O
presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, classificou hoje, em
Jerusalém, os traficantes de pessoas como "assassinos", apelando para
que se detenha esse negócio, que fez milhares de mortos desde o início
do ano.
"Devemos concentrar-nos no combate ao tráfico de seres
humanos e aos traficantes", bem como nas operações para "salvar a vida
das pessoas", declarou Tusk antes de um encontro com o Presidente
israelita, Reuven Rivlin.
Segundo os últimos números da ONU, mais
de 380.000 migrantes e refugiados chegaram à Europa pelo Mediterrâneo
desde janeiro e 2.850 morreram ou estão desaparecidos.
"De facto,
podemos hoje falar de assassinos, porque eles são diretamente
responsáveis pela morte de milhares de pessoas", acrescentou,
sublinhando que lutar contra os traficantes "é o mais importante neste
momento".
Para o líder europeu, é também necessário "falar do contexto geral" desta "crise dramática".
"Trata-se de
economia, trata-se de segurança -- e não apenas da segurança das
fronteiras europeias, mas também da situação em alguns países da vossa
região", frisou, referindo-se ao Médio Oriente.
A crise também
despertou "fenómenos sociais como a xenofobia", sublinhou Tusk, porque a
chegada de milhares de migrantes, na maioria fugindo à guerra sangrenta
na Síria, provocou violentas reações em alguns países europeus.
O
presidente do Conselho Europeu tinha declarado no domingo que se
tratava "do começo de um verdadeiro êxodo, o que significa que deveremos
lidar com este problema durante bastantes anos".
Os 28 países
europeus estão profundamente divididos quanto à resposta a dar à chegada
de dezenas de milhares de pessoas que procuram refúgio na Europa, tendo
os países do Leste adotado uma atitude muito dura, como a Hungria.
Neste
contexto, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker,
deverá apresentar na quarta-feira um plano para o acolhimento de 120.000
refugiados.
Nos termos deste plano, a Alemanha receberá 31.000 pessoas, a França, 24.000, e a Espanha, 15.000, segundo uma fonte europeia.
Mas
o vice-chanceler alemão, Sigmar Gabriel, anunciou já que o seu país
pode "certamente gerir um número da ordem do meio milhão (de refugiados
por ano) durante vários anos, talvez mesmo mais".
Por sua vez, o
Presidente francês, François Hollande, e o primeiro-ministro britânico,
David Cameron, anunciaram respetivamente o acolhimento de 24.000
refugiados em dois anos e de 20.000 em cinco anos.
copiado http://www.dn.pt/inicio/globo
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