Um morto e mais de 50 desaparecidos em naufrágio na Tailândia Migração: Merkel e Orban divergem sobre 'valores' da Europa Londres diz que polícia fará de tudo para esclarecer novo envenenamento

Um morto e mais de 50 desaparecidos em naufrágio na Tailândia

AFP / Kritsada MUENHAWONGParamédicos resgatam passageiros do barco turístico que naufragou em um porto em Phuket, Tailândia, em 5 de julho de 2018
Um homem morreu e 53 pessoas, principalmente passageiros chineses, seguem desaparecidas após o naufrágio de um barco turístico na costa da ilha de Phuket, na Tailândia, informaram fontes oficiais nesta quinta-feira.
"Nós interrompemos o resgate (...) recomeçaremos pela manhã", indicou o governador de Phuket, Noraphat Plodthong, a repórteres, acrescentando que 53 pessoas ainda estão desaparecidas.
O corpo de um homem com um colete salva-vidas da embarcação, "Phoenix", foi recuperado no mar.
O barco transportava 90 pessoas e retornava de Koh Racha para Phuket quando foi surpreendido por uma tempestade, segundo explicou seu capitão, Somjing Boontham, em uma entrevista televisionada.

Migração: Merkel e Orban divergem sobre 'valores' da Europa

AFP / Omer MESSINGERAngela Merkel cumprimenta o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, em entrevista coeltiva conjunta, em 5 de julho de 2018 em Berlim
A chanceler alemã, Angela Merkel, manifestou claramente, nesta quinta-feira (5), suas divergências com o premiê húngaro, Viktor Orban, sobre os imigrantes, defendendo um dever "de humanidade", no momento em que é acusada de ceder à linha dura europeia.
"Vamos proteger nossas fronteiras externas" na UE, "mas não com o objetivo de nos fecharmos e de falar apenas de fechamento e de um tipo de fortaleza", declarou a chanceler à imprensa, ao receber seu colega húngaro, pela primeira vez em três anos.
Na entrevista coletiva, Merkel falou de "divergências" entre ambos sobre esse tema.
"A humanidade é a alma da Europa e, essa alma, nós queremos preservá-la (...), uma vez que a Europa não pode simplesmente acabar com a angústia e com o sofrimento", entrincheirando-se em uma "fortaleza", acrescentou Angela Merkel.
Dessa forma, ela se dirigia ao mesmo tempo a Orban, com quem ela esteve com frequência em conflito na questão migratória desde 2015, e aos que hoje a acusam de ter renunciado definitivamente à sua generosa política de acolhida dos refugiados e de ter-se alinhado com os partidários do fechamento da Europa.
- Importação do 'mal' -
Viktor Orban rebateu: "Achamos que ajudamos de maneira humanitária ao não criar um apelo migratório".
Para ele, "a única solução" é "fechar as fronteiras e não deixar entrar aqueles que trazem o mal" à Europa.
"Nós não queremos importar problemas", acrescentou, ao lado da chanceler.
O premiê também convidou Berlim a se mostrar mais agradecida à Hungria, que monitora rigidamente sua fronteira meridional com Croácia e Sérvia. "De outro modo, de 4.000 a 5.000 refugiados chegariam à Alemanha, todos os dias", afirmou, acrescentando que "isso é solidariedade".
Durante muito tempo, os dois encarnaram no nível europeu polos opostos em matéria de política de asilo: vontade de acolhida, de um lado, recusa intransigente de imigração em nome dos valores cristãos da Europa, de outro.
A despeito das aparentes diferenças nesta quinta, em Berlim, o fato é que, desde 2015, a Alemanha foi endurecendo progressivamente sua política migratória para se harmonizar com os defensores de uma linha dura do bloco.
A postura de Orban sobre a imigração é, agora, majoritária na Europa, desde a chegada ao poder da extrema direita na Áustria, ou na Itália, e por seus avanços em outros países, como na própria Alemanha.
Em entrevista recente, a chanceler chegou a dar um sinal de reconhecimento do valor da política de Orban, afirmando que, "de uma certa forma, (ele) fez o trabalho por nós", com seus controles muito rígidos. Um tom bem diferente do adotado em 2016, quando ainda o criticava por ter fechado a "rota dos Bálcãs", por onde chegava a maioria dos migrantes, pela Grécia, rumo ao norte da Europa.
A cúpula europeia dedicada às migrações, na semana passada, classificada de "imenso sucesso" por Orban, simbolizou uma espécie de consagração de suas teses, com a Europa pondo ênfase no reforço dos controles fronteiriços.
- 'Orbanização' de Merkel -
Ao mesmo tempo, Merkel teve de enterrar, definitivamente, seu projeto de cotas de distribuição dos demandantes de asilo na UE, sobretudo, diante da oposição dos países da Europa Central e do Leste.
"É (Orban) que dita suas condições" à chanceler, analisou recentemente a revista alemã "Der Spiegel", que fala na "orbanização" de Merkel.
A chanceler aceitou que os migrantes já registrados em outros países da UE sejam instalados em centros de trânsito na fronteira alemã e depois expulsos para o Estado de entrada no bloco.
Teve de ceder a seu ministro do Interior, o conservador Horst Seehofer, que agora se esforça para negociar com Áustria e Itália a adoção do plano - uma tarefa que se anuncia como muito complicada.


Londres diz que polícia fará de tudo para esclarecer novo envenenamento

AFP / Geoff CADDICKPolícia monta guarda em frente a uma residência de Amesbury, onde casal passou mal após envenenamento
A primeira-ministra britânica, Theresa May, assegurou nesta quinta-feira que a polícia "moverá céus e terras" para esclarecer o novo caso de envenenamento com Novitchok na Grã-Bretanha, o mesmo agente neurotóxico que deixou à beira da morte um ex-espião e sua filha em março passado.
Charlie Rowley, de 45 anos, e Dawn Sturgess, 44, ficaram doentes no sábado, em Amesbury, sudoeste da Inglaterra, perto de onde Serguei Skripal e sua filha Yulia foram encontrados inconscientes em 4 de março, um episódio que desatou uma crise diplomática com a Rússia.
"Ver que duas novas pessoas foram expostas ao Novitchok no Reino Unido é uma evidência extremamente preocupante e eu sei que a polícia moverá céus e terras em sua investigação para determinar o que aconteceu", declarou May durante uma visita a Berlim.
Moscou reagiu imediatamente às declarações, afirmando que o governo britânico deveria se desculpar com a Rússia e a comunidade internacional.
"O governo de Theresa May e seus representantes terão de se desculpar por tudo que fizeram, tanto com a Rússia, quanto com a comunidade internacional. Isso virá mais tarde, mas virá", declarou aos jornalistas a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova.
A Rússia também pediu à Polícia britânica que não se envolva "nos sujos jogos políticos".
"Pedimos às forças da ordem britânicas que não cedam aos sujos jogos políticos iniciados por certas forças em Londres e que cooperem, nessa investigação, com as forças da ordem russas", acrescentou Zakharova.
O ministro britânico do Interior, Sajid Javid, por sua vez, cobrou da Rússia explicações após o novo incidente. "Está na hora do Estado russo explicar exatamente o que está acontecendo", declarou diante do Parlamento, reiterando as acusações contra Moscou.
E o secretário de Estado para a Segurança, Ben Wallace, indicou à rádio BBC que as autoridades trabalham com a hipótese de que as duas pessoas "foram vítimas das consequências do primeiro atentado, ou de algo mais, mas não eram alvos diretos".
O responsável pela unidade antiterrorista da polícia britânica, Neil Basu, explicou que a "possibilidade dos dois casos estarem ligados é claramente uma das linhas de investigação".
Na quarta-feira à noite, a polícia indicou que os testes realizados revelaram que o casal foi exposto ao Novichok, um agente neurotóxico militar desenvolvido pela União Soviética durante a Guerra Fria.
Wallace insistiu que os russos estavam por trás do atentado contra os Skripal.
AFP / Geoff CADDICKSam Hobson, amigo das vítimas
Em Moscou, o porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov, afirmou à imprensa que o caso "é muito preocupante, mas que não dispunha de informações sobre quais substâncias foram usadas ou como foram usadas".
"Desde o início, a Rússia se propôs a conduzir uma investigação conjunta com a britânica, e a oferta segue sem resposta", afirmou Peskov.
- 'Baixo risco' -
Basu insistiu que o risco para a população é baixo, e considerou que se alguém tivesse sido exposto à substância "já teria mostrado sintomas".
No entanto, ele admitiu que ainda não há indicações de onde o veneno poderia estar e pediu às pessoas que não tocassem em nada sem saber o que é.
Basu afirmou que não há nada que sugira que o casal "fosse um alvo".
O vizinho Sam Hobson, de 29 anos, relatou à AFP que era amigo do casal e que esteve com eles quando adoeceram. "Fui à casa de Charlie pela manhã e havia muitas ambulâncias do lado de fora, e eles levaram sua namorada", explicou.
"A mulher havia reclamado de manhã que sentia dor de cabeça, foi tomar banho e lá começou a sofrer um ataque, com espuma saindo de sua boca".
Por volta das 9h15, ela foi hospitalizada, e Hobson e Rowley foram a uma farmácia e depois Rowley reclamou que não estava se sentindo bem.
"Suava muito, babava, não conseguia falar", narrou Hobson. "Fazia barulhos estranhos, se balançava para frente e para trás, não respondia e nem sabia que eu estava ali. Era como se estivesse em outro mundo".
Hobson chamou uma ambulância por volta das 14h30. O amigo explicou que o casal havia estado em Salisbury na sexta-feira e especulou que "poderiam ter tocado em algo contaminado".
A princípio, a polícia acreditou que o casal havia consumido drogas adulteradas, mas acabou por enviar amostras ao laboratório militar de Porton Down.
Os dois seguem em estado crítico no Hospital de Salisbury, o mesmo que cuidou dos Skripal.
As autoridades visitaram vários locais por onde o casal passou, como um parque, um albergue de Salisbury, além da farmácia, a igreja e a casa de Amesbury.
Em 4 de março, Serguei e Yulia Skripal foram encontrados inconscientes e hospitalizados em estado crítico em Salisbury depois de tomar uma cerveja em um pub e almoçar em um restaurante italiano. Eles foram tratados por semanas e finalmente se recuperaram e receberam alta médica.
Londres acusou Moscou de estar por trás do ataque contra Skripal, um ex-coronel dos serviços secretos militares russos condenado por traição por transmitir segredos a Londres, e acabou se estabelecendo na Inglaterra após uma troca de espiões.


copiado https://www.afp.com/

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