Apelo
Presidente quer apresentar à população medidas já tomadas pelo governo para reverter impopularidade
PUBLICADO EM 24/12/16 - 03h00
BRASÍLIA.
Imerso em profunda impopularidade, alvo de delações da Lava Jato e
tentando reagir com pacotes econômicos anunciados nos últimos dias, o
presidente Michel Temer (PMDB) fará neste sábado (24) um pronunciamento
em rede nacional de rádio e TV para buscar transmitir uma mensagem de
otimismo para 2017 e fazer um balanço para a população do seu governo.
Após
ter que responder sobre possibilidades de cassação e renúncia nos
últimos dias, com o aprofundamento da crise e cutucadas de líderes de
partidos aliados, Temer vai dizer que, nestes sete meses de governo, já
tomou várias medidas para reorganizar o país. No entanto, segundo
assessores, o peemedebista dirá que ainda há muito a fazer para que a
economia volte a crescer ainda no próximo ano.
Nesta
sexta-feira (23), Michel Temer recebeu mais uma má notícia. A pesquisa
mensal Pulso Brasil, divulgada nesta sexta (23) pelo Instituto Ipsos,
mostrou que a parcela dos que estão insatisfeitos com o presidente se
acentuou. Desde outubro, a soma dos que desaprovam totalmente e que
desaprovam um pouco o chefe do Executivo subiu 18 pontos. O índice era
de 59% em outubro, passou a 72% em novembro e agora atingiu 77%.
Por
outro lado, os que aprovam Temer totalmente, somado aos que o aprovam
um pouco caiu de 31% em outubro para 16% em novembro e, 15%, agora. Os
que não sabem opinar eram 10% em outubro, 12% em novembro e 8% em
dezembro.
Quando
a avaliação é sobre a gestão federal, os que a consideram ótima ou boa
são 8% (eram 9% em outubro e 7% em novembro). Já a que a consideram ruim
ou péssima alcançou 62% na pesquisa concluída em dezembro. No mês
passado, o índice era de 52% e, em outubro, estava em 46%. Os que
consideram a gestão regular são 24% (eram 32% em outubro e 31% em
novembro). Hoje, 6% não sabem opinar sobre o governo.
A
pesquisa é a primeira a registrar, ainda que em parte, os primeiros
impactos da avaliação da população a partir do anúncio da proposta de
reforma da Previdência, considerada um tema impopular. Os números foram
coletados entre 30 de novembro e 12 de dezembro e a reforma foi
detalhada no dia 5 deste mês.
Panelaço.
Em meio à crescente impopularidade, Michel Temer vinha analisando com
sua equipe a conveniência de fazer o pronunciamento. Uma ala do governo
era contra, temendo panelaços no país. Outra defendia a fala em rede
nacional de rádio e TV para mostrar o que o governo já fez até agora,
por avaliar que muitas medidas acabaram não chegando totalmente a alguns
segmentos da sociedade.
Como
a economia ainda não saiu da recessão, o que era esperado para este
final de ano, mas ainda não aconteceu, nas últimas semanas, o governo
tem tentado mudar o humor da população com uma série de medidas voltadas
para trabalhadores, classe média e empresários. O Planalto espera um
crescimento de 1% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2017, depois de dois
anos de recessão.
A
expectativa no governo é que a economia ganhe fôlego com as medidas
anunciadas nas duas últimas semanas e com uma queda mais forte da taxa
de juros, já prometida pelo Banco Central.
Caso Padilha
Recado. Antes
mesmo de a imprensa divulgar a informação de que o ministro da Casa
Civil, Eliseu Padilha, foi o responsável por determinar a entrega de R$ 1
milhão em dinheiro por Lúcio Funaro ao advogado José Yunes, o próprio
Padilha foi até Michel Temer avisar que a bomba estava para estourar.
Apoio. Após ser procurado pela imprensa para comentar o caso, o ministro da Casa Civil se explicou no caso que trata de um suposto pagamento de recursos não contabilizados a partir do Yunes, ex-assessor de Temer. A boa relação, de longa data, entre Temer e Padilha permitiu que as coisas se acalmassem. A conversa serviu para preparar o presidente que, horas depois, garantiu a permanência do ministro no cargo.
Sombra
Jobim. Cotado
para substituir Michel Temer em uma eleição indireta, o ex-ministro
Nelson Jobim se reuniu com o ministro da Defesa, até altas horas na
madrugada de quinta-feira.
copiado http://www.otempo.com.br/c
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