Combate à corrupção, insegurança e desigualdade: prioridades de Kuczynski

28/07/2016 - 22:16 
 

Combate à corrupção, insegurança e desigualdade: prioridades de Kuczynski

AFP / Cris Bouroncle Pedro Pablo Kuczynski assumiu nesta quinta-feira a presidência do Peru para o período 2016-2021, depois de prestar juramento ante o plenário unicameral
O novo presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, anunciou uma luta direta contra a corrupção, a insegurança dos cidadãos e as desigualdades sociais, em sua primeira mensagem à nação após assumir o cargo, para o qual pediu o apoio do Congresso, de maioria opositora.
O presidente de 77 anos ficou com a voz embargada no momento de prestar juramento nesta quinta-feira (28) no Congresso.
Mas, no ato seguinte, colocou de lado as prioridades de seu mandato de cinco anos e para deixar claro que "não terá escrúpulos para combater a corrupção no país" e se colocará à frente da luta contra essa desgraça.
"Não permitirei que, especialmente meus funcionários e colaboradores mais próximos, caiam na indignidade da corrupção. Quem falhar acabará diante da justiça, a qual deve ser profundamente reformada", disse Kuczynski, que no passado foi um banqueiro de sucesso de Wall Street.
Segundo a controladoria, a corrupção gera perdas ao país em cerca de 3 bilhões de dólares anuais.
O Peru, disse, necessita de uma justiça independente, autônoma para lutar contra a corrupção e que seu governo se comprometa em fortalecê-la e reformá-la para que seja eficaz. "Se você quer um país moderno, uma nação mais honesta, é necessário que toda a sociedade se levante para lutar contra a corrupção", afirmou.
"Revolução social"
Kuczynski também defendeu uma "revolução social" para que o Peru seja um país moderno, mais justo, mais igualitário e mais solidário. Kuczynski disse que um país moderno significa que as desigualdades entre os mais pobres e os mais ricos devem ser resolvidas aumentando a renda dos mais pobres.
"Como colocar mais dinheiro nos bolsos dos peruanos?", perguntou-se para responder que conseguiria isto "igualando o acesso aos serviços essenciais que hoje são escassos ou inexistentes e, portanto, extremamente custosos".
Esse objetivo será alcançando fechando as brechas no acesso à saúde e à segurança social, colocando o bem-estar das pessoas como meta fundamental de qualquer mudança ou reforma, disse.
Kuczynski pretende fortalecer as instituições para enfrentar a insegurança dos cidadãos, o maior problema para 70% dos peruanos.
Para alcançar seus planos e reativar a economia, ele propõe solicitar faculdades extraordinárias para legislar e poder reduzir o imposto nas vendas de 18% para 17% no primeiro ano, e chegar ao final de sua gestão com 60% da economia formalizada (atualmente a informalidade é de 70%).
Neste aspecto, será chave o apoio da bancada opositora fujimorista "Fuerza Popular", que conta com 73 das 130 cadeiras. "Não posso fazer isso sozinho (...) necessito da ajuda deste Congresso emblemático da democracia", pediu Kuczynski.
A equipe fujimorista não aplaudiu em nenhum momento, nem o juramento ou o discurso do presidente, reclamaram os parlamentares oficialistas.
A oposição fujimorista
A congressista fujimorista Cecilia Chacón já adiantou nesta quinta-feira que a iniciativa para diminuir o imposto não será aprovada.
AFP / LUKA GONZALES O novo presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, toma posse, em Lima, no dia 28 de julho de 2016
Kuczynski ganhou a eleição num apertado segundo turno em que competiu com Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000), que cumpre uma condenação de 25 anos, até 2032, por crimes contra a humanidade.
Analistas consideram que os fujimoristas podem utilizar uma recente solicitação de indulto humanitário solicitado por Alberto Fujimori como moeda de troca para seu apoio.
Kuczynski já adiantou que não assinará um indulto, mas se mostrou a favor de promulgar uma lei que permita que cidadãos como Fujimori, de 78 anos e saúde debilitada, possam cumprir sua condenação em prisão domiciliar e não na cadeia.
Kuczynski, um tecnocrata altamente valorizado pelos mercados, se viu amparado com a presença dos presidentes Mauricio Macri, da Argentina, Horacio Cartes, do Paraguai, Enrique Peña Nieto, do México, Michelle Bachelet, do Chile, Juan Manuel Santos, da Colômbia, e Rafael Correa, do Equador. Também assistiu a sua posse o rei emérito da Espanha, Juan Carlos de Borbón.
copiado   /www.afp.com/pt/

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