Eleições antecipadas são como o diabo: sempre à espreita Políticos concordam que as crises aparecem quando menos se espera. Governo avisa que não há eleições à vista

Políticos concordam que as crises aparecem quando menos se espera. Governo avisa que não há eleições à vista

Eleições antecipadas são como o diabo: sempre à espreita

Políticos concordam que as crises aparecem quando menos se espera. Governo avisa que não há eleições à vista
Marcelo foi o único a ver uma crise política, Passos disse que em setembro "vem aí o diabo" e Costa terá sugerido eleições antecipadas. Dirigentes e militantes destacados dos partidos contactados pelo DN não acreditam que seja já na discussão do próximo orçamento e até nem sabem quando, mas não põem as mãos no fogo que a legislatura chegue ao fim: as crises políticas são sempre imprevisíveis.
O Presidente da República terá temido instabilidade política provocada pelo processo de sanções (que Bruxelas optou por não aplicar a Portugal), tendo afirmado - quando o desfecho foi conhecido - que "a crise política evaporou-se do panorama político português tal como tinha aparecido".
A ideia não surpreende Nuno Melo. O vice-presidente do CDS afirmou ao DN que "as sanções eram o pretexto perfeito para António Costa convocar eleições antecipadas", tentando assim capitalizar alguma revolta do eleitorado.
As sanções passaram, mas não a hipótese de um crise política antes da legislatura. Nuno Melo explica que a "política é muito dinâmica" e recorda que "quando era líder parlamentar do CDS, ninguém estava à espera de eleições e depois Durão Barroso foi para a Comissão Europeia". É por isso que "ninguém arriscará fazer previsões a três anos".
Já o ex-vice-presidente e deputado do PSD, Pedro Pinto, diz ter ficado "surpreendido com a ideia do Presidente da República de que tinha havido uma crise política". Para o deputado social-democrata, Marcelo está "mais bem informado" e estaria a referir-se a um eventual "desalinhamento da coligação que suporta o governo".
Recorde-se que Marcelo, dias antes de chamar os partidos, disse que julho estava quente do ponto de vista da crispação política.
Desde logo porque o acordo entre PS e PSD para a eleição do presidente do Conselho Económico e Social (CES) - que viria a falhar. Por outro lado, mesmo no plano em que PS e PSD se entenderam (nos juízes para o Constitucional - com BE à mistura), enfureceu o PCP, que considerou a atitude de "discriminatória."
Para ajudar à instabilidade, Passos e Costa tinham feito discursos internos em que deixavam a dúvida quanto à hipótese de uma crise política ou até eleições. O primeiro-ministro - numa reunião com o grupo parlamentar do PS, a 19 de julho, teria sido tão pessimista que alguns deputados ficaram a pensar que haveria eleições antecipadas.
No dia seguinte, foi a vez do líder da oposição antecipar alguma instabilidade. No Conselho Nacional do PSD, Passos Coelho disse que "o problema para o país vai colocar-se muito antes das eleições [autárquicas]". E ainda acrescentou: "Gozem bem as férias que em setembro vem aí o diabo".
Era de macroeconomia que Passos falava, mas Marcelo entendeu que os tempos estavam quentes e deixou o aviso: "Continuo a entender que as eleições agora no futuro são as dos Açores, em outubro, e são as para as autarquias em outubro do ano que vem".
Pedro Pinto acredita que eventuais eleições podem depender de PS, PCP e Bloco de Esquerda "perceberem se daqui para a frente se vão preocupar com o país mais do que com eles próprios".
Nunca se pode dizer nunca a eleições antecipadas. Para o deputado do PSD "as crises políticas nunca têm data: quem anda cá há muito tempo sabe que elas acontecem quando menos se espera". Ainda para mais, acrescenta Pedro Pinto, neste momento em que "o copo de água está cheio, as coisas não estão sólidas e só há uma coisa que une os três partidos que suportam o executivo: o poder".
Há quem acredite- até entre os socialistas - que possa ser o próprioPS a provocar as eleições.E aí a meta é as autárquicas. Para o dirigente socialista Vítor Ramalho "a haver alguma possibilidade de mudança é após eleições". Ou seja: após as autárquicas.
Para Vítor Ramalho "dificilmente o PSD poderá ter um resultado em que consiga considerar-se vencedor. Já o PS continuará a presidir à Associação Nacional de Municípios Portugueses e o PCP também terá um bom resultado".
Ora, no entender, do soarista Vítor Ramalho "o PS, para se aproveitar da fragilidade do PSD, e o PCP, aproveitando o balanço que as autárquicas tiram ao BE, podem querer provocar eleições antecipadas".
Sobre a hipótese de ser Costa a provocar eleições, Pedro Pinto limita-se a dizer que "na baixa política tudo é possível e bem vimos a forma como eles usurparam o poder".
Já o governo nega tudo. Numa entrevista publicada hoje no Expresso o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos, afasta a hipótese de crise política: "Percebemos que uma parte do PSD queira resolver o problema da liderança do partido e que precise de umas eleições. Mas não conte com esta maioria para isso".

 copiado  http://www.dn.pt/

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagem em destaque

Ao Planalto, deputados criticam proposta de Guedes e veem drible no teto com mudança no Fundeb Governo quer que parte do aumento na participação da União no Fundeb seja destinada à transferência direta de renda para famílias pobres

Para ajudar a educação, Políticos e quem recebe salários altos irão doar 30% do soldo que recebem mensalmente, até o Governo Federal ter f...