Operação da Interpol liberta mais de 2 mil latinos vítimas de tráfico humano

 

Operação da Interpol liberta mais de 2 mil latinos vítimas de tráfico humano

AFP/Arquivos / JEAN-PHILIPPE KSIAZEK Sede da Interpol na cidade francesa de Lyon
Mais de 2.700 vítimas do tráfico de seres humanos na América Latina, incluindo adolescentes, foram libertadas graças a uma grande operação coordenada pela Interpol, informou nesta quinta-feira a organização de cooperação policial internacional.
Batizada de Operação Intercops - Spartacus III, a operação realizada em junho se concentrou inicialmente em três aeroportos suspeitos de serem centros de tráfico de seres humano: os aeroportos internacionais de Ministro Pistarini (Ezeiza) em Buenos Aires (Argentina), Guarulhos em São Paulo (Brasil) e El Dorado, em Bogotá (Colômbia), indica em um comunicado a organização com sede em Lyon (França).
A operação, realizada em cooperação com 25 países, incluindo Brasil, Argentina, Bolívia e Peru, permitiu realizar 134 prisões e desmantelar sete redes de crime organizado, acrescentou a Interpol.
O anúncio da operação acontece dois dias antes do Dia Mundial de Luta contra o Tráfico de Seres Humanos, em 30 de julho.
Entre as vítimas resgatadas, 27 adolescentes eram exploradas como prostitutas ou como mão de obra barata em diferentes países.
No Brasil, uma agência de adoção foi fechada por suposto tráfico de crianças e bebês originários do leste europeu.
No Equador, várias meninas, que haviam sido contactadas via redes sociais, foram raptadas na porta da escola antes de serem drogadas e levadas para fora do país.
No Peru, cerca de 900 policiais também participaram de uma operação contra a escravidão sexual e o trabalho forçado na cidade mineradora de La Rinconada, libertando 190 mulheres e 250 homens e prendendo cinco suspeitos.
"Os efeitos desta operação em grande escala policial internacional vai muito além da América Latina, e coloca em evidência o valor da Interpol para ajudar a polícia dos países de origem, trânsito e destino (do tráfico de seres humanos) a trabalhar juntos para enfrentar as redes criminosas por trás do comércio de pessoas", declarou Tim Morris, diretor executivo da Interpol para os serviços de polícia, no comunicado.
"Este é apenas um exemplo do trabalho da Interpol na luta contra o tráfico de pessoas que afeta todas as regiões do mundo", ressaltou Morris, acrescentando que a organização "garante que as polícias locais vão ter o treinamento e as ferramentas necessárias para identificar rotas, prender criminosos e resgatar as vítimas".
Esta ampla operação permitiu desmantelar a rede "Paniagua" na Colômbia, onde centenas de mulheres e meninas eram transferidas da América Latina para a China.
A organização, liderada por uma mulher colombiana e seu filho de 34 anos, prometia às suas vítimas uma vida melhor em Guangzhou. Forneciam documentos falsos, passagens de avião e alojamento.
Uma vez na China, essas mulheres eram transformadas em escravas sexuais.
Na operação também foi preso o venezuelano Johnny Cordero Eliexer Belisario, de 32 anos, que era alvo de um alerta das autoridades da República Dominicana por crimes de tráfico e exploração sexual.
Ele é suspeito de ter enganado centenas de mulheres na Venezuela e Colômbia para viajar para a República Dominicana, onde eram forçadas à prostituição.
Em paralelo, as autoridades colombianas também realizaram várias intervenções contra organizações de tráfico de migrantes.
"Os resultados refletem a qualidade da preparação antes da operação. Se as forças policiais de inteligência da América do Sul colaborarem vamos continuar desmantelando estas redes criminosas", declarou o coronel Juan Carlos Gómez Arias, responsável da Interpol na Colômbia.
Em 2012 e 2014, as operações Spartacus I e II resultaram no resgate de mais de 1.000 vítimas.
copiado  /www.afp.com/pt/n

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