Exportações no mundo em 2012 terão forte queda
Para Escritório Holandês de Avaliação Econômica, o próximo ano poderá ser um dos piores no setor desde a Grande Depressão
27 de dezembro de 2011 | 23h 00
Jamil Chade, de O Estado de S. Paulo
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Os dados foram publicados pelo Escritório Holandês de Avaliação Econômica, entidade que serve de referência para informações sobre exportações e importações no mundo. Em setembro, a primeira queda foi registrada, com uma contração de 1,1% no comércio mundial. No mês seguinte, mais uma redução, desta vez de 1,1%.
A queda é a primeira registrada desde 2009, quando o comércio mundial desabou em 12,6%, no pior resultado desde os anos 30. Se a tendência for mantida, 2012 poderá entrar para a história como um dos piores anos para as exportações desde a Grande Depressão.
Parte importante da queda ocorreu por conta da redução do consumo e de investimentos públicos nos países ricos, que sofrem para lutar contra o endividamento. No mês de outubro, a redução de importações dos países ricos foi de 1,5%, depois de já registrar uma queda de 0,6% em setembro.
Consequências da crise. A Europa, engolida pela crise da dívida, foi quem mais recuou em compras. A queda foi de 2,8% outubro e outro 1,6% em setembro. Nos Estados Unidos, o primeiro mês de redução foi outubro, com baixa de 0,7%.
A crise chegou até as economias latino-americanas, que sofreram uma dura queda nas importações de 3,8% no mesmo período que o Brasil registrava uma estagnação na expansão de seu Produto Interno Bruto (PIB).
Essa queda afetou diretamente as exportações de países emergentes, em grande parte destinadas aos mercados dos Estados Unidos e Europa e que, juntos, consomem quase 20% de toda a produção mundial. No total, as exportações globais sofreram um recuo de 1,4% em outubro e mais 1% de queda em setembro.
Desempenho dos emergentes. Entre os emergentes, a queda nas vendas foi importante e dá a dimensão do contágio que a crise na Europa poderá provocar nos próximos meses.
Depois de sofrer uma contração de 2,1% em setembro, a redução nas vendas dos emergentes foi de 0,1% em outubro. O cenário é bem diferente da expansão de 17% que as economias emergentes haviam registrado em 2010.
Agora, a Ásia é que mais sofre com a redução de vendas, com queda de 3,2%. O Leste Europeu, dependente do mercado da União Europeia, também viu uma redução em suas exportações de 1% e 1,9%, entre setembro e outubro.
A crise na Europa também afetou exportações dos próprios países ricos, com uma redução acumulada já de 2,8%. Os países europeus registraram uma contração de 1,6% e 3,8% em setembro e outubro.
Resistência. No caso da América Latina, a região é uma das poucas a contemplar uma expansão nas exportações, em um sinal de que poderá manter certa resistência à crise. Em setembro, a alta foi de 0,5%, quando em outubro havia sido de 1,4%.
Apesar de prever ainda um crescimento, a taxa é bem inferior aos meses anteriores, de expansão de mais de 2,1% ao mês. Parte da explicação é a diversificação de parceiros comerciais e o fato de a China ser hoje a principal parceira da região.COPIADO : http://www.estadao.com.br/
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