durante discurso 'Não vegetem no sofá da vida', pede Francisco a jovens na Polônia O papa criticou os chamados "batatas de sofá", ou couch potatoes, termo usado pelos americanos para se referir aos sedentários

Papa Francisco durante discurso

O papa criticou os chamados "batatas de sofá", ou couch potatoes, termo usado pelos americanos para se referir aos sedentários

Em discurso no Campo da Misericórdia nos arredores de Cracóvia, neste sábado (30), o papa Francisco pediu a uma multidão de jovens que "não sejam substitutos" na vida e que não "vegetem" comodamente no "sofá" da vida.
"A verdade é outra: queridos jovens, não viemos a este mundo para vegetar, para passá-la comodamente, para fazer da vida um sofá no qual adormecemos. Ao contrário, viemos para deixar uma marca", estimulou.
"O tempo que estamos vivendo hoje não necessita de jovens-sofá, mas de jovens com sapatos, melhor ainda, com as chuteiras calçadas. Só aceita jogadores titulares na quadra, não há espaço para substitutos", convocou Francisco.
O papa criticou os chamados "batatas de sofá", ou couch potatoes, termo usado pelos americanos para se referir aos sedentários, que passam várias horas do dia deitados no sofá diante da televisão.
Francisco se referiu, assim, aos que "confundem felicidade com um sofá", que passam horas na frente do computador, "boquiabertos", vivendo o que ele chamou de "sofá-felicidade", em uma resposta à história narrada no palco por um paraguaio viciado em drogas.
Ao ritmo de música pop, uma multidão de jovens alegres recebeu o pontífice na imensa esplanada, na qual ficarão acampados por toda a noite para compartilhar e meditar sob as estrelas sobre fé e fraternidade.
Centenas de adolescentes, escoteiros, freiras, párocos, famílias com crianças e seus sacos de dormir, sombrinhas e guardas-sol caminharam a pé por quase 12 quilômetros até o campo para ouvir os conselhos e preocupações do sumo pontífice, assim como seu convite para que "se envolvam" com a realidade, com "a dor" e com as "guerras", tanto externas quanto íntimas.
"Nossa resposta a esse mundo em guerra tem um nome: chama-se fraternidade", disse o papa após escutar o testemunho de Rand, um sírio de Aleppo, suscitando aplausos.
"Sejamos conscientes de uma realidade. A dor, a guerra em que vivem muitos jovens deixa de ser anônima, deixa de ser uma notícia de imprensa, tem nome, tem rosto, uma história, tem proximidade", continuou, com seu jeito original de falar, simples e direto.
"Nós não vamos gritar agora contra ninguém, não vamos brigar, não queremos destruir. Nós não queremos vencer o ódio com mais ódio, vencer a violência com mais violência, vencer o terror com mais terror", pediu.
O papa argentino quis transformar o "Woodstock católico" em um momento para sacudir consciências.
"Há tantas guerras hoje no mundo", insistiu.
"Na vida, ainda há outras paralisias mais perigosas e muitas vezes difíceis de identificar e que nos custa muito a descobrir. Gosto de chamá-la a paralisia que nasce quando se confunde 'felicidade' com um 'sofá'", explicou.
"Um sofá contra todo tipo de dores e temores. Um sofá que nos faz ficar em casa trancados, sem nos cansarmos e nos preocuparmos", advertiu.
Várias vezes aplaudido, o papa Francisco pediu que se fizesse uma corrente humana, dando-se as mãos como uma mensagem a favor da "multiculturalidade", que "não é uma ameaça, mas uma oportunidade", completou.
 copiado  http://www.otempo.com.br/

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