O
governo espanhol assegurou esta quarta-feira que Espanha vai acolher 14
931 refugiados, quota proposta oficialmente pela União Europeia, mais
do triplo dos migrantes que constavam de uma proposta comunitária de
maio.
"Estamos a trabalhar intensamente para que essas pessoas
tenham garantido não só acolhimento, mas também, a médio e longo prazo, a
integração que merecem no nosso país", declarou hoje a vice-presidente
do executivo espanhol, Soraya Saénz de Santamaría.
Os cerca de 15
mil refugiados representam mais de 12% do total de 160 mil migrantes que
Bruxelas quer distribuir pelos Estados-membros. A Alemanha será o país a
receber mais migrantes (31.443) e Portugal vai acolher uma quota de
3.074 pessoas.
O governo espanhol tem sido dos mais críticos
quanto ao modelo de quotas de refugiados. Em maio - tal como outros
países, especialmente do Leste europeu - criticou o sistema de
repartição pelos Estados-membros.
Madrid apenas queria receber
2.739 refugiados (1.300 da Grécia e Itália e o resto de países de
origem) e apenas no início do mês de setembro - já após a divulgação das
imagens de um menino sírio afogado numa praia da Turquia - o ministro
dos Assuntos Exteriores admitiu que Espanha aceitaria a quota total que
lhe fosse destinada.
Hoje de
manhã, o presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, considerou que
as ideias do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, sobre
o assunto dos refugiados constituem "uma boa proposta".
Rajoy
referiu-se, especificamente, à criação de um fundo de todos os países
com 1,8 mil milhões de euros para lidar com o problema migratório na sua
origem. O presidente do Governo espanhol, no entanto, questionou o
porquê de ainda não se ter constituído esse fundo.
Rajoy salientou que o Governo espanhol vai "colaborar e ajudar" porque esse "é o sentimento maioritário do povo espanhol".
Ainda assim, sublinhou que pretende atuar "de forma ordenada".
Rajoy
insistiu que a Europa deve lidar com o problema na sua origem - na
Síria e na Líbia - onde não existe um Estado organizado nem uma
estrutura institucional capaz de defender-se das mafias de imigração e
do Estado Islâmico.
Por isso
mesmo, apelou a uma "política integral, global para trabalhar a médio e a
longo prazo" e afirmou que vai pedir isso mesmo, novamente, a Juncker e
aos parceiros europeus.
A nível interno, Mariano Rajoy deixou um
pedido aos socialistas do PSOE - que tem avançado o número de refugiados
que cada autonomia espanhola deveria receber. O presidente do Governo
considerou apenas que a gestão desta crise tem de ser feita e coordenada
pelo Estado.
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