Petrobras aceita pagar US$ 853 milhões a autoridades americanas e brasileiras
AFP / Mauro PIMENTELVista da entrada principal da sede da Petrobras no Rio de Janeiro
A Petrobras fechou um acordo com autoridades dos Estados Unidos e aceitou pagar uma multa de 853 milhões de dólares para encerrar o litígio judicial referente ao escândalo da Lava Jato, anunciou nesta quinta-feira a Justiça americana.
Os Estados Unidos haviam lançado uma investigação contra a Petrobras, "que facilitou o pagamento de propinas a políticos e partidos políticos no Brasil", explicou o departamento de Justiça americano em um comunicado.
"A resolução de hoje demonstra o compromisso contínuo do FBI em trabalhar com os Estados Unidos e parceiros internacionais para investigar a corrupção, não importa onde ocorra", declarou o agente especial encarregado Matthew J. DeSarno, da Divisão Criminal do FBI em Washington. “Continuamos comprometidos com as empresas e executivos que violam a Lei de Práticas de Corrupção no Exterior, responsáveis por suas atividades, e continuaremos a trabalhar diligentemente para manter a integridade de um mercado cada vez mais global”, acrescenta o texto.
As autoridades brasileiras vão receber 80% da multa paga.
"Dirigentes da Petrobras em cargos importantes, incluindo membros da diretoria, facilitaram o pagamento de subornos a políticos brasileiros e partidos políticos, depois fraudaram contas para escapar do controle dos investidores e reguladores", explicou Brian Benczkowski, o procurador-geral adjunto citado no comunicado.
Como parte do acordo, a Petrobras concordou em continuar cooperando com o departamento em quaisquer investigações e processos relacionados à questão de conduta, incluindo indivíduos, para melhorar seu programa de compliance e reportar sobre a implementação de seu programa de compliance aprimorado.
A companhia reconheceu ter falsificado contas e admitiu que "alguns executivos falharam no controle das contas para facilitar o pagamento de propinas".
Nenhum grande partido político foi poupado do enorme escândalo da Lava Jato, que veio à tona em 2014, em torno da atribuição de contratos públicos com o grupo Petrobras.
A investigação no Brasil atingiu dezenas de políticos de todas as esferas, incluindo governadores e empresários de destaque na vida nacional.
Na Bolsa de São Paulo, a ação da Petrobras PN subia 1,68% e da Petrobras ON registrava +1,71%, empurrando o Ibovespa (+ 1,05%) no início da sessão.
As mulheres, maioria no Brasil e minoria no poder
AFP / EVARISTO SA(Arquivo) A ministra da Advocacia Geral da União, Grace Mendonca
Embora representem 52% do eleitorado, as mulheres brasileiras têm, historicamente, uma participação reduzida em cargos de poder: ocupam apenas 54 das 513 cadeiras na Câmara dos Deputados e 13 das 81 no Senado.
A primeira deputada federal foi Carlota de Queirós, em 1934, mas foram necessárias seis décadas antes de uma mulher entrar para o Senado, Roseana Sarney, em 1994.
De acordo com a União Interparlamentar, o Brasil ocupa o 154º lugar – entre 193 países - em termos de participação parlamentar feminina, o país latino-americano com a pior posição no ranking.
No Executivo a representatividade também é pequena. O país teve sua primeira presidente em 2011, com Dilma Rousseff, do PT, destituída em 2016, acusada de manipulação das contas públicas. Foi o governo com maior presença de mulheres, que assumiram oito ministérios em seu primeiro mandato e nove após a reeleição.
Mas atualmente, dos 29 ministérios do governo do presidente Michel Temer, apenas um é ocupado por uma mulher, na Advocacia Geral da União.
Dos 13 candidatos à presidência, apenas duas são mulheres: a ambientalista Marina Silva e Vera Lúcia, do PSTU.
A lei eleitoral exige que os partidos e coalizões respeitem a cota mínima de 30% de mulheres nas listas de candidatos para a Câmara dos Deputados e o Senado, assim como para as assembleias legislativas de cada estado e câmaras municipais.
Mas o dispositivo não mudou as coisas.
Alguns atribuem o problema à falta de financiamento. Para as eleições de 7 de outubro, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu que os partidos devem destinar 5% do Fundo Partidário a incentivar a participação feminina e 30% dos recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha para as candidaturas das mulheres.
Mas também existem possíveis fraudes e "candidaturas laranja", como aquelas registradas apenas para cumprir a regra, mas sem fazer campanha, e alguns casos em que a pessoa nem sequer sabe que é candidata, o que provoca um resultado de zero voto.
Uma prova de que as mulheres não eram esperadas em espaços de poder no Brasil é que o Senado Federal, inaugurado em 1960, construiu o primeiro banheiro feminino anexo ao plenário em 2016.
Antes, elas usavam o banheiro de um restaurante anexo.
copiado https://www.afp.com/pt/noticia
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