Na ONU, Israel acusa Irã de abrigar "depósito atômico secreto". Londres adverte Moscou sobre "preço a pagar" por uso de armas químicas

Na ONU, Israel acusa Irã de abrigar "depósito atômico secreto"

AFP / TIMOTHY A. CLARY El primer ministro israelí, Benjamin Netanyahu, se dirige a la Asamblea General de las Naciones Unidas en Nueva York el 27 de septiembre de 2018.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, acusou nesta quinta-feira o Irã de possuir um "depósito atômico secreto" em Teerã, exibindo mapas e fotografias na Assembleia Geral da ONU.
"O que o Irã esconde, Israel encontrará", disse o líder israelense, exibindo fotografias do exterior de um edifício na capital iraniana.
"Israel fará o que for necessário para se defender da agressão do Irã", assegurou Netanyahu.
Após uma apresentação em que lembrou de outras "revelações" sobre planos secretos do governo iraniano, feitas em Israel no final de abril, Netanyahu pediu ao Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) a "inspecionar imediatamente este local antes que os iranianos o esvaziem".
"O senhor prometeu que as inspeções poderiam ser feitas em qualquer lugar, a qualquer momento", disse a Yukiya Amano, o diretor japonês desta agência da ONU. "Então, por que não fazer imediatamente uma inspeção deste local?"
Netanyahu garantiu que os iranianos haviam começado a esvaziar o depósito, que segundo ele continha até "300 toneladas de materiais". "Os funcionários iranianos estão tentando desesperadamente esvaziar as instalações (...) Apenas no mês passado eliminaram 15 quilos de materiais radioativos", acrescentou.
Ele afirmou que este lugar secreto demostrou mais uma vez que o acordo nuclear de 2015 - que busca frear as ambições do Irã de desenvolver a bomba atômica e que os europeus, os russos e os chineses continuam defendendo, apesar da retirada dos Estados Unidos anunciada em maio - se baseia "em uma mentira".
"O Irã não abandonou seu objetivo de desenvolver armas nucleares. Garanto que isso não acontecerá", acrescentou, ressaltando que os iranianos pretendem "reutilizar este local em poucos anos".
Israel se opõe fortemente ao acordo nuclear do Irã, selado por Estados Unidos, Rússia, China e pelas nações europeias em 2015 e felicitou o presidente Donald Trump por tê-lo abandonado.
Netanyahu reiterou seu beneplácito pela retirada de Washington do acordo, que já denunciou muitas vezes como uma ameaça para seu país e para toda a região. Também criticou duramente os europeus, que continuam defendendo o tratado.
Este pacto teve "uma consequência positiva", disse o primeiro-ministro. "Ele aproximou mais do que nunca Israel a muitos países árabes", também hostis a Teerã, disse.
Netanyahu afirmou ainda que o movimento xiita libanês Hezbollah, outro inimigo de Israel, colocou três instalações de mísseis perto do aeroporto de Beirute, mostrando o que descreveu como "uma imagen que vale mil mísseis".

Londres adverte Moscou sobre "preço a pagar" por uso de armas químicas

AFP / Don EMMERT O ministro britânico das Relações Exteriores, Jeremy Hunt, à margem da Assembleia Geral da ONU em Nova York, no dia 27 de setembro de 2018
O ministro britânico das Relações Exteriores, Jeremy Hunt, advertiu nesta segunda-feira a Rússia do "preço a pagar" pelo uso de armas químicas, na violação dos tratados internacionais, vários meses depois do caso Skripal.
O chefe da diplomacia britânica se reuniu com seu homólogo russo, Serguei Lavrov, à margem da Assembleia Geral da ONU em Nova York, em um encontro que descreveu como "um honesto intercâmbio de pontos de vista".
"Foi bastante difícil porque é inaceitável que a Rússia ordene os dois agentes do GRU [serviços de espionagem militar russo] a utilizar armas químicas em solo britânico", declarou à rede Sky News.
"Há normas internacionais que proíbem o uso de armas químicas. Nossa mensagem à Rússia é 'sim fizerem isso, o preço a pagar será muito alto'", acrescentou Jeremy Hunt.
Em março, o ex-espião russo Serguei Skripal e sua filha Yulia foram vítimas de uma tentativa de envenenamento em Salisbury (sul da Inglaterra). Londres acusou Moscou de ter ordenado o envenenamento com a substância neurotóxica Novichok, o que foi desmentido pelo Kremlin.
No começo de setembro, a polícia britânica lançou uma ordem de detenção contra dois cidadãos russos apresentados como membros do GRU, e suspeitos de terem cometido o ataque. O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que os dois indivíduos eram civis, o que foi desmentido pelo site de investigação Bellingcat em relação a um dos dois homens.
Um membro da delegação russa citado pelos meios na Rússia informou que não houve encontro entre Lavrov e o ministro britânico das Relações Exteriores.
"Houve um café da manhã dos cinco membros do conselho de segurança da ONU [ao qual pertencem Rússia e Reino Unido, ndlr] durante o qual os países intercambiaram suas opiniões", explicou.

 copiado  https://www.afp.com/pt/

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