Trump reitera apoio a Kavanaugh e diz que acusações são 'totalmente políticas'
AFP / Nicholas Kamm
Secretário-geral da ONU
António Guterres, o segundo à direita, ao lado do presidente americano,
Donald Trump, na sede da ONU em Nova York, em 24 de setembro de 2018
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump,
classificou de "totalmente políticas" as acusações de agressão sexual
que ameaçam a confirmação de seu indicado à Suprema Corte, Brett
Kavanaugh."Existe a possibilidade de que seja uma das coisas mais injustas que possam acontecer com um candidato, mas eu estou com o juiz Kavanaugh", frisou.
Nesta segunda-feira, Brett Kavanaugh também negou novas acusações de abuso sexual quando era jovem e disse que não vai retirar sua candidatura ao tribunal.
"Essas são meras difamações, pura e simplesmente", afirmou ele em nota. "Não serei intimidado a me retirar deste processo".
No domingo, a revista "The New Yorker" publicou o testemunho de Deborah Ramirez, uma colega de Kavanaugh na Universidade de Yale, que o acusou de ter-se exibido em uma festa na década de 1980 e de tê-la obrigado a tocar em sua genitália.
Uma semana antes, uma conhecida de Kavanaugh dessa mesma época, Christine Blasey Ford, hoje com 51 anos, denunciou no jornal "The Washington Post" a agressão sexual que teria sofrido, por parte do agora juiz, durante uma festa nos anos 1980.
Kavanaugh nega ambos os episódios e até o momento o presidente americano tem mantido seu total apoio ao candidato.
O Comitê de Justiça do Senado, que examina as candidaturas à Suprema Corte americana, ouvirá o depoimento de Christine nesta quinta-feira.
Trump questionou o fato de estas denúncias serem reveladas décadas depois dos acontecimentos.
"Que pessoas apareçam assim do nada, com algo que aconteceu há 36 e há 30 anos e que nunca mencionaram. Assim, de repente, em minha opinião, é totalmente político", afirmou Trump, que na sexta-feira já havia questionado o fato de Blasey Ford ter mantido silêncio por tantos anos.
Se Kavanaugh for confirmado para este cargo vitalício, os juízes progressistas estarão em minoria por um longo tempo na Suprema Corte, que tem jurisdição sobre inúmeras questões que dividem a sociedade, tais como o direito ao aborto.
- Investigação -
Kavanaugh chamou a nova denúncia de "uma difamação pura e simples".
"As pessoas que me conhecem sabem que isso não aconteceu", disse ele em um comunicado publicado pela revista The New Yorker.
Kavanaugh recebeu o apoio de várias mulheres que o conheceram durante sua época de estudante e durante sua carreira.
O Comitê de Justiça do Senado, que examina as nomeações à Suprema Corte, vai ouvir o testemunho de Ford na quinta-feira.
Poucas semanas antes das eleições legislativas nos Estados Unidos, que a oposição democrata pretende apresentar como um referendo sobre Trump na metade do seu mandato, esta audiência poderia afetar os resultados da votação.
Após o surgimento do movimento #MeToo, nos Estados Unidos houve uma conscientização sobre a questão da violência sexual, razão pela qual os políticos têm sido cuidadosos com a questão para não irritar o eleitorado feminino.
Os republicanos estão frustrados porque consideram que a acusação de Ford foi revelada no último momento do processo de nomeação, e acusam os democratas de tentar impedir que acabe antes das eleições de novembro.
Tanto Ford como Ramírez querem que o FBI conduza uma investigação. Os legisladores democratas apoiam essa exigência, enquanto os republicanos argumentam que as acusações são impossíveis de provar e, portanto, injustas.
Ramírez admitiu à revista New Yorker que tem alguns lapsos de memória sobre o incidente e que espera que haja um questionamento a esse respeito, já que estava sob a efeito de álcool.
A data para a votação da nomeação do juiz à Suprema Corte está sujeita a tensas negociações.
Os republicanos podem perder a maioria no Congresso, colocando em risco sua capacidade de confirmar o candidato de Trump. O objetivo, então, é fazê-lo antes de 6 de novembro.
Rússia vai entregar sistemas antiaéreos S-300 ao Exército sírio
AFP / Nikita SHCHYUKIN
Avião russo semelhante ao que foi derrubado pela bateria síria
A Rússia entregará, em duas semanas, sistemas modernos
de defesa antiaérea S-300 ao Exército sírio - anunciou o ministro russo
da Defesa, Serguei Shoigu, nesta segunda-feira (24).De acordo com o ministro, o presidente Vladimir Putin ordenou o reforço da defesa antiaérea na Síria. Ele informou ainda que serão bloqueadas as comunicações no Mediterrâneo dos aviões que bombardearem a Síria.
Durante uma conversa por telefone nesta segunda-feira com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, o presidente Putin varreu as negações feitas pela força aérea israelense, que despachou para Moscou na quinta-feira seu chefe de gabinete para se explicar.
Segundo ele, o Kremlin informou: "são justamente as ações do exército israelense que são a principal causa da tragédia". O fortalecimento das capacidades de defesa do regime de Bashar al-Assad, anunciada algumas horas antes pelo ministro da Defesa, "visa acima de tudo evitar qualquer potencial ameaça à vida dos militares russos", disse a mesma fonte.
"Adotamos, assim, as medidas de resposta adequadas dirigidas a reforçar a segurança das tropas russas" na Síria, acrescentou Shoigu.
"A Força Aérea síria receberá em duas semanas sistemas modernos S-300. São capazes de interceptar aparelhos a uma distância de mais de 250 quilômetros e podem atacar ao mesmo tempo vários alvos no ar", afirmou o ministro.
Os militares sírios já foram treinados para usar este sistema de defesa, que seria enviado para a Síria em 2013. A entrega foi suspensa "a pedido de Israel", disse Shoigu.
"A situação mudou", porém, pelos acontecimentos dos últimos dias, frisou.
Nas regiões perto da Síria no Mediterrâneo, "a navegação por satélite, os radares de bordo e os sistemas de comunicação da aviação militar que atacarem alvos no território sírio serão bloqueados", acrescentou.
Moscou acusa Israel de ser responsável pela queda de seu avião, afirmando que as forças israelenses avisaram apenas um minuto antes de seus ataques e que os aviões F-16 israelenses usaram o aparelho russo Il-20 como "escudo" contra os mísseis sírios.
"Estamos convencidos de que a implementação dessas medidas esfriará o ardor de alguns e impedirá os atos sem reflexão que constituem uma ameaça para nossos soldados", completou o ministro.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, advertiu ao presidente russo Vladimir Putin que não concorda com entrega de armas sofisticadas à Síria, e apontou a responsabilidade do exército desse país na queda do avião russo.
"Netanyahu disse a Putin que Israel confia na versão" de suas forças armadas, e assegurou que "o exército sírio", cuja agressão "junto ao Irã" está minando a estabilidade regional, "é o responsável pelo incidente infeliz", de acordo com o comunicado insraelense.
Atualmente, os S-300 operados pelos russos se encontram estacionados ao redor da base naval russa de Tartus. Os S-400, mais modernos, operam na base aérea de Hmeinim, oeste da Síria.
copiado https://www.afp.com/pt
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