Internacional Minha carta de agradecimento aos colombianos



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Minha carta de agradecimento aos colombianos

gustavochacra 01 de Dezembro de 2016 | 19h08
gustavochacra
01 Dezembro 2016 | 19h08
O Brasil deveria se voltar mais para a Colômbia. São duas nações vizinhas e extremamente parecidas. A Colômbia, assim como o Brasil, tem influência europeia e africana. Isso para não falar na libanesa, como a Shakira pode provar ou o Santiago Nassar que teve uma morte anunciada. A Colômbia também como arroz e feijão. A Colômbia come quibe. E toma café. Tem até um pan de bono que lembra o pão de queijo. Quando lemos “Cem Anos de Solidão” ou “Amor nos Tempos do Cólera”, sentimos que a história parece passar no Brasil.
Viajei apenas uma vez para a Colômbia. Foi para ir ao casamento de dois amigos (Mari e Santiago) nas muralhas de Cartagena de Índias. É uma cidade colonial murada à beira do mar do mar Caribe. Fantástica, a começar pelo nome. Pegue Paraty e multiplique por dez. Terá Cartagena como resultado. Na ida e na volta, passei alguns dias em Bogotá. Fui sem grande expectativa. Voltei apaixonado por seus prédios de tijolos, pelos seus restaurantes, por suas ruas. Que cidade agradável! Não é a toa que diplomatas de todo o mundo lutam para ser baseados na capital colombiana.
Os colombianos conheci melhor um pouco antes, quando me mudei para Nova York em 2005. Na Universidade Columbia, rapidamente, alguns se tornaram meus melhores amigos. Um deles, o Mario Chamorro, que eu elegi presidente da Associação dos Estudantes, até discursou no meu casamento. Também tinha o German, a Lulu, a Adriana, a Mari. Pareciam amigos de infância. Acho que todos os brasileiros que estudaram nos EUA têm amigos colombianos.
Infelizmente, a Colômbia, quando eu era menor, estava associada ao tráfico de drogas. Tempos de Pablo Escobar, do Cartel de Medelín e do Cartel de Cali. Depois, passou a ser sinônimo de FARC. Na última década, porém, a Colômbia fez um enorme esforço e, com sucesso, alterou a imagem da nação, que se tornou mais positiva, especialmente nos EUA. Ontem, finalmente, o Congresso aprovou o novo acordo de paz do governo com as FARC – o anterior havia sido rejeitado em referendo.
E, também ontem, nós brasileiros vimos a emocionante homenagem que os colombianos de Medelín fizeram à Chapecoense. Ali entendemos que os colombianos mais que amigos –  são nossos irmãos. São como nós brasileiros. Que momento mágico de solidariedade. Tínhamos visto a simpatia da torcida colombiana na Copa. Mas desta vez foi algo especial. Honestamente, sempre fiquei honrado quando me perguntam se sou colombiano nos EUA. Agora ficarei mais ainda e talvez até minta – “Si, soy colombiano de Medelín”.  Gracias Colombia!
copiado  http://internacional.estadao.com.br/blogs/gustavo-chacra/

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