Plano de governo de Michel Temer prevê privatizações e concessões Documento prega transferência "para o setor privado de tudo o que for possível" Temer: "As tarefas difíceis eu entrego à fé do Eduardo Cunha" Collor apresenta a Michel Temer plano de “reconstrução nacional”
Em documento que
será apresentado como plano de governo de Michel Temer, em caso de
afastamento da presidente Dilma Rousseff, o PMDB prega a transferência
"para o setor privado (de) tudo o que for possível em matéria de infraestrutura", de acordo com informações obtidas pela Folha de S.Paulo.
O trecho sobre privatizações e aumento de concessões integra o capítulo "A Travessia Social"
e trata da "regeneração do Estado". De acordo com o documento, o
governo precisa estabelecer novo modelo de relações com o setor privado,
modificando inclusive a atual lei de concessões.
"É necessário um
novo começo nas relações do Estado com as empresas privadas que lhe
prestam serviços e que são muito importantes para a economia do país",
afirma o plano de Temer.
Plano Temer justifica privatizações a partir de "lições que estamos vivendo" em cenário atualA partir das "lições que estamos vivendo", o plano Temer afirma que o cenário
atual obriga uma "reengenharia das relações com o setor privado" com o
objetivo de "reduzir ao máximo as margens para a transgressão e o
ilícito".
A corrupção, que "parece ter se tornado endêmica" no
país também é argumentado para a defesa das privatizações.
Interlocutores de Temer já vinham afirmando que privatizações e
concessões atingirão "tudo que for possível em matéria de
infraestrutura". >>Temer: "As tarefas difíceis eu entrego à fé do Eduardo Cunha"
Circula nas redes sociais um vídeo no qual o
vice-presidente Michel Temer faz elogios ao presidente da Câmara,
deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Apesar de não ter a data, o discurso
foi realizado em uma igreja durante campanha de apoio a Cunha:
"É
absolutamente verdadeiro tudo aquilo que ele (Cunha) disse, e por isso
que eu disse que as suas palavras são críveis, são acreditáveis. E eu
tenho em Eduardo Cunha um auxílio extraordinário na Câmara Federal
(...), ninguém desconhece as suas qualidades. Se você quiser dar uma
tarefa das mais complicadas para o deputado Eduardo Cunha, ele as
simplifica (...) Então, as tarefas difíceis eu entrego, como entregava,
ao deputado Eduardo Cunha", afirma Temer.
A convite de Temer, líderes do PSDB no Senado também estiveram no gabinete
Liderando um grupo
de dez senadores, o ex-presidente e senador Fernando Collor de Mello
(PTC-AL) apresentou nesta terça-feira (26) ao vice-presidente da
República, Michel Temer (PMDB), uma proposta de “reconstrução nacional”.
Único presidente cassado depois da redemocratização, Collor disse que o
plano foi elaborado por senadores do PTB, PSC, PRB, PTC e PR.
“Pedimos a audiência para apresentar a ele [Temer], como já apresentamos ao Senado, à sociedade, e também ao Palácio do Planalto, um programa fruto de estudos realizados pelo próprio bloco de reconstrução nacional. Uma série de observações que entendemos importantes para que, em sendo seguidas, possam retirar o país da crise”, disse Collor.
Único presidente cassado depois da redemocratização não quis falar sobre processo contra DilmaO ex-presidente não quis comentar o processo de impeachment de Dilma Rousseff, em análise no Senado. Tucanos
A convite
de Temer, os líderes do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), e na
Câmara, Antonio Imbassahy (BA), também estiveram na noite desta
terça-feira no gabinete da Vice-Presidência para tratar da transição de
governo caso o Senado decida afastar Dilma do cargo.
Em tom
cauteloso, Cunha Lima condicionou o apoio da legenda a um eventual
governo Temer à assinatura de “compromissos programáticos” e a uma
mudança na forma da condução do país e da construção da coalização
política.
“Esse relacionamento institucional que o PSDB deseja é
que o PMDB não faça conosco o que o PT fez com eles, de dividir o
partido e não ter propostas para o Brasil. É muito simples. Temos
propostas. O partido tem uma estrutura orgânica, uma direção, uma
executiva e a conversa deve respeitar essa institucionalidade”, disse o
senador tucano antes da reunião com o vice-presidente.
Segundo
Cunha Lima, o apoio do PSDB a Temer pode se dar, inclusive, sem a
distribuição de cargos. “Com ou sem cargos. O importante agora é o
compromisso com o país e com esses pontos que julgamos importantes para
tirar o país da crise.”
O documento com os compromissos, que os tucanos pretendem apresentar na próxima terça-feira (3), deve exigir do futuro governo a garantia de manutenção das investigações da Operação Lava Jato e mudanças conjunturais na economia.
“Apoio
integral à Operação Lava Jato, que tem que prosseguir com o governo
dando toda a atenção, o combate à corrupção, à roubalheira e diria, como
grande ponto, a reconstrução da economia. Aprovamos a admissibilidade
do impeachment na Câmara por conta da presidente ter cometido crime de
responsabilidade, mas também na expectativa de o país ver sua economia
reconstruída”, disse Imbassahy.
Segundo Cunha Lima, o país
precisa reduzir o tamanho do Estado e equilibrar as contas públicas,
além de medidas para aumentar a produtividade da economia nacional. O
tucano também defendeu privatizações e mais concessões ao setor privado.
“O
Brasil precisa se tornar um país moderno e competitivo globalmente para
que através da expansão do nosso mercado externo, com exportações e
conquistas de mercados, tenhamos uma parte de saída para essa crise. Que
passa por concessões, privatizações, para que possamos atrair
investimentos”, listou, na saída da reunião com Temer. Reuniões
Além
dos parlamentares do PSDB, Temer também recebeu nesta terça-feira
lideranças do PR, PTB, PSC, Solidariedade e PMDB. Para o líder do PSC na
Câmara, deputado André Moura (SE), o vice deve buscar um governo de
“reconstrução” e “conciliação nacional”.
“Um governo, acima de
tudo, de todos os partidos que estiveram no processo de impeachment.
Foram 367 deputados [que votaram pela admissibilidade da denúncia contra
Dilma] e espero que tenhamos uma vitória grande no Senado para que ele
[Temer] possa conduzir os destinos do nosso país, fazendo um governo de
coalização, união, que é a única maneira que temos para tirar o país da
crise.”
Para o líder do PTB na Câmara e relator do processo de
impeachment na Casa, deputado Jovair Arantes (GO), Temer já tem que
tratar da formação do futuro governo. “Ele tem que estar preocupado
porque as coisas estão acontecendo. O Senado, certamente, poderá aprovar
o impedimento e ele tem que se preocupar. Agora é contagem regressiva.”
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