Grupo de Lima não reconhecerá governo venezuelano com Maduro no poder. Equador denuncia governo de Correa por superfaturamentos bilionários

Grupo de Lima não reconhecerá governo venezuelano com Maduro no poder

AFP/Arquivos / FEDERICO PARRAO presidente venezuelano, Nicolás Maduro, fala a correspondentes estrangeiros em coletiva no Palácio de Miraflores, em Caracas, 12 de dezembro de 2018
O grupo de Lima anunciou nesta sexta-feira (4), na capital peruana, que não reconhecerá o governo venezuelano se o presidente Nicolás Maduro assumir um novo mandato em 10 de janeiro, por considerar que se trata do resultado de eleições ilegítimas.
"Esta declaração tem uma mensagem política contundente: a principal mensagem é, sem dúvida, o não reconhecimento da legitimidade do novo período do regime venezuelano", afirmou o chanceler peruano, Néstor Popolizio, ao ler principais aspectos da declaração do Grupo, que se reuniu com a inédita participação dos Estados Unidos para definir ações contra o governo de Maduro.
Ainda segundo a declaração, o Grupo pediu que Maduro não assuma o mandato e transfira o poder para a Assembleia Nacional até a realização de eleições livres.
"Urge-se a Nicolás Maduro que não assuma a Presidência, que respeite as atribuições da Assembleia e transfira provisoriamente o poder até que se realizem eleições livres", disse o chanceler.

Equador denuncia governo de Correa por superfaturamentos bilionários

AFP / KARIM JAAFARPresidente do Equador, Lenín Moreno, durante Fórum de Doha, em 15 de dezembro de 2018
O Equador apresentou nesta sexta-feira (4) denúncias contra o governo do ex-presidente Rafael Correa (2007-2017) por suspeita de superfaturamento de pelo menos 2,45 bilhões de dólares na área petroleira, auditada com o apoio da ONU.
"Avaliação da ONU confirma o sobrepreço e irregularidades em cinco projetos petroleiros do regime anterior", afirmou pelo Twitter o presidente Lenín Moreno, ex-aliado e ex-vice-presidente de Correa entre 2007 e 2013.
"Hoje apresentamos denúncias à Procuradoria do Equador e à Controladoria. A luta contra a corrupção é frontal!", acrescentou.
O secretário particular da Presidência, Juan Sebastián Roldán, e o ministro da Energia, Carlos Pérez, foram a essas entidades fazer a denúncia sobre supostas irregularidades.
O governo de Moreno mantém um acordo anticorrupção com as Nações Unidas, que participou da auditoria de cinco grandes obras petroleiras impulsionadas pelo governo de Correa, que desde 2017 mora na Bélgica e é considerado fugitivo pela Justiça nacional.
O governo deixou cerca de 2.500 folhas para que a Controladoria "possa analisar a informação e tomar as ações que julgar pertinente", acrescentou.
Após receber os resultados das auditorias a cargo de empresas da Espanha, Estados Unidos e Reino Unido, contratas por meio de licitação do Pnud, Moreno denunciou o suposto prejuízo milionários aos cofres públicos na noite de quinta-feira pelo rádio e pela TV.
"As conclusões são tão vergonhosas e escandalosas", afirmou o governante, indicou que foram gastos 4,9 bilhões de dólares nos cinco projetos, "quando deviam custar apenas metade, ou menos", e que "este assalto a fundos públicos não pode ficar impune".
- 'Mente e confunde' -
A reabilitação da principal refinaria equatoriana demandou 2,23 bilhões de dólares, frente a um orçamento inicial de 754 milhões.
Correa, que vive em autoexílio na Bélgica e enfrenta ordem de prisão para ser julgado no Equador pelo sequestro de um opositor em 2012, reagiu à denúncia.
"Que lástima que não possa criticar obras de Moreno, porque não fez nenhuma! Com sua má-fé, ele mente e confunde supostos problemas - em milhares de obras feitas por meu governo - com corrupção", afirmou o ex-presidente pelo Twitter.
"Se houver corrupção, que seja punida, mas sem tanto show", criticou.
Correa afirmou que "é claro que pode haver problemas" em alguns dos projetos executados durante seu governo de uma década e que "não acabarei de pedir desculpas à Pátria e à história pela pior de minhas obras", referindo-se ao apoio à candidatura de Moreno à Presidência.
O chefe de Estado anunciou um pedido para a ONU investigar também a gestão de recursos da previdência social e para a construção de hidroelétricas e de outras obras consideradas emblemáticas do governo Correa.
Cinco ex-funcionários de Correa já foram julgados por corrupção, como o ex-vice-presidente Jorge Glas, condenado em primeira instância a seis anos de prisão por receber 13,5 milhões de propinas da brasileira Odebrecht.
Moreno e Correa vivem uma disputa de poder que levou a uma crise do governo.
Uma comissão cívica estimou que na década da gestão de Correa, os casos de corrupção alcançaram 24,742 bilhões de dólares.
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