Trump, otimista sobre acordo próximo entre EUA e México na revisão do Nafta
AFP / Andrew CABALLERO-REYNOLDS
O secretário da Economia
do México, Ildefonso Guajardo, fala com jornalistas em frente ao
Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos durante
reuniões sobre o Nafta, em Washington, 23 de agosto de 2018
O presidente americano, Donald Trump, mostrou-se
otimista sobre um acordo próximo com o México no âmbito da atual revisão
do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), enquanto
negociadores dos dois países se reúnem em Washington.O Nafta, em vigor entre Estados Unidos, México e Canadá desde 1994, está sendo revisado há um ano a pedido de Trump, que o considera "um desastre" para seu país e chegou, inclusive, a ameaçar deixá-lo.
"Nossa relação com o México se fortalece a cada hora. Pessoas muito boas no antigo e no novo governo e todos trabalham estreitamente em conjunto... Um grande Acordo Comercial com o México pode ser alcançado em breve!", tuitou Trump.
O secretário mexicano da Economia, Ildefonso Guajardo, chefe-negociador do Nafta para seu país, elogiou o ânimo de Trump, ao chegar ao escritório de seu contraparte, o representante comercial americano Robert Lighthizer.
"Que bom que (o presidente) tem esse otimismo. Acredito que, dependendo do que acontecer hoje, poderíamos confirmá-lo. Mas ainda não estamos lá, como disse antes", declarou a jornalistas.
"Hoje será um dia importante", acrescentou.
O chanceler mexicano, Luis Videgaray, que tem ido seguidamente a Washington para participar das reuniões ao lado de Guajardo, limitou-se a considerar como interessante" o tuíte de Trump.
"Muito positivo", avaliou, por sua vez, Jesús Seade, delegado nas negociações do Nafta do presidente eleito do México, Andrés Manuel López Obrador, ao retornar neste sábado a Washington para se somar às conversações.
"Ele é um homem com um estilo de que gosto muito", disse a respeito de Trump. "Acredito que isto reflete a realidade, acho que vamos bem".
Guajardo assegurou na sexta-feira que as negociações com os Estados Unidos estão "muito avançadas" e que sua contraparte canadense, a chanceler Chrystia Freeland, se somará à mesa assim que for convocada.
"Tenho confirmação dela de que estará disponível no momento em que acreditarmos que podemos fazer ingressar na tripartite", disse, assegurando que a comunicação com o Canadá é "permanente".
Os negociações enfrentam a data limite do fim de agosto para alcançar um novo acordo Nafta se quiserem assiná-lo antes de o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, entregar o cargo a López Obrador em 1º de dezembro, visto que o Congresso americano deve ser informado do pacto 90 dias antes de sua assinatura.
- Cláusula de extinção "vai sair" -
Guajardo não informou no sábado o que falta resolver com os Estados Unidos, depois de cinco semanas de discussões centradas particularmente no tema candente das regras de origem da indústria automotiva, que Washington quer tornar mais rígidas.
"Estivemos trabalhando e avançado em assuntos, mas nada termina até que realmente tudo termine", destacou.
AFP / Brendan Smialowski
Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em 24 de agosto de 2018 em Columbus, Ohio
Segundo o acordo em vigor, um automóvel deve ter 62,5%
de componentes americanos para não pagar tarifas alfandegárias, mas os
Estados Unidos propôs elevá-lo a 85%. Fontes destacaram que embora em
seguida Washington tenha reduzido este percentual a 75%, as partes não
só negociam estes percentuais, mas o calendário para a imposição de
novas taxações.Outro tema espinhoso desde o início da revisão do Nafta é a polêmica "cláusula de extinção", proposta pelos Estados Unidos, que obrigaria revisar o acordo a cada cinco anos, ao que tanto México quanto o Canadá se opõem.
"Vai para fora a proposta dos Estados Unidos de que isto acabe a cada cinco anos", antecipou.
"Não é mais o que os Estados Unidos estavam propondo de forma nenhuma; é um enfoque centrado em avaliação futura e continuação", acrescentou, antecipando que os prazos seriam mais longos para dar maior certeza aos investidores.
"Nenhum investidor se preocupa com prazos de 10 a 15 anos e até mais. Isso não é um problema", disse.
Seade concordou com Guajardo em que este é um tema "trilateral", mas confiou em que o Canadá estará de acordo com o proposto pelo México.
Para o México, o Nafta é vital, pois 80% de suas exportações vão para o mercado americano, embora o governo esteja tentando diversificar gradativamente seus destinos comerciais.
copiado https://www.afp.com/pt/
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