Turquia
Detidos 17 jornalistas acusados de pertencerem a "grupo de terror"
Comissários europeus preocupados com detenções já levaram resposta de Erdogan: metam-se na vossa vida
Turquia deteve 17 jornalistas acusados de pertencerem a "grupo de terror"
Comissários europeus preocupados com detenções já levaram resposta de Erdogan: metam-se na vossa vida
A
Turquia deteve hoje 17 jornalistas acusados de pertencerem a um "grupo
de terror" e o Presidente turco disse aos responsáveis europeus para "se
meterem na sua vida", referindo-se à repressão que se sucedeu ao golpe
falhado.
Dezassete jornalistas
continuam sob custódia de um tribunal de Istambul, acusados de terem
ligações a Fethullah Gulen, oposicionista tido com responsável pelo
golpe de Estado de 15 de julho, uma acusação que nega.
Na
sexta-feira, 21 jornalistas foram a julgamento e estiveram em audições
que duraram até à meia-noite, sendo que, destes, quatro foram
libertados, mas 17 foram colocados em detenção pré-julgamento, acusados
de "pertencerem a um grupo de terror", segundo avançou a Anadolu, a
agência de notícias estatal.
Entre os
detidos estão o jornalista veterano Nazli Ilicak e também Busra Erdal, o
antigo correspondente de uma publicação pró-Gullen.
A
Turquia deteve mais de 18 mil pessoas durante a tentativa de golpe de
Estado atribuída a Gullen, exilado nos Estados Unidos. Desde então,
assistiu-se no país a uma onda de repressão que levou Bruxelas a pôr em
causa a adesão de Ancara à União Europeia.
No
entanto, duas semanas depois do golpe de Estado de 15 de julho, o
presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, anunciou que estava a levantar
vários processos judiciais contra pessoas que estavam acusadas de o
insultar.
Centenas de detidos desde o
golpe estão agora a ser libertados: o tribunal de Istambul já libertou
758 soldados na noite de sexta-feira e outros 3.500 suspeitos foram
também soltos.
No entanto, com a
preocupação crescente quanto a estes números, o comissário europeu para o
Alargamento da UE, Joanned Hahn, afirmou que precisa de ver "factos
preto no branco sobre como estas pessoas são tratadas".
"E,
se houver a mais pequena dúvida em relação a um tratamento impróprio,
então as consequências serão inevitáveis", disse Hahn ao diário alemão
Sueddeutsche Zeitung.
Num discurso no
seu palácio presidencial ao final do dia de sexta-feira, em que recordou
os que morreram durante o golpe falhado, Erdogan denunciou as críticas e
acusou o Ocidente de desertar a Turquia quando o país mais precisa.
"Algumas
pessoas dão-nos conselhos. Dizem que estão preocupados. Metam-se na
vossa vida, olhem para os vossos próprios atos", afirmou Recep Tayyip
Erdogan.
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