Trump leva campanha contra o Irã ao Conselho de Segurança da ONU
AFP / TIMOTHY A. CLARY
O presidente dos Estados
Unidos, Donald Trump, vai comandar a reunião do Conselho de Segurança da
ONU decidido a buscar aliados para isolar o Irã
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump,
comparecerá nesta quarta-feira ao Conselho de Segurança da ONU decidido a
buscar aliados para isolar o Irã, sob o risco de expor seu próprio
isolamento. No dia em que a ONU celebra o Dia Internacional para a Eliminação Total das Armas Nucleares, Trump vai presidir a partir das 10H00 (11H00 de Brasília) a reunião do principal organismo das Nações Unidas sobre ameaças à segurança. O objetivo? Falas sobre a não proliferação nuclear.
Durante seu discurso na Assembleia Geral da ONU na terça-feira, Trump atacou os líderes iranianos, que foram acusados de semear "caos, morte e destruição". Ele pediu à comunidade internacional que isole Teerã.
Também na Assembleia Geral da ONU, o presidente iraniano Hassan Rohani denunciou os líderes que apresentam "tendências xenófobas semelhantes a uma disposição nazista" e criticou a reunião do Conselho de Segurança como um "ato absurdo".
O encontro deixará evidente a divergência entre Washington e seus aliados europeus sobre o acordo nuclear com o Irã, que Trump abandonou de modo unilateral em maio depois de chamar o mesmo de nefasto.
O governo dos Estados Unidos anunciou a retomada das sanções, que foram suspensas após o acordo histórico, com o objetivo de impedir o programa nuclear do Irã, e prometeu punir as empresas estrangeiras que estabeleçam negócios com o Irã.
França, Reino Unido, Alemanha, China e Rússia, os outros signatários do pacto de 2015, que tem por objetivo impedir que o Irã obtenha a bomba atômica, decidiram na segunda-feira, à margem da Assembleia Geral, instaurar um mecanismo de pagamento para poder seguir fazendo negócios com o Irã, apesar das sanções americanas.
Choque frontal entre EUA e Irã na Assembleia Geral da ONU
AFP / TIMOTHY A. CLARY
El presidente
estadounidense, Donald Trump, habla ante la Asamblea General de Naciones
Unidas en Nueva York, el 25 de septiembre de 2018
Donald Trump fez um apelo para isolar Teerã e Hassan
Rohani acusou Washington de tentar derrubar seu regime: os presidentes
de Estados Unidos e Irã partiram para o confronto nesta terça-feira, na
Assembleia Geral das Nações Unidas.Os dois líderes, que rejeitaram a possibilidade de se reunir em Nova York, utilizaram seus discursos na Assembleia Geral para apoiar suas posições.
O presidente americano chegou a elogiar a "valentia" do líder norte-coreano, Kim Jong Un, que há um ano chamou de "homem foguete".
Este ano foi o Irã, que qualificou de "ditadura corrupta", o alvo da metralhadora giratória de Trump.
"Não podemos deixar que o maior patrocinador mundial do terrorismo possua as armas mais perigosas do planeta", declarou em referência ao apoio de Teerã a movimentos islâmicos como Hamas e Hezbollah.
Trump acusou o regime de Teerã de semear "o caos, a morte e a destruição", e defendeu a saída dos Estados Unidos - em maio - do acordo nuclear iraniano de 2015, decisão que irritou seus aliados europeus.
- "Terrorismo econômico" -
Da mesma tribuna, o presidente iraniano, Hassan Rohani, acusou Trump de buscar a queda do regime em Teerã, afastando a ideia de retomar as conversações com Washington.
Rohani denunciou a posição "absurda" de Trump. A segurança internacional não pode ser "um brinquedo da política doméstica americana".
"É irônico que o governo americano nem sequer tente esconder seu plano para derrubar o mesmo governo que convida para dialogar", denunciou Rohani.
O líder iraniano acrescentou que "para que o diálogo ocorra, não é preciso posar para a foto", e que as duas partes poderiam se escutar nesta Assembleia.
De outra perspectiva, Rohani celebrou o fato de a comunidade internacional não ter acompanhado os Estados Unidos em sua "saída unilateral ilegal do Plano de Ação Conjunto e Completo", o acordo sobre o programa nuclear do Irã.
"As sanções ilegais unilaterais em si constituem uma forma de terrorismo econômico", disse Rohani.
No mesmo contexto, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, criticou duramente o uso das sanções econômicas "como armas", em uma crítica implícita aos Estados Unidos.
"Nenhum de nós pode ficar em silêncio diante do cancelamento arbitrário de acordos comerciais, do prevalecimento do protecionismo e do uso de sanções econômicas como armas", assinalou Erdogan na assembleia.
O presidente turco não acusou diretamente os Estados Unidos, mas assinalou os "países que de maneira persistente estão tentando criar caos".
Mais cedo, o presidente francês, Emmanuel Macron, pediu na mesma assembleia que resolvam a crise do Irã por meio do "diálogo e do multilateralismo".
"O que é que realmente resolverá a situação no Irã e já começou a permitir a sua estabilização?", perguntou Macron. "A lei do mais forte? A pressão de um só? Não!", enfatizou.
Em seu discurso, Trump atacou fortemente a visão "globalizante" do planeta, compartilhada por muitos países que defendem o multilateralismo na ONU e pela esquerda nos Estados Unidos, e prometeu: "Os Estados Unidos nunca pedirão perdão por proteger seus cidadãos".
Assegurou que o Tribunal Penal Internacional, apoiado pela ONU, "não tem nenhuma jurisdição, nem legitimidade, nem autoridade".
"Nunca entregaremos a soberania dos Estados Unidos para uma burocracia mundial que não foi eleita e nem presta contas. Os Estados Unidos são governado pelos Estados Unidos", afirmou.
Trump provocou risos na habitualmente solene assembleia ao se vangloriar de que seu governo é o melhor da história dos Estados Unidos.
-Pompeo "profundamente decepcionado" -
O secretário americano de Estado, Mike Pompeo, denunciou o plano da União Europeia para criar um mecanismo que preserve seus negócios com o Irã.
As cinco partes restantes do acordo de 2015 - França, Grã-Bretanha, Alemanha, China e Rússia - acertaram durante uma reunião em Nova York, na noite de segunda-feira, estabelecer um sistema de pagamento para preservar os negócios com o Irã, apesar das sanções dos EUA.
Pompeo se disse "profundamente decepcionado" com este mecanismo.
"É uma das medidas mais contraproducentes que se possa imaginar para a paz e a segurança regionais", disse Pompeo, acusando o bloco europeu de "solidificar a posição do Irã como o patrocinador número um do terrorismo".
"Imagino que os aiatolás corruptos e os Guardiões da Revolução Islâmica estarão rindo amanhã", disse Pompeo durante reunião de um grupo que pressão para evitar que o Irã adquira capacidades nucleares.
Comissão do Senado dos EUA votará na sexta sobre candidato à Suprema Corte
AFP/Arquivos / SAUL LOEB
Juiz Brett Kavanaugh,
candidato do presidente Donald Trump, testemunha perante o Comitê
Judiciário do Senado, para aprovar sua nomeação para a Suprema Corte dos
EUA, 5 de setembro de 2018
A Comissão Judicial do Senado dos Estados Unidos
anunciou nesta terça-feira que votará na sexta-feira a confirmação do
candidato proposto pelo presidente americano à Suprema Corte.Depois da audiência da comissão nesta sexta-feira, o Senado tem que votar a confirmação do juiz Brett Kavanaugh em uma sessão plenária, em uma câmara em que os republicanos têm uma maioria de 51-49.
copiado https://www.afp.com/pt/
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