de Deputados não aprovava nada", afirmou, em alusão às dificuldades que Dilma teve para que o Congresso desse luz verde ao seu programa de ajustes, enquanto o país mergulhava em uma profunda recessão.
"Começa a renascer uma certa confiança", acrescentou, sentando em um iluminado gabinete do Palácio do Planalto e com a Constituição sobre a mesa, em frente à sua cadeira.
Segurança nos Jogos
AFP: A segurança do Rio-2016 o preocupa?
Temer: "Temos um extraordinário aparato de segurança hoje no Rio. Mandamos muito mais gente do que nos eventos internacionais anteriores (...) Em matéria de segurança, estamos tranquilos".
"Nosso governo está tão atento a isto que recentemente até foi determinada a prisão preventiva de elementos considerados suspeitos (...) Haverá tranquilidade nos Jogos Olímpicos. O que não se pode garantir é que algum louco cometa uma estupidez por conta própria. Mas dizer que possa haver uma organização terrorista que não tenha sido identificada pelo governo federal não é verdade".
AFP: Qual é o humor dos brasileiros com relação aos Jogos?
Temer: "Nos locais onde houve Jogos Olímpicos, em Londres, por exemplo, talvez não com a mesma dimensão, mas houve protestos nos momentos iniciais, antes da competição. Depois, claro, diante do sucesso do evento, houve aplausos (...) O Brasil está começando a relaxar e este relaxamento vai ajudar na pacificação, na tranquilidade dos Jogos Olímpicos".
"Muitos esperam o impeachment"
AFP: Acredita que chegarão mais investimentos depois do impeachment?
AFP: Teve algum indício sobre a onda de corrupção que atinge o Brasil?
Temer: "Como vice-presidente (de Dilma Rousseff) no tinha participação alguma. Não participava ativamente do governo, portanto não acompanhava seus atos. Como presidente do PMDB (seu partido), o que houve foram doações de natureza oficial. Nunca houve uma que se pudesse dizer 'esta veio por fora'".
AFP: Se seu governo for bem sucedido, será candidato à presidência em 2018?
Temer: "Eu não serei candidato".
copiado www.afp.com/pt/
Temer diz governar como se fosse permanecer na Presidência
AFP / ANDRESSA ANHOLETE
O presidente interino Michel Temer, em Brasília, no dia 29 de julho de 2016
Faltando uma semana para inaugurar os Jogos Olímpicos
Rio-2016, que farão dele a cara do Brasil perante o mundo, o presidente
interino Michel Temer disse governar como se Dilma Rousseff fosse ser
destituída definitivamente.Em coletiva de imprensa com agências internacionais, nesta sexta-feira, Temer disse que o Brasil progrediu muito nos "72 dias" em que está no cargo, desde que sua ex-aliada e companheira de chapa foi suspensa pelo Congresso e que não quer arriscar se o clima política é favorável porque para isto "teria que falar bem do meu governo".
Com ar descansado e movimentando as mãos, Temer, de 75 anos, explicou que não tem contato com Dilma, que o acusa de traição e de ter conspirado contra ela porque houve da parte dela "gestos muito agressivos" contra ele. "E eu sempre falo suavemente", ironizou.
Temer: "Não quero conjecturar, mas estou agindo como se fosse ficar (...) Para dizer quais são as condições políticas para que o impeachment avance, teria que falar bem do meu governo. E não é o momento de falar disso. A discrição política recomenda que deixemos isto nas mãos do Senado".
"Estou exercendo a Presidência da República para além do processo de impeachment (...), o que fizemos nestes 70 dias foi um avanço muito grande", acrescentou.
AFP: Imagina o Senado votando para recuar nas medidas adotadas pelo seu governo?
Temer: "Acho que não", disse, antes de se desculpar para evitar "ingerências" no delicado julgamento de impeachment de Dilma que, segundo Temer, será resolvido após o encerramento dos Jogos Olímpicos, no fim de agosto.
AFP: Quanto esta crise afetou a imagem do Brasil?
Temer: "É natural que cada vez que há uma questão institucional, como o impeachment, haja uma preocupação externa. O tempo é que vai resolver e vai se resolver pelas relações exteriores que vamos promover depois do impeachment. Uma delas é ir à reunião do G20 na China. Estamos nos preparando para isto. Estamos esperando que a resolução do impeachment ocorra entre 25 e 26 de agosto porque se se verifica em 4, 5 ou 6 de setembro, o Brasil não poderá estar na cúpula do G20. O mundo precisa saber quem é o presidente" do Brasil.
AFP: E a economia?
Temer: "Nossa esperança é que as medidas que vimos tomando, especialmente com a revelação deste apoio muito forte do Congresso, restaurem a credibilidade. E a economia depende muito disso".
"Não se pode exercer um sistema democrático se não há uma conexão entre o Executivo e o Legislativo, e durante muito tempo, mais de 10 ou 11 meses, a Câmara de Deputados não aprovava nada", afirmou, em alusão às dificuldades que Dilma teve para que o Congresso desse luz verde ao seu programa de ajustes, enquanto o país mergulhava em uma profunda recessão.
"Começa a renascer uma certa confiança", acrescentou, sentando em um iluminado gabinete do Palácio do Planalto e com a Constituição sobre a mesa, em frente à sua cadeira.
Segurança nos Jogos
AFP: A segurança do Rio-2016 o preocupa?
Temer: "Temos um extraordinário aparato de segurança hoje no Rio. Mandamos muito mais gente do que nos eventos internacionais anteriores (...) Em matéria de segurança, estamos tranquilos".
"Nosso governo está tão atento a isto que recentemente até foi determinada a prisão preventiva de elementos considerados suspeitos (...) Haverá tranquilidade nos Jogos Olímpicos. O que não se pode garantir é que algum louco cometa uma estupidez por conta própria. Mas dizer que possa haver uma organização terrorista que não tenha sido identificada pelo governo federal não é verdade".
AFP: Qual é o humor dos brasileiros com relação aos Jogos?
Temer: "Nos locais onde houve Jogos Olímpicos, em Londres, por exemplo, talvez não com a mesma dimensão, mas houve protestos nos momentos iniciais, antes da competição. Depois, claro, diante do sucesso do evento, houve aplausos (...) O Brasil está começando a relaxar e este relaxamento vai ajudar na pacificação, na tranquilidade dos Jogos Olímpicos".
"Muitos esperam o impeachment"
AFP: Acredita que chegarão mais investimentos depois do impeachment?
AFP / ANDRESSA ANHOLETE
O presidente interino Michel Temer, em Brasília, no dia 29 de julho de 2016
Temer: "Há muita gente aguardando o processo em agosto.
Por isso, quanto mais demorar este processo, mais prejudicial será para
o país e quanto antes mais benéfico para o país".AFP: Teve algum indício sobre a onda de corrupção que atinge o Brasil?
Temer: "Como vice-presidente (de Dilma Rousseff) no tinha participação alguma. Não participava ativamente do governo, portanto não acompanhava seus atos. Como presidente do PMDB (seu partido), o que houve foram doações de natureza oficial. Nunca houve uma que se pudesse dizer 'esta veio por fora'".
Temer: "Eu não serei candidato".
copiado www.afp.com/pt/
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