Não nos damos conta da realidade em que vivemos, diz 'A Utilidade do Inútil' Em "A Utilidade do Inútil", o filósofo italiano Nuccio Ordine mostra.

Apoiado em textos de filósofos e escritores "A Utilidade do Inútil" faz uma defesa da arte contra o utilitarismo

Não nos damos conta da realidade em que vivemos, diz 'A Utilidade do Inútil'

Em "A Utilidade do Inútil", o filósofo italiano Nuccio Ordine mostra...
10/07/2018 - 12h30

Não nos damos conta da realidade em que vivemos, diz 'A Utilidade do Inútil'

da Livraria da Folh

 Em "A Utilidade do Inútil", o filósofo italiano Nuccio Ordine mostra como o acúmulo desmedido de posses e bens acaba por murchar o espírito das pessoas e o perigo que isso causa para a cultura e a sociedade.
"No universo do utilitarismo, um martelo vale mais que uma sinfonia, uma faca mais que um poema, uma chave de fenda mais que um quadro: porque é fácil compreender a eficácia de um utensílio, enquanto é sempre mais difícil compreender para que podem servir a música, a literatura ou a arte", afirma Ordine na introdução da obra.
Neste sentido, o autor reúne citações de diversos filósofos e escritores para fortalecer a discussão sobre os saberes inúteis, ou seja, aqueles que não geram lucro imediato ou visível.
Em uma das passagens, ele usa uma curta história de David Foster Wallace, autor do gigantesco "Graça Infinita", e conclui: não nos damos conta da realidade na qual vivemos.
Leia a seguir o trecho do livro
*
3. O que é a água?
Uma anedota de Foster Wallace
Eis por que, no início de cada ano letivo, gosto de ler para os meus alunos uma passagem do discurso que David Foster Wallace proferiu no dia 21 de maio de 2005 aos formandos do Kenyon College, nos Estados Unidos. O escritor - que morreu em 2008, aos 46 anos - dirige-se aos estudantes contando uma historieta que serve para exemplificar de maneira excelente o papel e a função da cultura:
Há dois jovens peixes nadando e, num certo momento, encontram um peixe ancião nadando na direção oposta, que acena para eles e diz:
Olá, rapazes. Como está a água?
Os dois jovens peixes nadam mais um pouco, depois um olha para o outro e pergunta:
Água? Que diabo é isso?
É o próprio autor que nos fornece a chave de leitura do seu conto: "A essência da historieta dos peixes é simplesmente que as realidades mais óbvias, onipresentes e importantes são muitas vezes as mais difíceis de compreender e de discutir." Como os dois peixes mais jovens, nós não nos damos conta do que seja realmente a "água" na qual vivemos cada minuto da nossa existência. Não nos damos conta, de fato, de que a literatura e os saberes humanísticos, a cultura e a educação constituem o líquido amniótico ideal no qual podem se desenvolver vigorosamente as ideias de democracia, liberdade, justiça, laicidade, igualdade, direito à crítica, tolerância, solidariedade e bem comum.


copiado https://www1.folha.uol.com.br/

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