No Senado, Nobel da Paz alerta contra 'golpe'; oposição reage

28/04/2016 - 23:16


BRAZIL PRESIDENCY/AFP / ROBERTO STUCKERT FILHO O Prêmio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel e a presidente Dilma Rousseff, em Brasília, no dia 28 de abril de 2016
O Prêmio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel advertiu para a possibilidade de um golpe de Estado no Brasil, em um discurso no plenário no Senado nesta quinta-feira, provocando a indignação de vários congressistas.
"Neste momento, há grandes dificuldades de um possível golpe de Estado", similar ao que aconteceu "em outros países do continente, como Honduras e Paraguai, [onde] se usou a mesma metodologia", disse este argentino defensor dos direitos humanos aos senadores brasileiros.
Indignados, senadores da oposição pediram que o discurso seja eliminado das notas taquigráficas.
"Não se pode aceitar que um cidadão estrangeiro diga em uma das casas do Congresso Nacional que há um golpe no país", afirmou, visivelmente irritado, o deputado Pauderney Avelino (DEM-AM), líder da bancada de seu partido, promotor do processo de impeachment.
"Venho ao Brasil trazendo a solidariedade e o apoio de muita gente na América Latina - e a minha pessoal - para que se respeite a continuidade da constituição e do direito do povo de viver em democracia", disse aos senadores o Nobel da Paz 1980, premiado por sua defesa pacífica da democracia e dos direitos humanos frente às ditaduras militares da região.
"Espero que saia o melhor deste recinto [o Senado] para o bem da democracia e da vida do povo do Brasil", concluiu.
A presidente Dilma Rousseff se reuniu com Pérez Esquivel mais cedo nesta quinta-feira.
O Senado deve decidir na segunda semana de maio, se afasta a presidente do cargo por até 180 dias, enquanto segue o processo. Pesquisas indicam que já há votos suficientes para afastar Dilma.
Mais da metade dos 81 senadores que vão analisar as denúncias contra a presidente Dilma enfrentam um ou mais processos na Justiça, de acordo com a ONG Transparência Brasil. Doze deles são investigados pelo Supremo Tribunal Federal por ligação com o megaescândalo na Petrobras.
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