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Cenário internacional prejudica evento, apesar de empenho do Brasil em organizar evento de peso
Isabela Azevedo, do R7, em Brasília
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O presidente americano Barack Obama estará envolvido na sua campanha à reeleição e sua ausência na Rio+20 é praticamente certa. Além disso, a agenda ambiental não costuma ser bem acolhida pelos eleitores nos Estados Unidos, já que iniciativas como redução de emissão de carbono podem implicar mais despesas das indústrias e, consequentemente, perda de empregos.
Dos líderes europeus, o Brasil já conseguiu confirmar a presença do novo presidente francês François Hollande. Mas, o governo brasileiro não será prestigiado nem pela chanceler alemã, Angela Merkel, nem pelo primeiro-ministro britânico, David Cameron.
Especialistas avaliam que a Rio+20 será palco de muitos debates e poucos resultados, diferentemente da Eco-92. A conferência realizada há 20 anos no Rio de Janeiro deu origem ao Protocolo de Kyoto, pelo qual as nações ricas deviam reduzir emissões de gases para evitar o aquecimento global.
A coordenadora de Relações Internacionais das Faculdades Rio Branco, Denilde Holzhatker, lembra que o tema principal da conferência – “economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e erradicação da pobreza” –, bandeira do governo da presidente Dilma Rousseff, não atrai a atenção dos países ricos, mais preocupados com crescimento econômico.
– O tema acabou sendo muito importante para os países pobres e em desenvolvimento, mas não é a agenda dos países desenvolvidos. Quando chega na negociação, os países da Europa e os Estados Unidos acabam não tendo interesse, porque eles querem uma agenda de preocupações mais práticas, sobre mudanças climáticas, por exemplo. Essa dualidade fez que a conferência como um todo se esvaziasse.
O embaixador André Corrêa do Lago, negociador-chefe da Delegação Brasileira para a Rio +20, confirma que o evento terá poucos resultados práticos.
– O governo brasileiro tem expressado de forma muito clara que a Rio+20, diferentemente da Eco-92, não vai ser uma conferência de conclusão de grandes documentos e, sim, uma conferência de abertura de processos.
G20
A reunião da cúpula do G20, grupo dos 20 países mais desenvolvidos do mundo, ocorrerá em 18 e 19 de junho, no México, na véspera dos dias mais importantes da conferência ambiental – 20 a 22 de junho. Nos bastidores, diplomatas comentam que essa agenda pode prejudicar a Rio+20. Corrêa do Lago desconversa.
– A agenda internacional é sempre muito intensa, e as decisões dos países são tomadas segundo as circunstâncias. Claro que cada país está analisando de que maneira vai participar da conferência.
Apesar da ausência das potências americana, alemã e britânica, pelo menos 160 chefes de governo e de Estado confirmaram presença, entre eles o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e do Irã, Mahmoud Ahmadinejad. No caso DE Putin e do francês Hollande, a própria presidente Dilma Rousseff ligou para convidá-los.
Hotéis
Neste mês, a delegação de deputados do Parlamento Europeu desistiu de vir à conferência por causa da previsão de gastos excessivos em momento de crise no continente.
Diante disso, o governo, hotéis cariocas e a operadora de turismo Terramar fecharam acordo para reduzir entre 15% e 35% o valor das diárias durante a conferência.
Apesar da medida, ainda não há a confirmação de presença dos parlamentares europeus no evento.
cOPIADO : http://noticias.r7.com/
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