Presidente do Fed tenta passar confiança ao mercado e diz que não renunciará. Marriott anuncia que 5,25 milhões de números de passaporte foram hackeados

Presidente do Fed tenta passar confiança ao mercado e diz que não renunciará

AFP / Jim WATSONO presidente do Fed, Jerome Powell, em Washington DC, em 19 de dezembro de 2018
O presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano), Jerome Powell, garantiu aos mercados financeiros nesta sexta-feira (4) que não tem um plano "predefinido" para os juros americanos e reafirmou a independência da entidade ao garantir que não renunciará mesmo a pedido do presidente Donald Trump.
Trump nomeou Powell para liderar o Fed no começo do ano passado, mas logo se tornou um forte crítico de sua gestão. Rompendo com a tradição de não condenar o Fed, Trump censurou Powell e a entidade por elevar os juros, o que considera uma ameaça à sua agenda econômica.
Questionado em uma conferência econômica se ele renunciaria caso Trump pedisse, Powell disse apenas "não".
Ele também afirmou que não tinha ouvido críticas diretamente de Trump - apesar de diversas explosões recentes do presidente via Twitter - e repetiu que a instituição permanece sem interferências políticas.
"As pessoas deveriam saber que o Fed tem uma forte cultura de não se envolver na atividade política e que estamos comprometidos com alcançar as metas que a lei nos confiou, com base no melhor pensamento e de forma não política", disse.
Os mercados de ações dos Estados Unidos e de outros países viveram semanas difíceis e Wall Street registrou, em 2018, seu pior ano desde a crise financeira global devido às tensões comerciais, à desaceleração da economia mundial e às taxas de juros crescentes.
Os ataques de Trump apenas ampliaram a preocupação de investidores de que o Fed pudesse endurecer sua política para dar mostras de sua independência política.
- Sem rota estabelecida -
Mas Powell destacou novamente que o Fed não tem um plano estabelecido para os juros, e poderia dar um tempo para analisar a evolução da economia.
O Comitê de Política Monetária do Fed (FOMC) elevou as taxas de juros quatro vezes no ano passado e considera dois aumentos neste ano - em vez dos três anunciados antes.
"Não há um caminho predefinido para a política (monetária) e, particularmente, com a chegada dos temas da inflação, teremos paciência para ver como a economia evolui", afirmou Powell.
O Fed está "preparado para ajustar a política rápida e flexivelmente" para apoiar a economia, acrescentou.
Powell destacou a solidez dos dados econômicos, mas apontou que os mercados financeiros estavam preocupados pela desaceleração do crescimento econômico da China e dos Estados Unidos.
A forte queda do setor industrial em dezembro afetou o recuo de Wall Street nesta quinta, mas a Bolsa de Nova York operava em alta nesta sexta devido a uma elevada criação de empregos no mês passado e aos comentários de Powell.
A economia dos Estados Unidos criou 312 mil novos empregos, o volume mais alto em 10 meses. Contudo, a taxa de desemprego ficou em 3,9% em dezembro, contra 3,7% no mês anterior, devido a um aumento na participação no mercado de trabalho.
Em dezembro, o salário médio registrou alta de 0,4% - a mais significativa desde agosto -, somando 3,2% no ano.
Para Powell, esse aumento salarial em 2018 não dispara os alarmes de inflação, o que pode indicar que o Fed não vai correr para controlar os preços.
"Estamos escutando cuidadosamente (...) a mensagem que os mercados nos enviam e levamos esses riscos em conta quando avançamos com nossa política", afirmou.

Marriott anuncia que 5,25 milhões de números de passaporte foram hackeados

AFP/Arquivos / NICHOLAS KAMMLogo do Marriott em Washington DC em 30 de novembro de 2018
A rede de hotéis Marriott informou nesta sexta-feira (4) que menos hóspedes do que havia sido estimado foram afetados por um ataque hacker, mas admitiu que mais de 5 milhões de números de passaporte foram roubados.
As autoridades americanas acreditam que o governo chinês está por trás do ataque.
Segundo a rede hoteleira, foram obtidos ilegalmente 5,25 milhões de números de passaporte, enquanto outros 20,3 milhões de números criptografados foram roubados, mas aparentemente os hackers não conseguiram decodificar as informações.
O Marriott revelou em 30 de novembro o ataque hacker, um dos maiores da história, e garantiu que até 500 milhões de clientes da rede Starwood tinham sido afetados e que uma combinação de nomes, endereços, e-mails e números de passaportes de cerca de 327 milhões de hóspedes havia sido roubada.
O Marriott comprou a Starwood em 2016.
A empresa afirmou que revelou esta atualização após uma investigação minuciosa.
"Ao nos aproximarmos do fim do trabalho dos analistas forenses digitais e de análise de dados continuaremos trabalhando duro para resolver as preocupações de nossos clientes e cumprir com o padrão de excelência que nossos clientes merecem e esperam do Marriott", disse o CEO da rede, Arne Sorenson.
O executivo avaliou agora que foram 383 milhões de clientes - reduzindo assim a cifra original depois de a análise de dados eliminar os duplicados

copiado https://www.afp.com/pt

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