Cisão PMDB se mostra fiel a Pimentel Parlamentares reafirmam apoio a governador e esperam, com isso, ganhar mais espaço no governo

 

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PMDB se mostra fiel a Pimentel 

Parlamentares reafirmam apoio a governador e esperam, com isso, ganhar mais espaço no governo


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PUBLICADO EM 03/12/16 - 03h00
Tâmara Teixeira

O governador Fernando Pimentel (PT) se encontrou nessa sexta (2) com a bancada estadual e parte da federal do PMDB, o que marcou oficialmente o afastamento dos peemedebistas e do próprio Pimentel em relação ao vice-governador, Antônio Andrade, presidente do PMDB em Minas. O racha mostrou que na disputa política o governador está mais fortalecido. O almoço foi marcado para o mesmo horário em que Andrade organizou uma reunião comemorativa com os eleitos pela legenda neste ano e que acabou esvaziada. Em meio ao mal-estar, Andrade declarou que está preparado para assumir a chefia do Executivo caso Pimentel seja afastado.
No Palácio da Liberdade, 12 dos 13 deputados estaduais do PMDB estavam presentes. O único ausente foi Douglas Melo, que foi operado. Outros três deputados federais compareceram. Em contrapartida, nenhum nome estadual participou do evento de Antônio Andrade, que contou com a presença de quatro deputados federais.
No encontro, como antecipou O TEMPO nessa sexta (2), o governador deixou claro que vai tentar a reeleição e ouviu dos aliados que ele pode contar com o PMDB para compor a chapa, certamente, sem Andrade. Antes da reunião com Pimentel, a bancada do PMDB na Assembleia se reuniu e definiu que irá pleitear uma “repactuação” no governo. Em outras palavras, a sigla vai discutir mais espaço e quer rever a distribuição dos postos de primeiro escalão e até nas comissões da Assembleia de Minas, na qual o PMDB tem a maior bancada, com 13 cadeiras.
Oficialmente, a agenda foi para comemorar a reeleição de Adalclever Lopes (PMDB), no dia anterior, à presidência da Assembleia e agradecer a Pimentel o apoio da base no processo. “Acho que, com a reeleição do Adalclever, com o crescimento da bancada, com esse novo tempo, em algum momento deverá ter uma repactuação das missões que o governador dará ao partido no governo”, afirmou Sávio Souza Cruz, secretário geral do PMDB-MG.
Segundo Sávio, outra mudança a partir de agora é que a interlocução entre os deputados e o Executivo, que era feita por Antônio Andrade, ficará com Adalclever e o líder da bancada do PMDB, João Magalhães. A relação entre bancada e Andrade, que já não era boa, desandou de vez quando o vice-governador anunciou apoio ao candidato do PSDB, João Leite, no segundo turno da disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte. Dias depois, os peemedebistas desautorizaram a aliança. Desde então, segundo Souza Cruz, os dois grupos não se reúnem.
Conspiração. O líder do governo na Assembleia, Durval Ângelo (PT), compareceu ao evento e disse que é mais que natural que o PMDB tenha mais espaço. O petista ainda acusou Andrade de conspirar para tomar o posto de Pimentel. Segundo Durval, se o vice quiser assumir o Executivo, terá que disputar uma eleição e, caso contrário, terá “o velho destino oferecido aos traidores, que é o do esquecimento, do desprezo, do ridículo”.


Antônio Andrade

Vice se diz pronto para assumir

Durante o encontro estadual do PMDB-MG, realizado nessa sexta (2) em um hotel de Belo Horizonte, o vice-governador de Minas e presidente da legenda no Estado, Antônio Andrade, evitou fazer comentários sobre a situação do governador Fernando Pimentel (PT), com quem rompeu relações, mas deixou claro que acredita estar “pronto” para assumir o governo caso o petista deixe o cargo.
De acordo com o peemedebista, não cabe a ele fazer julgamentos sobre Pimentel: “Vai ser a população de Minas, na próxima eleição, que vai julgar se ele tem condições morais de continuar no cargo”, declarou.
Questionado se tem feito articulações com deputados estaduais para fazer com que Pimentel seja afastado, Andrade negou. “Não tenho feito absolutamente nada. O problema do governador é jurídico, não podemos fazer nada para ajudar nem para atrapalhar”, disse, completando, ainda, que não está “nem torcendo” para que Pimentel fique ou saia.
O vice-governador negou que tenha rompido as relações com Pimentel; disse que elas continuam boas e que estão conversando normalmente.
Questionado sobre a ausência da bancada estadual no encontro, Andrade disse acreditar que os deputados “provavelmente não deram importância ao evento”.
Na reunião, eram esperados os ministros do presidente Michel Temer, Moreira Franco e Alexandre Padilha, mas eles não compareceram. Segundo o deputado federal Mauro Lopes, que não participou do evento de Andrade, mas foi ao encontro de Pimentel, os ministros não compareceram porque o encontro não havia sido decidido pela executiva estadual do PDMB e era um “ato isolado do vice-governador”. (Lucas Ragazzi)


O desgaste entre Pimentel e o vice

Mal-estar. Durante este ano, Fernando Pimentel e seu vice, Antônio Andrade, presidente do PMDB-MG, trocaram indiretas e diretas por interlocutores e pela imprensa. A situação piorou quando Andrade se aproximou de peemedebistas que apoiaram o impeachment de Dilma Rousseff. Logo o clima de conspiração se instalou.
Resposta. Com o desgaste, Pimentel exonerou pessoas indicadas por Andrade. Os desligamentos, como o de Mateus Moura, da Cemig, sem aviso prévio, irritaram o vice.
Afastamento. Andrade declarou apoio ao tucano João Leite no segundo turno da disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte, e o clima com a bancada piorou. A foto em que ele aparece ao lado da cúpula tucana e de outros peemedebistas, de mãos dadas com o senador Aécio Neves, foi interpretada como provocação ao governo.
Ameaça. Na última reunião da executiva estadual do PMDB, em que os deputados desautorizaram a aliança do partido com o PSDB, Andrade disse que o apoio ao PT continuaria dependendo do “bom comportamento” dos petistas.

copiado http://www.otempo.com.br/capa/

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