América Latina está longe de acabar com exclusão de negros, diz Banco Mundial
AFP/Arquivos / LEO CORREA
Esteban Cipriano,
encarregado de programas de educação contra o racismo do grupo ID_BR,
fala aos funcionários da marca de moda Maria Filo perto de um cartaz
onde se lê a palavra "Raça" no Rio de Janeiro, 17 de novembro de 2017
A América Latina tem uma dívida com sua população de
origem africana: embora tenha registrado melhorias em sua condição de
vida nos últimos anos, está longe de erradicar sua exclusão
socioeconômica, alertou o Banco Mundial em um relatório divulgado nesta
quarta-feira (29), que citou o Brasil como exceção a esta regra.Os afrodescendentes são um quarto da população latino-americana, mas ocupam parte desproporcionalmente alta dos pobres da região, segundo estudo divulgado na Costa Rica.
"Os afrodescendentes se beneficiaram disso", comentou Freer à AFP. "Embora tenham se beneficiado muito da redução da pobreza, não se beneficiaram tanto quanto o resto da população", acrescentou.
Diante disso, o informe destaca que "faltam políticas diferenciadas para fechar os abismos" sociais que marginalizam os afrodescendentes do restante da população.
O boletim indicou que os países latino-americanos em geral não criaram políticas específicas para a população negra, e as existentes começaram a ser desenvolvidas recentemente.
Uma exceção é o Brasil, onde mora a maioria dos afro-latino-americanos e que conta com um ministério da igualdade racial focado na população de origem africana com políticas de inclusão educativa e trabalhista.
No entanto, nos últimos anos a crise econômica atingiu este ministério e prejudicou seu trabalho, segundo Freer.
O informe destacou que, somando Brasil, Colômbia, Equador, Panamá, Peru e Uruguai, os afrodescendentes são 38% da população, mas são a metade das pessoas em pobreza extrema e têm menos anos de escolaridade, mais desemprego e ocupam menos cargos de tomada de decisões.
O relatório foi divulgado na Costa Rica em grande parte como reconhecimento a que o país tem a primeira vice-presidente da América Latina, Epsy Campbell, que também é ministra das Relações Exteriores.
"Eliminar as condições que limitam a inclusão plena dos afrodescendentes promoverá uma sociedade latino-americana mais justa, próspera e igualitária", comentou Jorge Familiar, vice-presidente dp Banco Mundial para a América Latina e o Caribe.
O Banco Mundial recomendou aos países estudar em profundidade as causas pelas quais a população negra sofre condições de desigualdade e desenvolver políticas que as ataquem diretamente.
copiado https://www.afp.com/
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