Vespertinas: a conspiração contra Temer & o magarefe seletivo
Joesley Batista e Michel Temer.
Conspiração, e daí? I Não resta dúvida que o presidente Michel Temer caiu numa emboscada. Se foi obra exclusiva do magarefe goiano, não se sabe. A “conspiração”, no entanto, pode até ser juridicamente inválida, mas isto não invalida o conteúdo.
Conspiração, e daí? II Joesley Batista é confesso corruptor, beneficiário de bilhões de recursos do FGTS e do Tesouro Nacional (por meio do BNDES). Temer, cercado por gente suspeita de cometer malfeitos, foi flagrado numa conversa com indícios robustos de cometimento de crimes. Ou seja, não há santos nessa patuscada.
Recessão vai. Dilma Rousseff foi deposta por que fraudou a lei fiscal, depredou a economia e perdeu apoio parlamentar e popular – sendo o impeachment chancelado pela plenitude da Suprema Corte. À sua queda sobreveio a recuperação da economia e o fim iminente da recessão.
Recessão vem. Michel Temer pode ser abatido pela ação relâmpago da PGR e do STF (noves fora o escandaloso acordo que premiou os donos da JBS), por suas relações com malfeitores e pela rejeição popular. À sua deposição poderá advir a volta da recessão, conforme prevê o economista José Roberto Mendonça de Barros no Estadão.
Diretas, pra que te quero. São pelo menos três as motivações da oposição para antecipar as eleições de 2018: tentar aplacar a Operação Lava-Jato, propiciar uma oportunidade para a eleição de um expoente de seu campo, dito de esquerda, e consolidar o bloqueio das reformas trabalhista e previdenciária, já seriamente avariadas com a derrocada do governo Temer.
Eu fiz pela causa I. O PT e seus satélites criticam com veemência a Operação Lava-Jato. Basta, porém, que as acusações recaiam sobre um adversário para que as provas colhidas passem a ser incontestáveis e motivação para incriminações e prisões. Coerência é artigo inexistente na prateleira de virtudes da política, a sinistra inclusa.
Eu fiz pela causa II. Esta inclinação para falsear a realidade conforme seus interesses, jogando a coerência às favas, é ingrediente deletério, mas compreensível dentro da lógica dos capos, para os quais os fins sempre justificam os meios. Bizarro, para não dizer ingênuo, é que militantes da sinistra enverguem a defesa de meliantes do erário como se defendessem virtuosos e desapegados dirigentes partidários.
Eu fiz pela causa III. Meme que circulou semana passada (ipsis litteris): “A Militância do PT avisa: – Excepcionalmente hoje, o que passar na Globo, é verdade!”.
Sigam o dinheiro I. De acordo com o Estadão, a JBS pagou R$ 1,4 bilhão para 28 partidos. O PT ficou com 43,5%, o PMDB, 32% e o PSDB, 6,4%. Joesley Batista grampeou integrantes do PMDB e do PSDB, mas, ao que se sabe, não do PT. Uma pista para decifrar esta seletividade pode estar na repetida alegação petista: os delatores dizem o que os procuradores querem ouvir.
Sigam o dinheiro II. Sem os bilhões com os quais os governos do PT entumeceram a JBS, os açougueiros de Formosa (GO) não chegariam à condição de maiores corruptores da Nação, a rivalizar com a Odebrecht. Os grampos dos magarefes goianos visaram o PMDB e o PSDB, principais algozes do PT no impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Pegadinha. Não ter exigido o gravador original (são dois, na verdade) da conversa em que o presidente Michel Temer foi grampeado pelo açougueiro Joesley Batista para que uma perícia oficial fosse realizada foi: () açodamento, () negligência, () nenhuma das duas?
“Alvará de soltura”. Nesta toada, juízes e procuradores da Lava-Jato vão firmar nova jurisprudência: corruptores têm o direito de comprar sua liberdade; corruptos devem ser condenados à prisão.
Acabou? Dá pra acreditar que, diante da miríade de empresas que têm negócios com nosso Estado centralizador e onipresente, apenas as empreiteiras e a JBS corromperam políticos e outras autoridades?
Saúde, presidente! I. Na barafunda em que se encontra o País, o mínimo que se espera para garantir alguma estabilidade diante da instabilidade é que o eventual sucessor de Michel Temer, caso venha a ser escolhido pela via constitucional, a eleição indireta, exerça seu mandato até 1º de janeiro de 2019.
Saúde, presidente! II. Para tanto, há pelo menos dois requisitos básicos: que seja honesto e goze de boa saúde.
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