Mais de 147.000 venezuelanos entraram no Chile até julho deste ano
AFP/Arquivos / Luis ROBAYOVenezuelanos fazem fila em frente ao consulado do Chile em Caracas para pedir o "visto de responsabilidade democrática", em 16 de abril de 2018
Mais de 147.000 venezuelanos entraram no Chile entre janeiro e julho deste ano, uma cifra que se aproxima dos 177.000 que o fizeram em todo o ano passado, segundo a Polícia.
Segundo um boletim da Polícia de Investigações do Chile (PDI), publicado nesta segunda-feira (27) pelo jornal La Tercera, entre 1° de janeiro e 31 de julho, 147.429 venezuelanos entraram no Chile. Em todo o ano de 2017, entraram no país 177.347 pessoas desta nacionalidade.
No primeiro semestre, que abrange o período de 1º de janeiro a 30 de junho, o número de venezuelanos que entraram no país chegava a 124.501, segundo uma lista da PDI enviada à AFP.
No mesmo período, entraram no Chile 1.950.546 argentinos, a maioria de passagem; 940.872 peruanos e 413.242 bolivianos, estes últimos devido ao intenso tráfego na fronteira comum.
Além disso, entraram no país 287.539 brasileiros e 139.109 cidadãos americanos, principalmente para turismo.
Do total de venezuelanos que ingressaram no Chile desde de abril - quando o governo do conservador Sebastián Piñera impôs a condição - e até 20 de janeiro, 9.626 o fizeram com o chamado "visto de responsabilidade democrática", que tinha sido solicitado neste período para 64.932 venezuelanos, embora ainda 42.000 estivessem em trâmite.
No momento do anúncio, que também incluiu a imposição de um visto de turismo para conter a migração haitiana, Piñera disse que a medida era adotada "levando em consideração a grave crise democrática que atravessa a Venezuela, um país que acolheu muitos chilenos que buscavam refúgio em suas fronteiras" durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).
O visto, que deve ser pedido nos consulados do Chile na Venezuela, outorga aos venezuelanos uma permissão de residência de um ano, que lhes permite obter um contrato de trabalho no país. A permissão é prorrogável por um ano adicional antes de poder pedir a residência definitiva.
Cinema latino está entre protagonistas do Festival de Veneza
AFP/Arquivos / Pablo Porciuncula(2016) O ex-presidente uruguaio José Mujica (e) recebe em sua residência na capital uruguaia o cineasta sérvio Emir Kusturica (d)
Com dois filmes mexicanos e um argentino na competição oficial, o cinema da América Latina se confirma como um dos protagonistas do Festival de Veneza, que começa na quarta-feira e prestará uma homenagem inédita ao ex-presidente uruguaio José Mujica.
O cinema latino-americano, que a cada ano conquista mais espaço no mundo, estará presente em todas as seções do prestigioso festival europeu, onde foram convidados filmes da Argentina, México, Brasil e Guatemala.
México, um dos países que colheu mais êxitos nos últimos anos, concorre com "Roma", a história da família do cineasta Alfonso Cuarón, que volta ao cinema cinco anos depois do Oscar por "Gravity".
O novo filme, em branco e preto e ambientado nos anos 70, ia competir no Festival de Cannes, mas após o veto aos filmes para a televisão produzidos pela Netflix, terminou em Veneza.
"Não vejo motivos para excluir um filme de Cuarón só porque foi produzido pela Netflix", afirmou o diretor do Festival de Veneza, Alberto Barbera, que convidou seis produções do gigante audiovisual, incluindo o último trabalho dos irmãos Coen.
Outro diretor mexicano várias vezes premiado em Cannes, Carlos Reygadas, estreia em Veneza com "Nuestro tiempo", um filme em que é protagonista junto com sua esposa Natalia López, e que conta a história de um casal que vive isolado no campo.
O argentino Gonzalo Tobal também estreia em Veneza, e aspira ao cobiçado Leão de Ouro com "Acusada", um filme baseado em fatos reais sobre um assassino brutal e protagonizado, entre outros, por Lali Espósito e Gael García Bernal.
- Brasil nas paralelas -
A Argentina é também a convidada especial do festival, com seis filmes nas diferentes seções, entre eles os longas muitos esperados de dois autores consagrados: Gastón Duprat com "Mi obra maestra" e Pablo Trapero com "La quietud", que estreará em 30 de agosto na Argentina após seu lançamento em Veneza.
Trapero, premiado como melhor diretor em 2015 pelo inquietante "O Clã", regressa com um filme sobre uma família cheia de segredos e dominada por mulheres.
"Uma história muito intrigante", adiantou o diretor, que representa um cinema rico, com propostas distintas, de qualidade e apoiado por um público amplo.
"O cinema argentino é o mais inovador e interessante de toda a América Latina e o que mais soube se renovar", apontou Barbera ao ilustrar o programa do festival, que termina em 8 de setembro.
Brasil e Guatemala estarão presentes na seção paralela Jornada dos Autores - Venice Days -, que seleciona filmes inovadores, com "Domingo", de Clara Linhart e Felipe Barbosa, um drama familiar ambientado no dia da primeira posse do ex-presidente Lula; e "José", do chinês Li Cheng, uma história de amor homossexual que transcorre no país centro-americano.
Outros dois filmes brasileiros marcarão presença no festival: "Deslembro", de Flavia Castro, na seção Horizontes; e o documentário "Humberto Mauro", sobre o pioneiro do cinema nacional, dirigido por André Di Mauro, na seção Venice Classics.
O júri internacional será presidido pelo mexicano Guillermo del Toro, vencedor do Leão de Ouro no ano passado com 'A forma da água', premiada também com quatro estatuetas em Hollywood.
- Um ex-guerrilheiro no Lido -
A irrupção em Veneza do ex-presidente uruguaio José Mujica, um político que desperta devoção em meio mundo e críticas em seu país, será um dos pratos principais da 75ª edição do festival.
Mujica, de 83 anos, que deixou recentemente seu assento no Senado para se dedicar à "batalha das ideias", confirmou sua presença em Veneza. Serão exibidos dois filmes sobre o ex-guerrilheiro que foi presidente do Uruguai entre 2010 e 2015, um símbolo da esquerda latino-americana, admirado por seu estilo austero e sua "revolução tranquila".
Em homenagem ao ex-presidente, que quebrava protocolos e fez reformas como a legalização da maconha, serão apresentados o documentário "El Pepe, una vida suprema", do reconhecido cineasta sérvio Emir Kusturica e o filme "La noche de 12 años" do uruguaio Álvaro Brechner.
Neste filme Mujica conta sua longa prisão em condições sub-humanas, sua luta para sobreviver e o valor da introspecção.
Fiel ao seu estilo, o ex-presidente e ex-guerrilheiro provavelmente renunciará a desfilar pelo lendário tapete vermelho do Lido veneziano, por onde passaram verdadeiras lendas da sétima arte.
copy https://www.afp.com/
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